"Mas no final das
contas nem era primavera. Era uma camisa florida que a fez sorrir daquele jeito
em pleno inverno, mesmo com o tempo nublado que fazia as quatro da tarde...
Talvez
por isso ela tenha se alegrado tanto, afinal, ver flores em um dia cinzento deveria
ser um sinal de sorte!
Mesmo que não fosse, ela tinha fé que seria, e
exatamente por isso foi...
Por que ela era uma menina que tinha a estranha
mania de acreditar no impossível, principalmente quando fechava os olhos e
respirava forte enchendo os pulmões de ar. Era como se a importância do ar para
os pulmões fosse a mesma que tinha a esperança para a vida.
Ela podia sonhar
ate quando estava acordada, embora por vezes tivesse dormido de olhos bem
abertos".
Tarde de sonhos como tantas outras que a inspirava, motivando para a vida meio a flores e espinhos. Não importava a estação do ano, as flores podem nascer onde menos esperamos, até mesmo na estampa de uma roupa qualquer.
Para ela o simples detalhe de enxergar as cores já estimulavam seus sonhos e a fazia acreditar em seu jardim colorido.
As borboletas se aproximam de pessoas assim porque sentem a sua essência e a pureza dos seus desejos de florir em pleno inverno gelado.
A maldade não tem força contra ela, porque as corres nunca morrem em seus sonhos, sua esperança já não vem de fora, mas de dentro daquilo tudo que ela pode construir com suas forças e fé.
Quem a olha e a vê vestida com uma camisa florida simplesmente, não entende que ali ela traz a sua primavera em plena tarde de inverno.
Resenha de: