“Não sei se escrevo crônicas, contos, poesias, piadas, verdades ou mentiras... Seja o que for, escreverei de forma breve como a vida....... Histórias breves de personagens breves que, em maior ou menor grau, são fragmentos do que sou e procuro eternizar.”

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Pseudolália - Doença da Mentira

Este blog abre espaço para um assunto muito sério e pouco divulgado, devido ter passado por uma experiencia constrangedora convivendo com alguém com este problema,  resolvi falar sobre o assunto com intenção de chamar a atenção para isto.

A algum tempo atrás conheci esta doença da pior forma possível, uma pessoa próxima sofrendo deste transtorno onde acabou envolvendo a todos que viviam ao seu redor, pessoas que o ama, familiares e amigos.

Precisamos ter muito cuidado quando encontramos alguém com esta doença, a primeira reação é a discriminação, a rejeição e até a revolta. 
É comum rejeitar alguém que sobre desta doença, mas quando se conhece percebe-se que, assim como todas as doenças, não é de escolha de quem sofre dela.

Minha primeira reação foi a pior possível, me revoltou porque fui envolvido de uma forma onde a minha "moral" estava em jogo, tudo poderia acontecer e quem passaria por "mentiroso" seria a minha pessoa, coisa que não admito em hipótese alguma.
A situação era tão elaborada, riquezas de detalhes e envolvendo pessoas as quais não conhecia mas fui forçado a a conhecer por força das mentiras que nasciam com esta doença sofrida por esta pessoa próxima.
Não vou mencionar nomes ou entrar em detalhes por questões de respeito a pessoa envolvida e todos que sofrem e sofreram com isto, além de encarar com toda seriedade esta doença.

A pseudolalia é uma doença grave. Trata-se do vício compulsivo de mentir. Segundo psiquiatras e psicólogos, a prática freqüente de viver uma situação imaginária pode ser o resultado de uma profunda insegurança emocional, além de traumas de infância. A atitude funciona como um mecanismo de autodefesa para pessoas que apresentam um quadro de carência acentuada.
Estudos comprovam que crianças vítimas de uma educação julgadora, imposições, disciplinas rígidas, e que por vezes vivem dominadas com autoritarismo, são fortes candidatas à doença.
Pesquisas também demonstram que uma pessoa que carrega o vício de mentir por não conseguir se controlar, tornando-se semelhante a quem tem o vício do jogo ou é dependente de drogas ou álcool.
Visão de quem entende
Na opinião da Dra. Leila Cury, Livre Docente, que já tratou vários casos de pseudolalia, a compulsão pela mentira é uma distorção.
"Existem pessoas que chegam ao ponto de não saber mais o que é verdade. Embora o assunto seja mais voltado para a criança, há muitos adultos vivendo o problema, o que torna a situação ainda mais grave", disse a médica.
Segundo a Dra. Leila, é muito mais fácil trabalhar o problema na infância do que na fase adulta.
A Pseudolalia é uma mentira compulsiva resultante dum longo vício de mentir. A pessoa mente por mentir, perde a noção do que é verdade ou não, convence-se das mentiras como puras verdades.

A pseudolalia pode conduzir a graves distúrbios de personalidade, podendo o pseudolálico acabar por perder a sua individuação e viver num real criado imaginariamente, comportando-se de uma forma difícil de contato humano e só com tratamentos profundos poderá melhorar.


As pessoas perdem lenta e gradualmente a consciência da gravidade da doença que vão adquirindo, porque a sua realidade vai perdendo cada vez mais sintonia com o verdadeiro real. Por fim o vício de mentir é um ato inconsciente e perante a mais simples situação a fuga à verdade brota espontânea e como uma repetição compulsiva e criação de verdades inexistentes.

