Sofri com isto, cheguei a mentir que alguém próximo sofria disto.
Mitomania, compulsão em mentir, pseudologia fantástica ou mentir
patológico é um transtorno
psicológico caracterizado por contar mentiras compulsivamente, sem
benefícios externos e geralmente restritos a assuntos específicos (como família
ou amigos) apresentando-se de maneira bem vista socialmente. Em casos
considerados mais graves podem incluir uma enorme diversidade de assuntos e a
própria pessoa tem dificuldade em lembrar o que é verdade e o que é invenção.
O
mitomaníaco pode estar parcialmente ciente de estar contando mentiras, mas há
compulsão
São
diversos os motivos pelos quais a mitomania se manifesta. Primeiro, por vários
fatores sociopsicológicos do contexto da pessoa afetada e, segundo, porque
enfatiza uma situação social, podendo, então, mostrar-se eventual dependendo
das circunstâncias presentes na época em que o indivíduo está vivendo. Na maioria
das vezes um dos motivos é o desejo de aceitação daqueles que o rodeiam.
Costuma ser difícil convencê-lo a aderir a um tratamento.
Esse
distúrbio tem sua origem na supervalorização de suas crenças em função da
angústia subjacente. Muitas vezes se apresentam unidas à angústia profunda, transtorno
obsessivo-compulsivo, depressão,
transtorno ansioso ou de humor.
Os principais sintomas são]:
- As histórias contadas não são totalmente improváveis e muitas vezes têm algum elemento de verdade. Elas não são uma manifestação de delírio ou de algum tipo de psicose mais amplo: quando confrontado, o contador pode admitir que elas são falsas, mesmo que a contragosto.
- A tendência de contar mentiras é duradoura, não sendo provocada apenas por situação imediata ou pressão social, sendo uma característica natural da personalidade.
- A motivação definitivamente emocional (medo, vergonha, desejo por aprovação), sem benefícios externos óbvios (como vender produtos, manter um relacionamento ou escapar impune de um crime).
- As mentiras tendem a apresentar o mentiroso favoravelmente. Por exemplo, a pessoa pode ser apresentada como sendo fantasticamente corajosa, muito esperta, feliz, bem sucedida ou bem relacionada com pessoas famosas.
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Revelar que
mentir é um sofrimento mesmo para quem não tem mitomania e maior ainda se a
mentira durar anos. Desse ponto de vista, podemos dizer que o discurso do
mitômano é muito diferente daquele do mentiroso ou do fraudador, que tem
finalidades práticas. Para estes, o objetivo não é a mentira, sendo esta apenas um meio para
outros fins. Contam histórias ao mesmo tempo que acreditam nelas. É também uma
forma de consolo.
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O mitômano
geralmente sabe no fundo que o que ele diz não é totalmente verdadeiro. Mas
contar mentiras lhe faz sentir bem consigo mesmo e acalma suas angústias. Em
determinado momento, o sujeito prefere acreditar em sua realidade mais que na
realidade objetiva (fatos visíveis). Ele tem necessidade de contar histórias
falsas para se sentir bem consigo mesmo, caracterizando nestes casos um
fenômeno psicológico denominado bovarismo.
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A mitomania
não pode ser considerada como uma mentira compulsiva, e sim como uma doença que
se não tratada pode causar transtornos sérios à pessoa que possui. Em geral,
essa manifestação deve-se a uma profunda necessidade de apreço ou atenção.
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A maioria
dos casos de mitomania, ao serem expostos, ficam envergonhados. Todavia, os
mitômanos que buscam ajuda por vontade própria, pedindo a seus familiares e
principalmente aos seus amigos, são considerados extremamente raros, pois eles
dificilmente percebem que estão se prejudicando ao mentir aos outros. O papel
de família e amigos se torna extremamente importante na vida do indivíduo que sofre
da doença, já que eles que irão indicar os acertos e erros.
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Grande parte
dos casos de mitomania levam ao suicídio, principalmente se associados a
depressão e pós depressão.
O indivíduo ao não obter o apoio necessário e
ser excluído daquele grupo que frequentava ou participava acaba por vivenciar
uma situação sem saída, isto é, acaba por ser excluído de seus gostos e vê-se
sem aquilo que ama e deseja. Casos comuns demonstram que mitomaníacos
envergonhados de si, pelo porte de sua doença, infligem-se o óbito quando abandonados por amante, que
não compreendem a sua doença e o abandonam, não acreditando na possibilidade de
uma cura ou não restabelecendo os laços afetivos de antes.
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Aconselha-se
aqueles que rodeiam o mitômano, principalmente se ele obteve uma conversa clara expondo a sua vontade de
melhora, a não largarem-no, podendo tal atitude acarretar desejos inconstantes, profunda melancolia, depressão e desejo de suicídio
da parte do mitomaníac
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Não deve ser
confundida com esquizofrenia, delírios ou outras psicoses no qual o indivíduo efetivamente
tem uma visão distorcida da realidade, como no caso de paranoia ou megalomania.
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Deve-se
diferenciar de um transtorno
de personalidade, como o transtorno
de personalidade narcisista (caracterizado pelo extremo
autocentramento), transtorno
de personalidade antissocial (caracterizado pelo desprezo por seguir
regras) e o transtorno
de personalidade limítrofe (caracterizado pela extrema dramaticidade
e relações amor-ódio) em que a mentira é apenas um dos sintomas de uma série de
comportamentos não-saudáveis que caracterizam um padrão de personalidade.
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Tratamento
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O tratamento
mais eficiente é a associação do tratamento psiquiátrico para tratar sintomas
depressivos e ansiosos com um acompanhamento psicoterapêutico que vise a
reflexão sobre os próprios comportamentos, o desenvolvimento de mais
autocontrole, o aumento da autoestima e permita
um treinamento do comportamento de dizer a verdade. Sem confiança, geralmente
os relacionamentos sociais são muito prejudicados e o maior desafio da terapia
é formar uma relação de confiança, conforto e intimidade com o mitomaníaco.[3]
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Dentre os
diversos tipos de psicoterapia, a Psicoterapia Centrada na Pessoa, criada por Carl Rogers, costuma ter efeitos
duradouros.