Este blog abre espaço para um assunto muito sério e pouco divulgado, devido ter passado por uma experiencia constrangedora convivendo com alguém com este problema, resolvi falar sobre o assunto com intenção de chamar a atenção para isto.
A algum tempo atrás conheci esta doença da pior forma possível, uma pessoa próxima sofrendo deste transtorno onde acabou envolvendo a todos que viviam ao seu redor, pessoas que o ama, familiares e amigos.
Precisamos ter muito cuidado quando encontramos alguém com esta doença, a primeira reação é a discriminação, a rejeição e até a revolta.
É comum rejeitar alguém que sobre desta doença, mas quando se conhece percebe-se que, assim como todas as doenças, não é de escolha de quem sofre dela.
Minha primeira reação foi a pior possível, me revoltou porque fui envolvido de uma forma onde a minha "moral" estava em jogo, tudo poderia acontecer e quem passaria por "mentiroso" seria a minha pessoa, coisa que não admito em hipótese alguma.
A situação era tão elaborada, riquezas de detalhes e envolvendo pessoas as quais não conhecia mas fui forçado a a conhecer por força das mentiras que nasciam com esta doença sofrida por esta pessoa próxima.
Não vou mencionar nomes ou entrar em detalhes por questões de respeito a pessoa envolvida e todos que sofrem e sofreram com isto, além de encarar com toda seriedade esta doença.
A pseudolalia é uma doença grave.
Trata-se do vício compulsivo de mentir. Segundo psiquiatras e psicólogos, a
prática freqüente de viver uma situação imaginária pode ser o resultado de uma
profunda insegurança emocional, além de traumas de infância. A atitude funciona
como um mecanismo de autodefesa para pessoas que apresentam um quadro de
carência acentuada.
Estudos comprovam que crianças vítimas
de uma educação julgadora, imposições, disciplinas rígidas, e que por vezes
vivem dominadas com autoritarismo, são fortes candidatas à doença.
Pesquisas também demonstram que uma pessoa que
carrega o vício de mentir por não conseguir se controlar, tornando-se
semelhante a quem tem o vício do jogo ou é dependente de drogas ou álcool.
Visão de quem entende
Na opinião da Dra. Leila Cury, Livre
Docente, que já tratou vários casos de pseudolalia, a compulsão pela mentira é
uma distorção.
"Existem pessoas que chegam ao
ponto de não saber mais o que é verdade. Embora o assunto seja mais voltado
para a criança, há muitos adultos vivendo o problema, o que torna a situação
ainda mais grave", disse a médica.
Segundo a Dra. Leila, é muito mais
fácil trabalhar o problema na infância do que na fase adulta.
A Pseudolalia é uma mentira compulsiva resultante
dum longo vício de mentir. A pessoa mente por mentir, perde a noção do que é
verdade ou não, convence-se das mentiras como puras verdades.
A pseudolalia pode conduzir a graves distúrbios de personalidade, podendo o pseudolálico acabar por perder a sua individuação e viver num real criado imaginariamente, comportando-se de uma forma difícil de contato humano e só com tratamentos profundos poderá melhorar.
A pseudolalia pode conduzir a graves distúrbios de personalidade, podendo o pseudolálico acabar por perder a sua individuação e viver num real criado imaginariamente, comportando-se de uma forma difícil de contato humano e só com tratamentos profundos poderá melhorar.
As pessoas perdem lenta e gradualmente
a consciência da gravidade da doença que vão adquirindo, porque a sua realidade
vai perdendo cada vez mais sintonia com o verdadeiro real. Por fim o vício de
mentir é um ato inconsciente e perante a mais simples situação a fuga à
verdade brota espontânea e como uma repetição compulsiva e criação de verdades
inexistentes.
Depoimento de quem sofre
Este depoimento é da Jessica, extraído do site que fala sobre a doença, evidentemente não colocou seu nome completo, mas é uma pessoa que sofreu e ainda sofre com isto:
"Sofri muito com essa doença, por anos, é muito difícil ter que lidar com esse problema e ter que lidar com todos os julgamentos sociais que decorrem dela.
Depois de anos consegui amenizar o problema, mas não acabar com ele...
Ainda sinto sim vontade de mentir, ainda sinto prazer em criar outras realidades, mas vou como bêbado, um dia de cada vez, estou colocando o racional pra agir no lugar do impulso, este ano não criei histórias fantasiosas pra ninguém, mas tive que me afastar de muitas pessoas pra conseguir isso. Também me ajudou o esforço em falar de minha vida pra alguém (consegui através da internet), nunca tinha tido coragem de falar de mim mesma, de minha realidade e meus problemas, quando consegui passar essa barreira e me sentir mais aceita como sou, diminuiu minha necessidade de mentir.
Eu não segui tratamento com psicólogo (um pouco por vergonha), mas passei em psiquiatra pra tratar minha ansiedade e depressão, mas nunca tive coragem de falar sobre a pseudolália lá, mas sei que me ajudou."
Ainda sinto sim vontade de mentir, ainda sinto prazer em criar outras realidades, mas vou como bêbado, um dia de cada vez, estou colocando o racional pra agir no lugar do impulso, este ano não criei histórias fantasiosas pra ninguém, mas tive que me afastar de muitas pessoas pra conseguir isso. Também me ajudou o esforço em falar de minha vida pra alguém (consegui através da internet), nunca tinha tido coragem de falar de mim mesma, de minha realidade e meus problemas, quando consegui passar essa barreira e me sentir mais aceita como sou, diminuiu minha necessidade de mentir.
Eu não segui tratamento com psicólogo (um pouco por vergonha), mas passei em psiquiatra pra tratar minha ansiedade e depressão, mas nunca tive coragem de falar sobre a pseudolália lá, mas sei que me ajudou."
Talvez por não buscar a ajuda de um especialista de uma forma mais efetiva e comentar com o psiquiatra sobre o assunto, ainda tem recaídas, o importante é entender esta doença e respeitar quem sofre com ela.
Rosinha disse...
tathyana disse...
Jéssica, sofro com esta doença a anos, hj vejo q desde a adolescencia só q agora descobri que é uma doença. O q vc fez para se tratar? como vc fez, onde procurou ? Talvez q tivesse tido essa consciencia antes não teria perdido nem magoado tanta gente. eu tive até um filho fruto de uma relação q foi feita atraves de mentiras e mentiras , mas até hj sofro com isso. O q vc fez ou faz? Help.
Olá, meu nome é Tathyana, tenho 33 anos e tenho alguma dessas tres síndromes da mentira faz muitos anos e pela primeira vez me conscientizei da doença e da necessidade de tratar disso. Pesquisei na Internet e de uma certa forma me alivia um bocado saber que algumas pessoas tem a doença e principalmente que tem cura.
(...) me fez saber um pouco mais da minha doença e o apoio muito dolorido do meu marido que teve que conviver com minha doença a mais de 20 anos fez com que eu tivesse vontade de me tratar, de amadurecer finalmente. Obrigada pelo excelente conteúdo. Quem tiver a sorte de ter o apoio da família é fundamental nessas horas.
Para quem se interessou por este assunto, sofre deste transtorno ou conhece alguém que sofre, é importante buscar mais informações sobre esta doença.
Se for o caso buscar ajuda com um especialista e tratar-se, é importante que reconheça suas fraquezas e a necessidade de buscar uma melhora, sozinho será impossível.
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