“Não sei se escrevo crônicas, contos, poesias, piadas, verdades ou mentiras... Seja o que for, escreverei de forma breve como a vida....... Histórias breves de personagens breves que, em maior ou menor grau, são fragmentos do que sou e procuro eternizar.”

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Pseudolália - Doença da Mentira

Este blog abre espaço para um assunto muito sério e pouco divulgado, devido ter passado por uma experiencia constrangedora convivendo com alguém com este problema,  resolvi falar sobre o assunto com intenção de chamar a atenção para isto.

A algum tempo atrás conheci esta doença da pior forma possível, uma pessoa próxima sofrendo deste transtorno onde acabou envolvendo a todos que viviam ao seu redor, pessoas que o ama, familiares e amigos.

Precisamos ter muito cuidado quando encontramos alguém com esta doença, a primeira reação é a discriminação, a rejeição e até a revolta. 
É comum rejeitar alguém que sobre desta doença, mas quando se conhece percebe-se que, assim como todas as doenças, não é de escolha de quem sofre dela.

Minha primeira reação foi a pior possível, me revoltou porque fui envolvido de uma forma onde a minha "moral" estava em jogo, tudo poderia acontecer e quem passaria por "mentiroso" seria a minha pessoa, coisa que não admito em hipótese alguma.
A situação era tão elaborada, riquezas de detalhes e envolvendo pessoas as quais não conhecia mas fui forçado a a conhecer por força das mentiras que nasciam com esta doença sofrida por esta pessoa próxima.
Não vou mencionar nomes ou entrar em detalhes por questões de respeito a pessoa envolvida e todos que sofrem e sofreram com isto, além de encarar com toda seriedade esta doença.

A pseudolalia é uma doença grave. Trata-se do vício compulsivo de mentir. Segundo psiquiatras e psicólogos, a prática freqüente de viver uma situação imaginária pode ser o resultado de uma profunda insegurança emocional, além de traumas de infância. A atitude funciona como um mecanismo de autodefesa para pessoas que apresentam um quadro de carência acentuada.
Estudos comprovam que crianças vítimas de uma educação julgadora, imposições, disciplinas rígidas, e que por vezes vivem dominadas com autoritarismo, são fortes candidatas à doença.
Pesquisas também demonstram que uma pessoa que carrega o vício de mentir por não conseguir se controlar, tornando-se semelhante a quem tem o vício do jogo ou é dependente de drogas ou álcool.
Visão de quem entende
Na opinião da Dra. Leila Cury, Livre Docente, que já tratou vários casos de pseudolalia, a compulsão pela mentira é uma distorção.
"Existem pessoas que chegam ao ponto de não saber mais o que é verdade. Embora o assunto seja mais voltado para a criança, há muitos adultos vivendo o problema, o que torna a situação ainda mais grave", disse a médica.
Segundo a Dra. Leila, é muito mais fácil trabalhar o problema na infância do que na fase adulta.
A Pseudolalia é uma mentira compulsiva resultante dum longo vício de mentir. A pessoa mente por mentir, perde a noção do que é verdade ou não, convence-se das mentiras como puras verdades.

A pseudolalia pode conduzir a graves distúrbios de personalidade, podendo o pseudolálico acabar por perder a sua individuação e viver num real criado imaginariamente, comportando-se de uma forma difícil de contato humano e só com tratamentos profundos poderá melhorar.


As pessoas perdem lenta e gradualmente a consciência da gravidade da doença que vão adquirindo, porque a sua realidade vai perdendo cada vez mais sintonia com o verdadeiro real. Por fim o vício de mentir é um ato inconsciente e perante a mais simples situação a fuga à verdade brota espontânea e como uma repetição compulsiva e criação de verdades inexistentes.

Depoimento de quem sofre
Este depoimento é da Jessica, extraído do site que fala sobre a doença, evidentemente  não colocou seu nome completo, mas é uma pessoa que sofreu e ainda sofre com isto:

"Sofri muito com essa doença, por anos, é muito difícil ter que lidar com esse problema e ter que lidar com todos os julgamentos sociais que decorrem dela.
Depois de anos consegui amenizar o problema, mas não acabar com ele...
Ainda sinto sim vontade de mentir, ainda sinto prazer em criar outras realidades, mas vou como bêbado, um dia de cada vez, estou colocando o racional pra agir no lugar do impulso, este ano não criei histórias fantasiosas pra ninguém, mas tive que me afastar de muitas pessoas pra conseguir isso. Também me ajudou o esforço em falar de minha vida pra alguém (consegui através da internet), nunca tinha tido coragem de falar de mim mesma, de minha realidade e meus problemas, quando consegui passar essa barreira e me sentir mais aceita como sou, diminuiu minha necessidade de mentir.
Eu não segui tratamento com psicólogo (um pouco por vergonha), mas passei em psiquiatra pra tratar minha ansiedade e depressão, mas nunca tive coragem de falar sobre a pseudolália lá, mas sei que me ajudou."

Talvez por não buscar a ajuda de um especialista de uma forma mais efetiva e comentar com o psiquiatra sobre o assunto, ainda tem recaídas, o importante é entender esta doença e respeitar quem sofre com ela.

Rosinha disse...

Jéssica, sofro com esta doença a anos, hj vejo q desde a adolescencia só q agora descobri que é uma doença. O q vc fez para se tratar? como vc fez, onde procurou ? Talvez q tivesse tido essa consciencia antes não teria perdido nem magoado tanta gente. eu tive até um filho fruto de uma relação q foi feita atraves de mentiras e mentiras , mas até hj sofro com isso. O q vc fez ou faz? Help.
tathyana disse...
Olá, meu nome é Tathyana, tenho 33 anos e tenho alguma dessas tres síndromes da mentira faz muitos anos e pela primeira vez me conscientizei da doença e da necessidade de tratar disso. Pesquisei na Internet e de uma certa forma me alivia um bocado saber que algumas pessoas tem a doença e principalmente que tem cura.
(...) me fez saber um pouco mais da minha doença e o apoio muito dolorido do meu marido que teve que conviver com minha doença a mais de 20 anos fez com que eu tivesse vontade de me tratar, de amadurecer finalmente. Obrigada pelo excelente conteúdo. Quem tiver a sorte de ter o apoio da família é fundamental nessas horas.
Para quem se interessou por este assunto, sofre deste transtorno ou conhece alguém que sofre, é importante buscar mais informações sobre esta doença.
Se for o caso buscar ajuda com um especialista e tratar-se, é importante que reconheça suas fraquezas e a necessidade de buscar uma melhora, sozinho será impossível.

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