“Não sei se escrevo crônicas, contos, poesias, piadas, verdades ou mentiras... Seja o que for, escreverei de forma breve como a vida....... Histórias breves de personagens breves que, em maior ou menor grau, são fragmentos do que sou e procuro eternizar.”

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Um Dia de Cada Vez

Hoje acordei com uma sensação forte que não sobreviverei a tudo que a vida coloca como obstáculo em minha vida. Querendo entregar-me ao destino e dizer que não aguento mais tantas situações contrárias ao meu desejo, simples vontade de sobrevivência.
Não me venha dizer que no mundo existem pessoas em piores situações, mostrar-me filas de hospitais ou foto de alguém a morrer de uma doença qualquer em seu leito de morte, isto só prova o quando o destino ou a vida se faz dura, injusta às vezes.
Vivo uma situação em que os olhares de fora não imaginam, talvez gostariam de viver o que pensam que vivo, mas não queiram  passar por tudo que já passei. Ficar sem aquilo que desejo, tão simples desejo e que se mostra tão distante e impossível de alcançar.

O que são os sonhos se não possibilidades, o que são os desejos se não um incentivo para conquista, mas porque os obstáculos são tão cruéis e de momentos desesperadores?
“Seja forte”, é tudo que ouço, é todo o incentivo que podem me dar, mas ser forte para simplesmente sobreviver as decepções?
O que vem depois de uma decepção  é provavelmente outra.

Meu grande amigo e incentivador Guilherme Martins gosta muito de citar frases em seus textos, não tenho as mesmas qualidades nas palavras que ele, mas gosto de ler e nestas minhas leituras vi uma frase de Voltaire que dizia assim: “Tudo se pode suportar, exceto o desespero.”
Estou na fase do desespero e a cada dia fica mais insuportável aguentar tantos desencontros e obstáculos.

Por que preciso ter resposta para tudo?
Por que as coisas sempre precisam fazer sentido e estar em ordem com aquilo que acredito?
Quem são as pessoas encarregadas de colocar tanta dificuldade e obstáculos no meu caminho, capaz de me tirar a razão e todas as forças?
Olho para as outras pessoas, as vidas que levam e fico a me perguntar por que tudo é tão “fácil” para alguns enquanto para outros tudo se faz tão complicado?
Aquela alegria que vejo nas pessoas, os sorrisos e a vida que levam como se não tivessem problemas e tudo fosse normal, será que não mereço algo parecido?

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Sim, mereço e por isto que não me entreguei até hoje, por isto que resisto mesmo agonizando quase sem respirar, mas não desisto.
Temos a falsa ideia que “desistir” é por um ponto final e pronto, mas na verdade o “desistir” também é um caminho escolhido e temos que percorre-lo da mesma forma que enfrentamos a realidade.
O caminho da desistência é doloroso, íngreme e com obstáculos piores ainda, porque é o caminho do fracasso, que teoricamente deveria ser mais fácil, mas não é.
Percorremos o caminho da desistência e sem algo que ninguém consegue sobreviver, a autoestima. É um caminho sem volta e um caminho sem fim.

Talvez o segredo é conseguir tirar um sorriso entre um obstáculo e outro, entre uma decepção e outra, é viver o meio termo de tudo isto.
Na vida temos duas certezas, a que um dia nascemos e a certeza que um dia vamos morrer, tudo que fizermos entre estes dois eventos é de nossa total responsabilidade.
Não tem jeito, ou aproveitamos as pedras no caminho e construímos nossa ponte, ou as carregamos como penitencia, auto piedade e morremos na primeira esquina.

Para alguns a morte é o fim, depois dela nada mais acontece, mas para outros a morte é só o começo, como viveremos depois depende do que fizemos no “aqui e no agora”.

Podemos acreditar nisto ou não, mas convém não arriscar, por isto resolvi deixar acontecer, sobreviver as dificuldades um dia de cada vez.

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