Eu não sei lidar bem com a falha... Não
gosto de enxergar descuidos... E se isto for em minha pessoa acaba sendo fatal,
me desespero, me anulo, me perco, me cobro... pior ainda é cair na armadilha da
dúvida ou da indagação... Posso falhar, admitir, chatear-me e não repetir o
erro, mas aceitar a falha, do que a princípio é inexplicável, me destrói.
Alguém pode imaginar uma pessoa com estas características hoje, mas que um dia foi confiante, dono de suas atitudes e
sempre responsável por elas?
É... realmente difícil de acreditar, mas
é a verdade, um dia esta pessoa existiu e nem mesmo em sonho poderia imaginar
viver uma tão grande contradição. Uma das coisas que faz alguém mudar tanto assim é o medo.
Os medos são comuns, são momentos que
muitas pessoas vivem hoje, eles são como uma doença, uma infecção
generalizada. É como alguém que ama, que sente algo tão forte por
outra pessoa e não sabe mais o que é viver sem ela.
Gostar de alguém tem destas coisas, nos
deixa vulneráveis, voltamos a ser crianças, a ter medo de andar sozinhos, nos
sentimos incapazes e criamos fantasias e no meio delas muitos fantasmas nos
assombram.
Sempre ouvi dizer que precisamos enfrentar
nossos medos, mas enfrentá-los é como se atirar de um avião sem paraquedas e esperar
que no meio do caminha consigamos encontrar uma maneira de chegar ao chão sem
danos e completamente inteiros.
Talvez o mais correto seria conviver e
usa-los a nosso favor, entender que o medo nos limita, mas também nos coloca
diversas possibilidades, várias alternativas, mesmo que todas elas
conservadoras.
Não tenho formação psicológica, o que
tenho é a formação de vida, definitivamente não é a mesma coisa e não tem o mesmo
efeito, mas também nos faz pensar e tentar compreende-los.
Muitos de nossos medos tem a ver com a insegurança, com
a nossa estima, pouco nos valorizamos e subestimamos a nossa capacidade.
Uma das poucas vezes que fui em uma
reunião de condomínio conheci muitas pessoas, moradores que a anos vivem ali e
nunca tinha conversado. Para promover uma confraternização, o sindico resolveu
fazer uma apresentação, cada um levantaria falaria um pouco de si na intensão
de se apresentar. Naquele momento percebi que cada um deles tinham
características diferentes, formação profissional diferentes, ideias e a unica
coisa em comum é que morávamos no mesmo condomínio.
Era como se cada um tivesse conquistado o
direito de estar ali mas percorrendo caminhos diferentes, lutas e conquistas
diárias cada um em sua área, mas no final conquistando os mesmos direitos.
As vezes fico de minha varanda a noite
olhando a cidade e imaginando que em cada janela, aqueles luzes acesas, também
existem pessoas com tantas "interrogações", tantas perguntas sem
respostas, medos e incertezas.... Não sou o único.
A vida também é assim, falhamos, cometemos
erros, somos injusto com pessoas, mas existe uma coisa que precisamos ter ou
estas falhas nos destruirão. Precisamos saber reconhecer, entender nossos
limites, ter a humildade de pedir "desculpas" de todo coração, voltar atrás, saber
ouvir, compreender o que ouvimos e jamais esperar a perfeição das pessoas, porque
todos erramos.
Quando sabemos o momento de se afastar de
alguém?
Devemos nos afastar quando esta pessoa
insiste em viver dentro de seus erros, porque ela se acostumou com eles e já fazem parte
de sua vida, certamente esta pessoas viverá para magoar a outros.
Não precisamos ser iguais, mas a nossa mente precisa estar abeta para entender o que é novo, o que é diferente.
Uma vez ouvi um biólogo dizer que um animal só te ataca por sentir medo, ao contrário do que muitos pensam, não é a coragem que o leva a te ferir, mas sim o medo. Talvez se ele compreendesse que nós também sentimos medo, cada um seguiria o seu caminho sem ferir um ao outro.