“Não sei se escrevo crônicas, contos, poesias, piadas, verdades ou mentiras... Seja o que for, escreverei de forma breve como a vida....... Histórias breves de personagens breves que, em maior ou menor grau, são fragmentos do que sou e procuro eternizar.”

sábado, 28 de novembro de 2015

Confiança

Tenho dificuldades em acreditar nas pessoas, sei que esta não é uma boa afirmação para se começar um texto, mas é inevitável este comentário.
Algumas pessoas sentem, assim como eu, situações passadas e que, infelizmente, te levam a deixar de confiar no ser humano.

A pergunta que sempre me fiz e que também pode ser de curiosidade de outras pessoas é: 

Será que um dia voltaremos a confiar?

Acredito  que sim, mas jamais será como antes, tudo lhe soará estranho e as dúvidas surgirão sobre todos os fatos e acontecimentos futuros, ao ponto de nos transformarem em pessoas desagradáveis as vezes.

É como um vicio controlado, mas que precisa se manter afastado de certas coisas, todo tratamento tem recomendações e as vezes recaídas, para uma pessoa que deixou de confiar, quando volta a ter confiança em alguém, precisa se controlar e perceber muito bem o conteúdo de seus comentários, as vezes são mais agressivos e ferem as pessoas.

Posso dizer que é um sofrimento muito grande, principalmente quando este envolvimento é amoroso, a desconfiança se mistura com o ciúmes e nos tornam insuportáveis as vezes.

Sem nenhuma base cientifica ou estudos comportamentais, acredito que a diferença do sentimento chamado de ciúmes para este sentimento que envolve a confiança é justamente isto. No sentimento de ciúmes somente, a pessoa sente sem nunca ter passado por esta perda de confiança, um sentimento em cima do medo de perder a pessoa amada, mas quando se viveu uma situação de traição no passado e que te levou  a te deixar de confiar, o sentimento é mais profundo porque envolve a revolta também.

Sem dúvida é uma diferença sutil, mas que faz um estrago muito grande quando não pensamos muito bem antes de falar em situação assim, de qualquer forma o diálogo é sempre importar, ouvir e falar de forma mais moderada possível, ninguém escuta nada na base do grito.

Quando gritamos com alguém, a única coisa que desapertamos nelas é o desejo de gritar mais alto que tu, o “diálogo” deixa de ter coerência e ninguém mais se entende.

Uma pessoa que conheço uma certa vez veio me contar sobre o seu relacionamento, a briga que teve com o seu namorado, ela me dizia que ele veio conversar e discutir o relacionamento, falou muitas coisas e a única reação que ela teve foi de escutar, mesmo vindo em sua mente muitas respostas se conteve e disse a ele que falaria apenas no dia seguinte. Quando o dia chegou, ela o chamou e falou tudo que pensava, de forma calma e muito moderada, os dois se entenderam e resolveram se separar de uma forma tranquila, situação que certamente não teria acontecido se tudo fosse resolvido no primeiro momento.

Sempre repito em meus textos, que estamos perdendo a capacidade de ouvir, esta capacidade é fundamental para quem deseja falar e resolver situações com coerência.

Luto com este sentimento da desconfiança e posso dizer que tem momento que consigo, mas muitos outros que sou vendido por ele, não é uma situação agradável, porque mesmo quando desconfio de uma situação, sempre penso nas pessoas envolvidas e que estou sendo injusto com elas, é um conflito interno que me deixa mal.

Esta situação já me levou ao isolamento por um longo tempo com relacionamentos superficiais, mas a vida nos pede mais, em um compromisso responsável toda entrega precisa ser total, ninguém vive com 90%, ou nos dedicamos e nos entregamos 100%, ou teremos problemas, melhor conviver com a solidão.

A traição é o pior dos males que possamos fazer a alguém, mas que não machuca apenas um lado, desde que se tenha consciência o conviver com ela “pesada” não deve ser nada agradável.  
Algumas pessoas que já traíram justificam dizendo que foi algo de momento, uma “coisa” irresistível motivada por uma carência qualquer. Não acredito nisto, ninguém vive de momentos, a não ser quem escolhe viver apenas deles, neste caso jamais terá algo duradouro e profundo.

Se eu perdoaria uma traição?

Sim, já vivenciei e já perdoei, mas me afastei por completo, avaliei a situação e achei melhor para minha pessoa viver outras situações distante dela. Cada pessoa que faça suas avaliações e tome suas decisões, mas seja ela qual for, que a fala de cabeça fria.

"Um homem sensato pode apaixonar-se como um doido, mas não como um tolo" François La Rochefoucauld






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