Depoimento de quem sofre
Este depoimento é da Jessica, extraído do site que fala sobre a doença, evidentemente  não colocou seu nome completo, mas é uma pessoa que sofreu e ainda sofre com isto:

"Sofri muito com essa doença, por anos, é muito difícil ter que lidar com esse problema e ter que lidar com todos os julgamentos sociais que decorrem dela.
Depois de anos consegui amenizar o problema, mas não acabar com ele...
Ainda sinto sim vontade de mentir, ainda sinto prazer em criar outras realidades, mas vou como bêbado, um dia de cada vez, estou colocando o racional pra agir no lugar do impulso, este ano não criei histórias fantasiosas pra ninguém, mas tive que me afastar de muitas pessoas pra conseguir isso. Também me ajudou o esforço em falar de minha vida pra alguém (consegui através da internet), nunca tinha tido coragem de falar de mim mesma, de minha realidade e meus problemas, quando consegui passar essa barreira e me sentir mais aceita como sou, diminuiu minha necessidade de mentir.
Eu não segui tratamento com psicólogo (um pouco por vergonha), mas passei em psiquiatra pra tratar minha ansiedade e depressão, mas nunca tive coragem de falar sobre a pseudolália lá, mas sei que me ajudou."

Talvez por não buscar a ajuda de um especialista de uma forma mais efetiva e comentar com o psiquiatra sobre o assunto, ainda tem recaídas, o importante é entender esta doença e respeitar quem sofre com ela.

Rosinha disse...

Jéssica, sofro com esta doença a anos, hj vejo q desde a adolescencia só q agora descobri que é uma doença. O q vc fez para se tratar? como vc fez, onde procurou ? Talvez q tivesse tido essa consciencia antes não teria perdido nem magoado tanta gente. eu tive até um filho fruto de uma relação q foi feita atraves de mentiras e mentiras , mas até hj sofro com isso. O q vc fez ou faz? Help.
tathyana disse...
Olá, meu nome é Tathyana, tenho 33 anos e tenho alguma dessas tres síndromes da mentira faz muitos anos e pela primeira vez me conscientizei da doença e da necessidade de tratar disso. Pesquisei na Internet e de uma certa forma me alivia um bocado saber que algumas pessoas tem a doença e principalmente que tem cura.
(...) me fez saber um pouco mais da minha doença e o apoio muito dolorido do meu marido que teve que conviver com minha doença a mais de 20 anos fez com que eu tivesse vontade de me tratar, de amadurecer finalmente. Obrigada pelo excelente conteúdo. Quem tiver a sorte de ter o apoio da família é fundamental nessas horas.
Para quem se interessou por este assunto, sofre deste transtorno ou conhece alguém que sofre, é importante buscar mais informações sobre esta doença.
Se for o caso buscar ajuda com um especialista e tratar-se, é importante que reconheça suas fraquezas e a necessidade de buscar uma melhora, sozinho será impossível.

                                                                                                     Comentários:


sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Teu Corpo

Um corpo  tão perfeito
O amor mostrou-me o teu
Tão suave e sem defeito
Meu olhar que se perdeu

Se perdeu nesta beleza
Sem ti só faz sofrer
Necessito sua pureza
Não consigo mais viver
  
Sua pele tão macia
Minhas mãos a percorrer
Em seu corpo renuncia
Meu direito de sofrer

Minha boca em sua pele
Faz sentir toda emoção
Carinho que não fere 
E me enche de tesão

Tesão que não tem fim
Preenche meus momentos      
Tu foi feita só para mim
Vive em meus pensamentos       

Entregar-me a sua graça
É todo meu querer 
Será minha desgraça
Se de ti eu me perder 





quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Procura-se Você


Sabe quando acontece algo que tu não esperava, conhecer alguém que não imaginava?

Quando tu estás no pior momento e repentinamente as coisas mudam e parecem que vão começar a se ajeitar?
Quando tu estas perdido e encontras alguém que te resgata no meio de tantas dúvidas?

