“Não sei se escrevo crônicas, contos, poesias, piadas, verdades ou mentiras... Seja o que for, escreverei de forma breve como a vida....... Histórias breves de personagens breves que, em maior ou menor grau, são fragmentos do que sou e procuro eternizar.”

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Perder e Ganhar


Já dizia o grande Fernando Pessoa: O perder dá mais pesar, que deu prazer o ganhar”.
Apesar da citação e de concordar com ele, por outro lado podemos pensar que tudo tenha sido um “ganhar”, uma forma um pouco quanto masoquista de pensar, mas que pode ter a sua verdade por trás.

Perder e ganhar, “são dois lados da mesma moeda”, um conjunto de fatores que nos faz crescer como seres humanos, infelizes aqueles que não conseguem tirar lições das mazelas da vida.

Cada uma destas situações nos trazem sentimentos e não se assustem se  disser que algumas pessoas se sentem mais “confortáveis” quando estão sofrendo. Não sei se a palavra confortável é a mais apropriada para expressar isto, mas para algumas pessoas o pesar que a perda trás é como um combustível para sobreviver.
Que fique claro, não estamos a falar de uma perda física, mas de batalhas e situações que a vida nos impõe.

Uma das primeiras decisões que tomamos em nossa vida é quando temos que escolher a nossa área de atuação, o que vamos estudar e seguir como profissão, são dois caminhos a serem decididos, exatas ou humanas.

Traçando um paralelo sobre isto, parece óbvio dizer, mas tudo nesta vida que não for exato é humano. Não vivemos dentro de conceitos determinados e regras das quais todos os resultados de nossas escolhas saiam exatamente como pensamos e quando isto não acontece, vem o pesar.

Somos humanos, graças por isto, temos a prerrogativa de errar, cair e levantar, só não podemos desistir. Somos inconstantes e temos sempre a impressão de ser diferentes, únicos, inclusive em nossos dramas, mas o que nos difere é a forma como encaramos os problemas.

"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!"  Florbela Espanca Cartas a Guido Battelli.

Gosto muito desta frase, perceberam as "contradições" que ela nos apresenta?
Na primeira parte ela se descreve com vários adjectivos que faria da vida de qualquer pessoa um inferno, mas encara isto tudo como uma "bênção", não se julgando pessimista, logo em seguida outra lista de adjectivos classificando como qualidades as adversidades, algumas delas que nem mesmo sabe o porque, como a saudade.

Sempre ouvia as pessoas dizerem que se a vida te der um limão, faça uma limonada e se a vida te der uma laranja, faça uma laranjada. Esta é uma frase de exatas, mas na vida (humanas), as circunstancias vão nos obrigar a fazer laranjadas com limões e metaforicamente falando, vamos conseguir dependendo de nossa dedicação.

Na frase da Florbela é exaltado justamente a luta, o conviver pacificamente com nossas adversidade e, principalmente, com nossos dramas pessoais. 
Começamos as nos reconhecer quando aceitamos quem somos, só então podemos pensar em fazer alguns ajustes, talvez mudando um comportamento aqui, outro ali, tudo em nome de um bem comum, uma forma de nos aperfeiçoar e longe da ilusão que um dia vamos ser perfeitos.

Lembrem-se, na vida (humanas), dois mais dois pode ser cinco, seis, sete..... Não importa, a resposta errada sempre será: quatro.









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