“Não sei se escrevo crônicas, contos, poesias, piadas, verdades ou mentiras... Seja o que for, escreverei de forma breve como a vida....... Histórias breves de personagens breves que, em maior ou menor grau, são fragmentos do que sou e procuro eternizar.”

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Aprendendo com a Idade

Sempre fui da opinião que a maioria das histórias ou reflexões, nascem inspiradas em relatos que acontecem em nossos dias ou narradas por pessoas que conhecemos. 

Como dizia Lavoisier ( o primeiro cientista a enunciar o princípio da conservação da matéria): “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”
Embora seja apenas de um relato, mas assim também faremos, vamos transformar um acontecimento simples em uma situação que nos faça pensar, que possamos sentir todos os sentimentos bons que esta verdade possui.

Espero que façam isto de coração aberto, pois é a forma correta quando falamos de amor. Vamos lá:

“Hoje foi um dia importante.
Estava eu, num daqueles lugares infernais com muita gente, sentada à espera da minha vez.
Toda a gente com ar sisudo, cansados de esperar.. ninguém falava.
À minha frente estava um casal com os seus 65/70 anos.
Como não tinha nada para fazer para além de esperar, fiquei por momentos a observá-los.
Tinham ainda aquele ar de apaixonados como se fossem dois miúdos..
Eu sorri. Eles sorriram para mim.
Ele muito calado e sereno. Ela muito nervosa, insegura e um pouco cansada...
Chamaram o número deles. Ele olhou para ela, deu-lhe a mão e perguntou-lhe "queres que vá contigo?". Ela, envergonhada, mas com aquele ar de menina apaixonada, disse baixinho que sim. 
Ela levantou-se. Com alguma dificuldade, ele também.
E foi com ela, como deve ter feito durante toda a sua vida.”

Sem ter nenhuma base científica a não ser a observação, acredito que enxergamos o amor de várias formas com o decorrer dos anos. Assim podemos dizer que felizes são aqueles que resistem a tantas mudanças que ele proporciona para os corações puros.
As veze duvidamos de um amor na adolescência e nos questionamos; como um sentimento tão complexo pode ser entendido com tão pouca idade?
Vai-se passamos os anos e pensamos estar mais experientes para ele, talvez agora possamos domina-lo com uma maior compreensão; concluímos equivocadamente.

É quando descobrimos que o amor não é uma regra exata, que independe da idade, mas sim da verdade que ele faz sentir as pessoas “contaminadas” por ele.

Costumo dizer que o amor é um sentimento perfeito que habita em pessoas imperfeitas, muitos conseguem vivencia-lo, mas outras possuem o dom para desperdiça-lo.

Quando observamos pessoas com uma certa idade, como esta descrita no relato acima e ainda com a sua companheira de uma vida inteira, compreendemos a longa jornada e sentimos a satisfação de presenciar um amor verdadeiro. Um amor que não se importa com aparências, mas o companheirismo, a cumplicidade e a satisfação de dividir os seus momentos.

Quem narrou este fato conseguiu enxergar uma vida inteira em poucas horas de convívio, apenas observando, porque o amor é assim, se mostra nas atitudes de um olhar, de um carinho e da preocupação estampada nos pequenos gestos.

Para quem está do lado de fora, a beleza deste amor pode mudar, mas para quem vive este sentimento, nada muda a não ser a intensidade cada vez maior do um desejo de sempre estar junto da pessoa amada. 
Esta é uma história de vida como muitas que existem por ai, mas fico feliz quando fatos como estes não passam desapercebidos e podem ser compartilhados para muitos que não conseguem entender a grandeza deste sentimento.

Vivemos em um mundo cada vez mais materialista e de aparências, com pessoas ensimesmadas. Convêm olhar um pouco para trás e enxergar fatos como estes aos quais podemos tirar lições preciosas, diria que é uma questão de sobrevivência.