As coisas acontecem conforme tem que acontecer, nada é um simples acaso e sem um motivo. Mesmo não podendo criar expectativas temos que ter esperança que um dia tudo dará certo.
Temos que pensar positivamente que as coisas vão acontecer  e se fazer acontecer.
É tão boa a sensação de encontrar alguém que te faça sorrir, alguém que na primeira conversa te faz ficar imaginando várias coisas, com a cabeça cheia de planos e pensando de como fará amanhã para conquista-los.

Existem pessoas que não precisamos conhecer muito para se apaixonar, se vê nos olhos o que realmente quer, percebe-se de longe que ela só está querendo entrar na sua vida e te fazer sorrir.
Pessoas que te faz cometer loucuras, que te deixas sem ar quando chega, que te deixas sem palavras por falar tantas coisas bonita. Chegam para fazer acontecer, te ganha no olhar e te faz enlouquecer.

É tão bom conhecer alguém que aparece do nada e te faz  pensar diferente, te faz mudar as ideias que tinha por ter sofrido tanto na vida.
Conhecer alguém que te faz ser aquilo que realmente és, que não tem frescuras, que não se importa com o teu estilo, aparência ou o jeito que falas.
Que deseja estar com contigo, que te faça sentir especial e que realmente se importe com aquilo que pensas e te dê a  atenção que mereces.
É bom ter alguém do teu lado que te apoie e fique do teu lado para o que der e vier, que pensa parecido como os teus  pensamentos, que não se importa com o que aconteça, sempre vai querer estar contigo.

As vezes desacredito de tudo, mas sei que em algum lugar do mundo tem alguém que deseja estar comigo, que tenhas as mesmas ideias e pensamentos que os meus, que realmente queira um amor verdadeiro e um carinho sincero.

Talvez esta pessoa esteja mais perto do que eu imagine, ou mais longe do que penso, mas sei que um dia vai aparecer e vai me amar como eu sou, talvez a encontre amanha ou depois.

                                                                                                  

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Pequena

Uns chamam de instintos, outros de amor, talvez estes conflitos de informações não sejam tão distintos assim.

O que é o instinto se não a certeza de proteger aquele que precisa de ajudar, que está ao teu lado e também te protege.
O amor é capaz disto também, de proteger e se arriscar por aqueles que amamos e queremos bem.
Parece que estou falando das virtudes dos seres humanos, mas na verdade quero me referir ao amor que os animais, ditos irracionais, tem por seus donos, o quando nos cativa e nos impulsiona a ama-los incondicionalmente.

São arteiros, bagunceiros, nem sempre usam o lugar certo para suas necessidades, coisas corriqueiras que nos acostumamos porque o amor que nos transmite, o carinho e a alegria que sentem ao nos ver chegar supera qualquer detalhe e nos faz esquecer de todas as suas artes e traquinagens.

"A razão de eu amar tanto o meu animalzinho é porque ao chego em casa ele é o único no mundo que me trata como seu fosse Os Beatles." Bill Maher
 
Bem verdade esta frase, eles conseguem nos fazer sentir as pessoas mais importantes do mundo, porque seu amor é único.

Os animais conseguem transmitir uma doçura que ao mesmo tempo conforta e mostra a honestidade dos sentimentos, se gostam de alguém fazem de tudo para agradar, independente do que recebem de volta, mas se não gostam demonstram isto com indiferença, não enganam.

Esta semana que passou conheci um pouco mais sobre o amor de uma pessoa por seu animal de estimação. Uma pessoa incrível, pura e sempre demonstrando o imenso amor por sua gatinha, sua companheira, a alegria de chegar em casa e recebe-la no colo com um carinho sempre todo especial.

Infelizmente foi uma história de amor curta, quis o destino que sua gatinha deixasse esta vida com uma doença incurável, de forma antecipada.

Uma vez perguntaram-me como sei quando fazemos ou não todo possível para quem amamos, sejam pessoas ou animais?
Nesta época não tive respostas, talvez porque minha história de vida não seja das mais felizes, mas conhecendo esta pessoa incrível  fui vendo e aprendi que mesmo quando dedicamos todos os nossos esforços ainda restará o pensamento de que poderíamos ter feito mais.
Isto acontece porque temos dificuldades de conviver com as perdas que a vida nos impõem, de aceitar que somos limitados, não sabemos tudo e não temos poder sobre certas coisas.

