“Não sei se escrevo crônicas, contos, poesias, piadas, verdades ou mentiras... Seja o que for, escreverei de forma breve como a vida....... Histórias breves de personagens breves que, em maior ou menor grau, são fragmentos do que sou e procuro eternizar.”

domingo, 13 de setembro de 2015

Precisar Sim, Depender Não

“Nunca vai estar tudo bem. Há sempre quem julgue as tuas decisões, quem te engane, que te passe ilusões. Há sempre quem diz mal, quem te dá demasiadas expetativas. 
E é para isso que cá estamos, mesmo depois de muitos anos, ainda vais descobrir quem te possa magoar. É a lei da vida. Ou então não. 
Pelo menos não deveria ser. E para ficar tudo bem, apenas tens de escolher quem achas que esta do teu lado sempre. Porque a maioria quer te ver bem, mas nunca melhor do que tu. ” 

Esta semana ao entrar no meu perfil, me deparei com estas palavras escritas por alguém de meus contatos, como de costume tentei entender todo contexto e trazer uma reflexão para este momento descrito que, com certeza, não é exclusivo.
Por que as ações das outras pessoas no fere tanto?

Talvez porque nos importamos com elas. É fácil perceber que todas estas queixas que nos entristecem vêm de atitudes de outras pessoas, não são frutos das nossas atitudes, as vezes são consequências, mas que sempre virão de outras pessoas a nos atingir.
Não somos como uma ilha, mas somos cercados de sentimentos. Vivemos em sociedade e por isto é importante saber a diferença entre “depender” e “precisar”.

Precisamos de uma palavra de conforto, de um carinho, um gesto de cumplicidade, um abraço apertado, um sorriso honesto, amizade sincera e um amor verdadeiro. São fatores que nos incentivam, mas até que ponto devemos depender deles?
Embora pareça uma análise fria sobre o assunto, mas na verdade é uma avaliação bem objetiva do comportamento humano em relação a tudo que nos importa.

Há sempre quem julgue as tuas decisões”. Sim.... Na verdade, vivemos em uma vitrine, mas os julgamentos que fazem a nosso respeito não deveriam nos abalar tanto, afinal não há um ser humano competente o suficiente para julgar outra ser humano.

“...quem te engane, que te passe ilusões...”. Costumo dizer que a nossa fragilidade motiva o desejo que tudo seja verdadeiro, que nos leva ao engano, que nos ilude e nos faz continuar neste caminho. Algumas pessoas não conhecem limites para ter o que deseja, mas a nossa dependência delas que nos fazem prosseguir neste caminho.

Há sempre quem diz mal, quem te dá demasiadas expetativas...” Tudo gira em torno da nossa fragilidade, do quando precisamos ouvir de outras pessoas que podemos, que somos suficientes e capazes, esta dependência nos torna vulneráveis.

E é para isso que cá estamos, mesmo depois de muitos anos, ainda vais descobrir quem te possa magoar...” Em determinados momentos nos entregamos ao conformismo, a aceitar  uma situação que nos magoa, a achar normal pensamentos de que “são todos iguais” ou “sempre haverá alguém assim”, quando na verdade e apesar de tudo, quando deixamos de acreditar nas pessoas, perdemos nosso referencial. Confiar não quer dizer se entregar cegamente, mas descansar dentro do tolerável, entendendo as fraquezas alheias.

É a lei da vida. Ou então não. Pelo menos não deveria ser.... “ As leis da vida são baseadas nos limites que respeitamos. Quando conseguimos entender as fronteiras de nossa vida, quando termina a nossa liberdade para começar a de outra pessoa, tudo que fazemos dentro do tolerável é o que define o nosso futuro, quando ultrapassamos damos o direito para que outras pessoas interfiram em nossas vidas também.

E para ficar tudo bem, apenas tens de escolher quem achas que esta do teu lado sempre. Porque a maioria quer te ver bem, mas nunca melhor do que tu. ” As pessoas só conseguem te dar aquilo que elas tem dentro de delas, seja coisas boas ou ruins.
Estamos sempre aprendendo e evoluindo com tudo aquilo que conseguimos filtrar e trazer para nossas vidas, é o que nos torna quem somos.
É difícil compreender atitudes negativas nas pessoas quando não temos isto como parte de nós, mas precisamos tolerar e perdoar, entender que precisamos conviver com isto, mas não somos dependentes delas.

As pessoas evoluem, mais a frente talvez elas mudem e poderemos enxerga-las como uma nova pessoa, mas isto se tornará muito difícil se hoje julgarmos suas atitudes e as condenamos como alguns fazem. 

O fundamental e tentar conhecer a nós mesmos, é o ponto central de tudo; saber tirar das pessoas o que elas têm de bom, tolerar suas falhas, afinal todos somos sujeitos a elas.

Testo inicial de: Carina Castanheira

Reflexões de:




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