Fato vivido e narrado por: Melissa Ferreira


Comentários de:

 


Ajude-nos a divulgar os nossos textos utilizando os "quadradinhos" abaixo para compartilhar. "Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias."
Mário Vargas LIosa

domingo, 26 de julho de 2015

Tenho o Que Preciso

Esta história que vão ler abaixo é tão simples como a verdade que ela revela, tão singela quanto a necessidade que temos de entende-la.
 “Às vezes é daquelas pessoas que ninguém espera que vão sair coisas que ninguém imagina. ”  Do filme: The Imitation Game

“Todos os dias após o almoço um homem de negócio comprava pipoca de um ambulante de rua. 
Então, numa quarta-feira, ele encontrou o pipoqueiro fechando a sua barraca ao meio-dia e se assustou:
- Alguma coisa errada? Perguntou.

Um sorriso enrugou o rosto sereno do pipoqueiro.
- De maneira alguma. Está tudo bem.
- Então por que você está fechando a barraca?
- Para poder ir para casa, sentar no meu terraço e beber chá com minha esposa.

O homem de negócio não entendeu muito e contestou:
- Mas o dia está longe de acabar. Você ainda pode vender!
- Não preciso - respondeu o dono da barraquinha - Já ganhei o suficiente hoje.
- Suficiente? Isso é um absurdo! Você deveria continuar trabalhando.

O velhinho ágil, parou e olhou para o seu visitante bem vestido.
- Por que eu deveria continuar trabalhando?
- Ué, para vender mais pipoca!
- E por que vender mais pipoca?
- Porque quanto mais pipoca você vender, mais dinheiro você ganhará. Quanto mais ganhar, mais rico você vai ficar. E quanto mais rico você ficar, mais barracas de pipoca poderá comprar. Quanto mais barracas comprar, mais vendedores venderão o seu produto e mais rico você ficará. E, quando você tiver dinheiro suficiente, poderá parar de trabalhar, vender suas barracas, ficar em casa e sentar-se no terraço com sua mulher e beber chá.

O homem da pipoca sorriu e disse:
- Ué, então, eu posso fazer isso hoje! Eu já tenho o suficiente. Aliás, eu já sou rico, pois tenho paz, uma esposa que me ama e um Deus que supre todas as minhas necessidades! ”

Como todas as histórias que lemos por aí, esta também não sabemos de sua veracidade, mas a intenção aqui é apenas ilustrar uma verdade, algo real que muitos vivenciam e outros deveriam experimentar.
Consegui me formar muito cedo e sempre trabalhei mais do que precisava,  hoje, apesar da minha pouca idade, vivo com a mesma filosofia deste vendedor de pipocas, mas nem todos têm a noção do que lhe é suficiente.

A algum tempo atrás assumi para minha vida que tudo aquilo que me tirava os prazeres simples não compensava conquistar. Descobri o quanto é importante viver momentos que são apenas meus e hoje isto faz parte da minha vida e das pessoas que amo.
Sem querer fazer demagogia, porque é agradável "ter" o poder de compra, de proporcionar um momento de luxo para si ou para alguém que amamos, mas até enquanto isto não se torna o que é de mais essencial em sua vida.

Recentemente ouvi uma matéria no telejornal onde dizia que os japoneses estão voltando para os velhos modelos de celulares, o motivo para isto é justamente o tempo que as tecnologias destes aparelhos novos os roubam de coisas mais importante.
Me surpreendi quando vi a matéria, afinal podemos dizer que é um dos países mais tecnológico do mundo, onde a maioria das novidades nascem. Assim como em muitas invenções foram os percursores, eles talvez foram os primeiros a perceberem o vazio que, muitas vezes, isto provoca.
Preciso ter um carro que faz de zero a cem em segundos onde os limites de velocidade a cada dia diminuem?
Estes são pequenos exemplos, mas cada um sabe a força de sua ganancia, o que realmente precisamos para nossa existência.

É preciso ter força de vontade para se conter e poder apreciar tudo aquilo que estas armadilhas nos roubam, os momentos simples que te enchem a alma de paz e te faz uma pessoa melhor precisam voltar a fazer parte dos nossos dias.
Não precisamos retornar as cavernas para isto, evoluímos como tudo na vida, mas sempre precisamos lembrar que somos os “dominadores” e não os “dominados”.

