“Não sei se escrevo crônicas, contos, poesias, piadas, verdades ou mentiras... Seja o que for, escreverei de forma breve como a vida....... Histórias breves de personagens breves que, em maior ou menor grau, são fragmentos do que sou e procuro eternizar.”

sábado, 30 de maio de 2015

Nossa Geração


Lisboa é uma cidade linda, dizem alguns apaixonados que é um dos melhores lugares para se morar, sinto que devo concordar com eles porque simplesmente amo este lugar.

Uma cidade que anda envelhecendo, não apenas em sua já antiga e magnifica arquitetura, mas também em sua população, prefiro dizer que a cidade está adquirindo a experiência que só a idade nos dá.

Recentemente passeando em uma de suas lindas praças fiquei observando e ouvindo alguns senhores conversando e comparando nossos dias agitados com os anos de suas juventudes, é fantástico como podemos aprender muito com isto.

Às vezes é importante sair de frente dos aparelhos celulares, telemovel como se dizem aqui, com as nossas necessidades absurdas de se comunicar, como se cada mensagem fosse a coisa mais importante do mundo. Talvez fosse importante voltar um pouco para nossa essência, sentir o sol.

Aqueles senhores falavam sobre a forma de tratar as pessoas, o respeito e principalmente a confiança dada em apenas palavras, compromissos firmados com a honra marcada e respeitada, coisas que são esquecidas nos dias de hoje.
Hoje cumprimos um ritual de compromisso marcado com a certeza que se chegará duas horas depois, não praticamos mais a pontualidade, sempre colocamos a culpa no transito como se não soubéssemos que ele existe.

A sabedoria de ouvir antes de falar ficou no esquecimento, hoje cada pessoa carrega as suas razões já definidas e sem margem para consenso, nossas verdades são soberanas e isto nos leva ao individualismo egoísta de cuidar cada um de seus próprios interesses.

Um simples “bom dia” se dá apenas para conhecidos e assim mesmo como mera formalidade, as palavras perderam a sinceridade e saem de nossas bocas de forma automática. Um sorriso não é mais simpatia, mas visto como interesses outros e muitas vezes maliciosos.

O medo tomou conta de tal forma que as pessoas não se ajudam mais, até mesmo nas necessidades existem desconfianças.

A tecnologia criada para nos unir a cada dia nos afasta mais da vida real e do calor humano, quanto mais distantes e com barreiras que nos separam mais seguros nos sentimos.


Somos a geração “shopping center”, dos jogos eletrônicos, dos perfis em redes sociais, dos alimentos prontos e industrializados, das músicas sem sentido, de celebridades instantâneas, aqueles que só veem a natureza em reportagens do Discover.


Mas nem tudo é negativo, apesar disto consigo enxergar vantagens, mas as desvantagens são enormes e estão transformando as pessoas de uma forma que vale a pena parar e refletir, tentar compreender se é isto mesmo que queremos para nós.


Todos nós temos histórias, mesmo aqueles com  pouca idade ouviu de seus pais e avos sobre valores morais e éticos. Por que a nossa geração precisou extingui-los?
Convém refletirmos e que cada um tire suas conclusões.

 



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