Carlos Drumond de Andrade dizia que “ninguém é igual, todo ser humano é um estranho impar”, ele tinha razão. Cada pessoa sente de uma forma, reage de maneiras diferentes, se sacrifica, faz o que acredita dando o seu máximo por aquilo.  
Assim, também,  são os animais, um amor impar mesmo que vivam por instintos, o carinho é únicos, podemos ter a sensação em determinada situações que não fizemos tudo que poderíamos, mas no fundo sabemos quando chegamos ao limite.
Mesmo que o amor que sentimos  nos diz que podemos ir além, mas a vida conta com a razão e é ela quem decide a hora de parar.

Quando perdemos um animal de estimação, um companheiro de vida, sentimos uma falta que não se calcula, não se mede e não se explica.
Quem nunca viveu um amor assim é incapaz de entender, afinal era só um animal.... não.. é muito mais que isto; é a pureza da simplicidade do carinho, a demonstração verdadeira da amizade sem interesses.


A maior retribuição que podemos dar a eles é evitando que sofram, de todas as maneiras, até mesmo quando precisamos fazer a escolha mais difícil de nossa vida, afinal escolhemos sempre evitar que eles sofram. Se foi isto que seu coração pediu, então fez a coisa certa e tudo que poderia ser feito. 





Este texto é in memorian da gatinha "Sarita", chamada carinhosamente de "Pequena".
"Por que o sofrimento dos animais me comove tanto? 
Porque fazem parte da mesma comunidade a que pertenço, da mesma forma que meus próprios semelhantes." Émile Zola
 


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

E quando a Vida Imita a Arte? - Cinquenta Tons de Cinza

Sempre tive o cuidado em fazer comentários sobre programas de televisão, filmes, novelas porque mesmo tendo opiniões formada sobre determinados assuntos, precisamos saber entender quando algo é feito apenas como arte e para o entretenimento das pessoas.

Este é um ponto que gosto de comentar, de mostrar comparando com a nossa realidade sem mistura-las, mas para algumas pessoas, infelizmente, a arte imita a vida, é onde “mora o perigo”.
Recentemente estreou nas telas do cinema o filme baseado no livro “Cinquenta Tons de Cinza”, um filme esperado por muitos e que vem lotando salas de cinema.

Sem entrar no mérito da qualidade ou da história que o filme trás, gostaria de fazer uma pequena analogia com a vida real, com fatos que movem o nosso cotidiano.
O filme é realmente sobre uma relação doentia e perigosa, preenchido com abuso físico e emocional, parece glamoroso, porque os atores são lindos, têm carros caros e aviões, tem até a Beyonce cantando. 

Você pode concluir que Christian e Ana são legais e que seu relacionamento é aceitável. Abuso não é glamoroso ou legal, em qualquer circunstancias.

Christian Grey foi terrivelmente negligenciado quando era uma criança, ele está confuso sobre o amor, porque ele nunca experimentou a coisa real. Em sua mente, o amor está emaranhado com sentimentos ruins como dor e o constrangimento. 
Christian gosta de machucar mulheres de formas bizarras,  Anastásia é uma menina imatura que se apaixona pelos olhares e pela riqueza de Christian, e tolamente segue seus desejos.

No mundo real essa história iria acabar mal, com Christian na cadeia e Ana em um abrigo ou Christian continuaria batendo em Ana, e ela sofreria como nunca. De qualquer maneira, as suas vidas, dificilmente seriam um conto de fadas.

