Tenho dificuldades em
acreditar nas pessoas, sei que esta não é uma boa afirmação para se começar um
texto, mas é inevitável este comentário.
Algumas pessoas sentem,
assim como eu, situações passadas e que, infelizmente, te levam a deixar de
confiar no ser humano.
A pergunta que sempre me
fiz e que também pode ser de curiosidade de outras pessoas é:
Será que um dia
voltaremos a confiar?
Acredito que sim, mas jamais será como antes, tudo lhe
soará estranho e as dúvidas surgirão sobre todos os fatos e acontecimentos
futuros, ao ponto de nos transformarem em pessoas desagradáveis as vezes.
É como um vicio
controlado, mas que precisa se manter afastado de certas coisas, todo
tratamento tem recomendações e as vezes recaídas, para uma pessoa que deixou de confiar, quando volta a ter confiança em alguém, precisa se controlar e perceber muito bem o
conteúdo de seus comentários, as vezes são mais agressivos e ferem as pessoas.
Posso dizer que é um
sofrimento muito grande, principalmente quando este envolvimento é amoroso, a
desconfiança se mistura com o ciúmes e nos tornam insuportáveis as vezes.
Sem nenhuma base
cientifica ou estudos comportamentais, acredito que a diferença do sentimento
chamado de ciúmes para este sentimento que envolve a confiança é justamente
isto. No sentimento de ciúmes somente, a pessoa sente sem nunca ter passado por esta perda
de confiança, um sentimento em cima do medo de perder a pessoa amada, mas
quando se viveu uma situação de traição no passado e que te levou a te deixar de confiar, o sentimento é mais
profundo porque envolve a revolta também.
Sem dúvida é uma
diferença sutil, mas que faz um estrago muito grande quando não pensamos muito
bem antes de falar em situação assim, de qualquer forma o diálogo é sempre
importar, ouvir e falar de forma mais moderada possível, ninguém escuta nada na
base do grito.
Quando gritamos com
alguém, a única coisa que desapertamos nelas é o desejo de gritar mais alto que
tu, o “diálogo” deixa de ter coerência e ninguém mais se entende.
Uma pessoa que conheço
uma certa vez veio me contar sobre o seu relacionamento, a briga que teve com o seu
namorado, ela me dizia que ele veio conversar e discutir o relacionamento,
falou muitas coisas e a única reação que ela teve foi de escutar, mesmo vindo
em sua mente muitas respostas se conteve e disse a ele que falaria apenas no
dia seguinte. Quando o dia chegou, ela o chamou e falou tudo que pensava, de
forma calma e muito moderada, os dois se entenderam e resolveram se separar de
uma forma tranquila, situação que certamente não teria acontecido se tudo fosse
resolvido no primeiro momento.
Sempre repito em meus
textos, que estamos perdendo a capacidade de ouvir, esta capacidade é
fundamental para quem deseja falar e resolver situações com coerência.
Luto com este sentimento
da desconfiança e posso dizer que tem momento que consigo, mas muitos outros
que sou vendido por ele, não é uma situação agradável, porque mesmo quando
desconfio de uma situação, sempre penso nas pessoas envolvidas e que estou
sendo injusto com elas, é um conflito interno que me deixa mal.
Esta situação já me levou
ao isolamento por um longo tempo com relacionamentos superficiais, mas a vida
nos pede mais, em um compromisso responsável toda entrega precisa ser total,
ninguém vive com 90%, ou nos dedicamos e nos entregamos 100%, ou teremos problemas,
melhor conviver com a solidão.
A traição é o pior dos
males que possamos fazer a alguém, mas que não machuca apenas um lado, desde
que se tenha consciência o conviver com ela “pesada” não deve ser nada agradável.
Algumas pessoas que já traíram
justificam dizendo que foi algo de momento, uma “coisa” irresistível motivada
por uma carência qualquer. Não acredito nisto, ninguém vive de momentos, a não
ser quem escolhe viver apenas deles, neste caso jamais terá algo duradouro e
profundo.
Se eu perdoaria uma
traição?
Sim, já vivenciei e já
perdoei, mas me afastei por completo, avaliei a situação e achei melhor para
minha pessoa viver outras situações distante dela. Cada pessoa que faça suas
avaliações e tome suas decisões, mas seja ela qual for, que a fala de cabeça fria.
"Um homem sensato pode apaixonar-se como um doido, mas não como um tolo" François La Rochefoucauld
"Um homem sensato pode apaixonar-se como um doido, mas não como um tolo" François La Rochefoucauld
Ajude-nos a divulgar os nossos textos utilizando os "quadradinhos" abaixo para compartilhar. "Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias."