“Não sei se escrevo crônicas, contos, poesias, piadas, verdades ou mentiras... Seja o que for, escreverei de forma breve como a vida....... Histórias breves de personagens breves que, em maior ou menor grau, são fragmentos do que sou e procuro eternizar.”

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Sensações

Era hora de escrever, pedia a minha alma, sem saber ao certo sobre o quê. Não era sobre o amor... Não era sobre feridas...  Agora sei! Sobre mim mesma! Percebi que tenho levantado com mais leveza, com um humor equilibrado, com esperança no peito, com desejo de liberdade, com sentimentos bons. Isso, algum tempo, já não acontecia com tanta frequência. 
    Tal análise me veio  quando a imaginação se deteve aos direitos que tenho em ser eu mesma, respeitando aquilo que amo imaginar para a vida. Quando tomei coragem para desejar bênçãos para  quem chegou de forma apaixonante perto de mim, para quem foi porque precisava ir, para quem se aproximou e não quis me entender, para quem me disse palavras “Tortas”. 
     Descobri, com o tempo, com experiências, com doses de sabedoria,  que não há  nada mais edificante do que entregar-se ao que é bom, ao que me faz sorrir, ao sonho mais absurdo, as pessoas que me fazem bem e , sobre tudo, entregar-se ao desejo de ser alguém melhor. Quem exerce o direito de ser difícil sabe que nem sempre deve se adequar ao mundo. Mas ele, muitas vezes, deve absorver, respeitosamente, o nosso jeito de ver as coisas e exigi-las forma que exigimos. É um direito. 
 Tenho outra sensação: Ao tentar compreender o papel da minha personalidade nada fácil de ser entendida em tanto caos, a liberdade tem um limite que só conhece aquele que sabe ser livre. Que novos lugares rejuvenescem a alma e a tornam mais forte. Que  “adotar” pessoas  é participar de uma metamorfose. Boa ou ruim, novas pessoas devem chegar. Sem data, hora, sem expectativa, com um olhar cuidadoso, mas acolhedor. 
    Não sei bem se era tudo ou isso que tinha a dizer, mas o meu coração está aliviado agora. Mas preciso, também, entender porque essas sensações acontecem costumeiramente. Porventura Deus queira algo de mim com isso.  Quem sabe alguém espera por tais palavras. Talvez eu mesma me realize a cada vez que me comporto como alguém que se sente mais confortável em se expressar com caneta em papel em mãos uma vez que minhas emoções não cabem na memória. Mas é só uma suposição. Isso tudo depende da liberdade de ser quem sou. 
Texto: Heloísa Tamires 
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