Aqui estão algumas das ideias perigosas se trouxemos para a vida o que ensina a arte, promovidas em Cinquenta Tons de Cinza:

1. As meninas querem caras como Christian: Grosseiro e que mande nela.
Não! Uma mulher psicologicamente saudável evita dor. Ela quer se sentir segura, respeitada e cuidada por um homem que ela pode confiar. Ela sonha com vestidos de casamento, não algemas.
2. Homens querem uma garota como Anastásia: Calma e insegura
Errado. Um homem psicologicamente saudável quer uma mulher que sabe se defender por si mesma. Ele quer uma mulher que o corrija quando ele sair da linha.


3. Anastásia exerce livre escolha quando ela consente em ser machucada, então ninguém pode julgar a sua decisão.
Lógica falha. Claro, Anastásia tinha livre escolha - e ela escolheu mal. A decisão autodestrutiva é uma má decisão.

4. Anastásia faz escolhas sobre Christian de forma racional e distante.
Duvidoso. Christian constantemente serve Anastásia com álcool, prejudicando seu julgamento. Além disso, Anastásia se torna sexualmente ativa com Christian - sua primeira experiência - logo após conhecê-lo. O sexo é uma experiência poderosa - particularmente na primeira vez. Finalmente, Christian manipula Anastásia para assinar um acordo que a proíbe de falar a alguém que ele é um abusador. Álcool, sexo e manipulação - dificilmente seriam os ingredientes de uma decisão racional.

5. Os problemas emocionais de Christian são curados pelo amor de Anastásia.
Apenas em um filme, na vida real, Christian não mudaria de forma significativa Não na situação apresentada). Se Anastásia quisesse ajudar pessoas emocionalmente perturbadas, ela deveria pensar mais em sua vida e se fosse o caso buscar ajuda profissional.

A principal questão: As ideias de Cinquenta Tons de Cinza, caso alguém queira imitar a arte, são perigosas e podem levar à confusão e má decisões sobre o amor. Existem grandes diferenças entre os relacionamentos saudáveis e não saudáveis, mas o filme mascara essas diferenças, de modo que você começa a se perguntar:

O que é saudável em um relacionamento?
O que é doentio?
Há tantos tons de cinza?

Eu não tenho certeza.

Apesar da analogia sobre o filme é bom entender que se trata de uma “obra literária”, se vista desta forma, com intuito de distrair, apreciar a leitura ou o filme a pouco tempo lançado, não há porque se preocupar.
A vida não pode imitar a arte, mas, infelizmente, existem muitas “Anastácias” e “Christians” por ai, o importante é respeitar as vontades, entender que somos donos de nossas vidas apenas e responsáveis por nossas atitudes.


domingo, 15 de fevereiro de 2015

Amigos de Verdade

Recebi um e-mail de um amigo e resolvi comenta-lo aqui para que as ideias não voassem antes de serem registradas.
Uma situação que não é exclusiva e pode servir para outras pessoas que passam por isto.
Este amigo tenta me alertar sobre as mudanças que aconteceram em minha vida desde um determinado acontecimento até os dias de hoje.

É interessante ver alguém falar sobre você por um angulo que, logicamente, não é o seu, ver coisas que passam desapercebidas por nós, mas jamais por aqueles que se importam contigo.

Muitas vezes quando algumas pessoas te abordam sobre isto, é sempre de forma negativa, tentando mostrar as coisas que julgam erradas, comentam até com uma certa alegria em te ver assim. Não é o caso deste meu referido amigo.

Quando alguém quer o seu bem nota-se em suas palavras porque em momento algum ela usa exemplos que julgam negativos da sua vida atual, para mostrar como mudou, elas simplesmente tentam te alertar, segundo o seu ponto de vista, o quando você é importante para ela, suas virtudes e simplesmente te faz comparar com aquilo que é vive hoje.

Fiquei muito feliz em ter recebido este e-mail, realmente me faz pensar em muitas coisas, reavaliar muitas situações e atitudes tomadas.

Conheço algumas pessoas que passaram e outras que ainda passam por isto, que mudaram radicalmente seus hábitos por causa de um acontecimento, planos, esperanças e dedicação a projetos de vida ou a um alguém em especial.

Entre estas pessoas me encontro, mudei por uma pessoa em especial e que levou a meu amigo  a escrever.

Ela mudou minha vida sim, mas aos meus olhos para melhor, me tornei alguém com mais sentimentos, se aos olhos das pessoas que me conhecem minha mudança não aparentam ser para melhor, convém refletir sobre qual ponto de vista eles estão a analisar, se do ponto de vista do bem que sempre fiz a eles ou da felicidade que sinto?

Sempre soube separar as coisas, sempre vivi conflitos e desilusões e nunca demostrei, nunca descontei em ninguém as minhas frustrações, aparentemente sempre fui uma pessoa feliz e realizada aos olhos das pessoas.
Se hoje estou diferente, mais concentrado, menos presente e agradável aos olhos das pessoas, talvez seja por estar atrás do que sou e de quem me completa.

Sobre o meu ponto de visto hoje, penso mais em minha vida, estou atrás de algo que me satisfaz, um projeto de futuro que será a minha base.
Talvez não existisse motivos para mudar tanto assim, mas não considero que mudei, apenas dedico-me menos a certas coisas e busco mais minha satisfação pessoal.

Compreendo e agradeço a preocupação de quem de fato se preocupa com a minha vida de uma forma amorosa, mas existe um ponto de avaliação que só quem vive tem, só quem vive é capaz de avaliar se vale ou não a pena.

Sim, mudei... Mas jamais vou perder a simpatia, jamais perderei meu amor por coisas simples, conversar com as pessoas, vê-las sorrir com minhas palavras, criar um ambiente agradável e deixar de me preocupar com aqueles que trabalham comigo. Apenas, neste momento, estou em busca de um amor maior, de um amor "que seja eterno enquanto dure".

Neste momento que vivo preciso deixar certas coisas estacionadas, não por ser menos importante, mas porque preciso de forças e referências para continuar vivendo. 
Hoje meu objetivo é este, estar com quem me faz sentir bem, alguém que já é um projeto de vida em andamento, alguém que me fará ser melhor do que sou hoje.

Se mudei tanto assim aos olhos das pessoas que convivem comigo, então preciso da compreensão delas, em nome de tudo que fiz sem interesses a cada um, meu pedido é que compreendam este meu momento onde busco minha felicidade, tenham paciência.

A essência de quem sou jamais vou perder, assim como não desejo perder a pessoa que busco hoje, meu porto seguro, mas assim como todas as embarcações enfrentam mares agitados, estou no meio dele agora e até chegar a águas tranquilas vou precisar da compreensão de quem realmente se preocupa com minha felicidade. 

Se me perguntarem:  "Você é feliz assim?"

Responderei:  sim, sou feliz só por ter a oportunidade de buscar a felicidade, correr atrás de algo concreto que me tira um sorriso dos lábios só de saber que posso chegar lá. Sou feliz porque a vida só é vivida de fato quando se tem sonhos e destes sonhos se pode lutar para que se tornem realidade. 
Se vou conseguir ou não…. Não importa.... O que de fato me importa é a luta e a esperança que me deixa vivo e me motiva todas as manhãs.



Agradecimento:
Agradecimento especial ao meu amigo Aubrey por seu e-mail enviado e principalmente, por me dar a oportunidade de colocar tudo isto no "papel", registar este desabafo. São pessoas assim que faz a vida ser mais alegre. Muito obrigado por sua amizade. 

Ajude-nos a divulgar os nossos textos utilizando os "quadradinhos" abaixo para compartilhar. "Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias."

Mário Vargas LIosa

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Reter Com As Mãos Abertas

"Era uma vez um menino que encontrou, num bosque próximo à sua casa, um pardal cuja asa estava quebrada. Recolheu-o, fez-lhe uma gaiola de varetas e tratou dele com paciência, até que se recuperou. Em pouco tempo, tomou-se de amores pela avezinha, passando a pensar que ela era "sua".
Passado um mês, mais ou menos, o pardal curou-se e começou a tentar fugir da gaiola, batendo as asas e atirando-se contra as varetas. Diante disso, o pai do garoto aconselhou-o: "Meu filho, você precisa deixá-lo ir embora. É um pássaro livre, jamais seria feliz numa gaiola. Se o mantiver preso, ele vai se ferir e poderá ferir a você também". 
Levaram a gaiola para fora de casa; o menino retirou o passarinho de dentro dela com cuidado. Pressentindo a liberdade, o pardal abriu as asas, tentando voar. Num movimento automático, o menino cerrou a mão, sentindo um medo súbito de perder para sempre o animalzinho de estimação. A avezinha grasnou, batendo em vão as asas.
- Filho - disse o pai com brandura - abra a mão. Sei que você o ama, mas veja como ele se debate! Numa fração de segundo, suas asas tão frágeis podem partir-se. Apertando-o com força, para evitar que fuja, você pode machucá-lo e talvez até venha a matá-lo. 
- Mas, se abrir a mão, ele voará! - exclamou o menino. 
- É possível! - respondeu o pai. - Mas se ele voar talvez um dia volte, pode vir a mutilá-lo ou a matá-lo, perdendo-o do mesmo jeito e sem alternativa. A única maneira de reter o que é selvagem é mantendo as mãos abertas. 
O menino abriu a mão e o pardal voou imediatamente, é claro. Tristonha, a criança viu-o partir, entrando com o pai em casa. Durante todo o dia foi tomado por uma solidão imensa. Na manhã seguinte, porém, ele foi despertado pelo som de um chilrear conhecido e viu um pardalzinho pousado num galho próximo à janela. Não conseguiu saber se aquele era ou não de fato o seu pardal, mas, ao descer para o seu café da manhã, percebeu que sua solidão havia desaparecido." 

Livro: Histórias Interessantes 
Autor: Assis Almeida
Editora: Edições Livro Técnico


Uma história simples e para alguns até com um final obvio, mas não se deixe enganar, a simplicidade da história traz uma verdade profunda que nos faz pensar em muitas e determinantes situações que vivemos.

O desprendimento talvez seja o mais duro conflito que enfrentamos porque criamos certa dependência, viver sem aquilo ou aquele que já nos faz parte é bastante complicado.
Abrir a mão não é simplesmente deixar voar um pássaro, mas também um sonho, planos e um sentido de vida que nos conforta, que da razão as nossas emoções e nos tranquilizava.

As vezes entendo a vida como momentos de sacrifícios e recompensas, pode parecer estranho mas nos sacrificamos tanto por algo que desejamos e de repente precisamos enfrentar o mais difícil deles, abrir mão do que antes tínhamos como sendo nosso.


Quando duas pessoas se amam e existem barreiras que atrapalham este amor, a decisão mais drástica a se tomar seria abrir mão deste amor, desistir de tudo que sonhou um dia na esperança que o “próximo” sejam mais fácil.

Na verdade não é desta abdicação que estou falando, mas deixar voar tudo aquilo que te impede de viver este amor, tudo aquilo que serve de obstáculo.  Pode ser que estes impedimentos sejam um estado de espirito ou emocional, talvez algo físico, não importa. Abrir mão e deixar voar é uma decisão entre viver os seus sonhos ou voltar a dormir na tentativa de sonhos mais favoráveis.

As recompensas virão depois disto, pode demorar, podemos não perceber devido ao nosso coração duro e amargurado pela decepção da perda, mas certamente a recompensa virá.

Lembre-se, temos duas mãos, em uma delas temos todos os nossos problemas, todos os impedimentos que a vida colocou no nosso caminho, na outra mão temos nossos sonhos, planos, pessoas que amamos, ao abrir uma delas tudo se vai e ela permanecerá aberta para receber.

A escolha que devemos fazer é, qual das mãos queremos aberta, dos obstáculos ou dos nossos sonhos?

O autor tratou de um assunto tão doloroso de uma forma simples, um vocabulário para qualquer criança entender, talvez porque abrir mão seja algo que devemos aprender desde criança para que o adulto que somos hoje possa compreender o significado de respeitar os sentimentos alheios.

"Desconfio que é preciso libertar-se dos medos bobos para ter coragens absurdas." 

                                                                                 Resenha de:



segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Um Dia de Cada Vez

Hoje acordei com uma sensação forte que não sobreviverei a tudo que a vida coloca como obstáculo em minha vida. Querendo entregar-me ao destino e dizer que não aguento mais tantas situações contrárias ao meu desejo, simples vontade de sobrevivência.
Não me venha dizer que no mundo existem pessoas em piores situações, mostrar-me filas de hospitais ou foto de alguém a morrer de uma doença qualquer em seu leito de morte, isto só prova o quando o destino ou a vida se faz dura, injusta às vezes.
Vivo uma situação em que os olhares de fora não imaginam, talvez gostariam de viver o que pensam que vivo, mas não queiram  passar por tudo que já passei. Ficar sem aquilo que desejo, tão simples desejo e que se mostra tão distante e impossível de alcançar.

O que são os sonhos se não possibilidades, o que são os desejos se não um incentivo para conquista, mas porque os obstáculos são tão cruéis e de momentos desesperadores?
“Seja forte”, é tudo que ouço, é todo o incentivo que podem me dar, mas ser forte para simplesmente sobreviver as decepções?
O que vem depois de uma decepção  é provavelmente outra.

Meu grande amigo e incentivador Guilherme Martins gosta muito de citar frases em seus textos, não tenho as mesmas qualidades nas palavras que ele, mas gosto de ler e nestas minhas leituras vi uma frase de Voltaire que dizia assim: “Tudo se pode suportar, exceto o desespero.”
Estou na fase do desespero e a cada dia fica mais insuportável aguentar tantos desencontros e obstáculos.

Por que preciso ter resposta para tudo?
Por que as coisas sempre precisam fazer sentido e estar em ordem com aquilo que acredito?
Quem são as pessoas encarregadas de colocar tanta dificuldade e obstáculos no meu caminho, capaz de me tirar a razão e todas as forças?
Olho para as outras pessoas, as vidas que levam e fico a me perguntar por que tudo é tão “fácil” para alguns enquanto para outros tudo se faz tão complicado?
Aquela alegria que vejo nas pessoas, os sorrisos e a vida que levam como se não tivessem problemas e tudo fosse normal, será que não mereço algo parecido?

Copyright erol anar
Sim, mereço e por isto que não me entreguei até hoje, por isto que resisto mesmo agonizando quase sem respirar, mas não desisto.
Temos a falsa ideia que “desistir” é por um ponto final e pronto, mas na verdade o “desistir” também é um caminho escolhido e temos que percorre-lo da mesma forma que enfrentamos a realidade.
O caminho da desistência é doloroso, íngreme e com obstáculos piores ainda, porque é o caminho do fracasso, que teoricamente deveria ser mais fácil, mas não é.
Percorremos o caminho da desistência e sem algo que ninguém consegue sobreviver, a autoestima. É um caminho sem volta e um caminho sem fim.

Talvez o segredo é conseguir tirar um sorriso entre um obstáculo e outro, entre uma decepção e outra, é viver o meio termo de tudo isto.
Na vida temos duas certezas, a que um dia nascemos e a certeza que um dia vamos morrer, tudo que fizermos entre estes dois eventos é de nossa total responsabilidade.
Não tem jeito, ou aproveitamos as pedras no caminho e construímos nossa ponte, ou as carregamos como penitencia, auto piedade e morremos na primeira esquina.

Para alguns a morte é o fim, depois dela nada mais acontece, mas para outros a morte é só o começo, como viveremos depois depende do que fizemos no “aqui e no agora”.

Podemos acreditar nisto ou não, mas convém não arriscar, por isto resolvi deixar acontecer, sobreviver as dificuldades um dia de cada vez.

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