Aqui na Europa pesquisa recente mostraram que os portugueses são os que menos gastam com tecnologia entre os europeus,  dificilmente dispõem mais de duzentos euros em celulares, felizmente moro aqui.

Gosto de ir ao café na esquina, sentar nas cadeiras que ficam nas calçadas e apreciar a vista do mar enquanto sinto o cheiro desta bebida maravilhosa. Isto me custa apenas o preço de um café.

Gosto de conversar com meus amigos que, surpreendentemente, estão prestando atenção em minha pessoa e não em um aparelho de celular; de ouvir suas “besteiras” que me fazem rir de coisas que racionalmente jamais poderia pensar em soltar um só sorriso se quer, isto me faz feliz.

Podemos viver apenas com o necessário se entendermos os limites de nossas ganancias, a vida passa e não percebemos, a saúde é uma incógnita até para o mais brilhante dos médicos e não sabemos o dia que vamos morrer, o amanha pode não existir para alguns.
Convém pensar na filosofia do nosso personagem vendedor de pipocas e passarmos a dar mais valor ao que temos em nossas mãos e não apreciamos como deveríamos.

                                                                                                    Cabeçalho e Comentários de:





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História do "vendedor de pipocas" reproduzida do site: Pastor Antonio Junior

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Dificuldades nas Diversidades

Vivemos em um mundo tão conturbado e de valores que ao longo do tempo se inverteram, mas mesmo assim não conseguimos criar defesas e deixar que coisas pequenas nos perturbe.

Um grande amigo, irmão e amante me disse que não podemos comparar a dor das pessoas, não podemos subjugar suas dificuldades comparando com as nossas. 

A fraqueza ou a força de alguém vem de dentro e as dosagens são diferentes para cada um. Concordo com meu amante, mas penso que existem dificuldades iguais e que causam o mesmo impacto independente da força que cada pessoa tem para resistir.

Me incomoda quando ouço uma mulher reclamando do seu cabelo, das suas unhas ou que engordou duzentas gramas, como se fosse a questão para uma declaração de guerra. O mal humor toma conta influenciando e irritando a todos que estão ao seu lado, quando a solução está dentro dela mesma.
Já passei por isto com preocupações deste tipo e já senti saudades quando estas eram os meus maiores problemas.

Por outro lado precisamos respeitar os limites de cada pessoa e por isto não generalizo, mas nunca deixei que coisas assim me levassem aos extremos ou que me tomasse mais de cinco minutos de pensamentos ou preocupações.
Todos nós temos ou passamos por problemas, dizem que a forma como enfrentamos é que nos define, mas tenho minhas dúvidas. O que sei bem e por experiência, é que nada é para a nossa morte, a não ser a própria morte.

Não adiantaria relatar meus problemas e dificuldades aqui, como comentei, cada pessoa tem seu grau de tolerância, cada um de nós enxerga de tamanhos diferentes os seus “monstros” que vivem embaixo da cama ou dentro do armário, não dá para comparar.
Muitas outras pessoas enfrentam problemas comuns, mas de formas diferentes e por caminhos escolhidos por motivos que apenas cada uma delas entendem o porquê.

Apesar disto, posso afirmar que a calma, paciência, tolerância, domínio próprio, uma respiração controlada e muita água, são fatores importantes para todos os problemas, sejam de qual forma o enxergarmos.
Aprenda a se desligar, por mais difícil que possa parecer, uma noite de sono faz uma diferença enorme no nosso pensar. Uma pessoa que consegue dormir bem, no dia seguinte está renovada com novas ideias e possíveis soluções ou, no mínimo, para iniciar uma nova estratégia.

Não sou um exemplo vivo de pessoa que consegue levar de uma forma tranquila as dificuldades impostas, sei que suportei muitas coisas inimagináveis até aqui, mas hoje sofro com uma doença de pele de fundo emocional causada por estes desgastes.
Não sirvo de parâmetros, mas não podemos com isto afirmar que estas precauções não funcionaram, afinal poderia ser pior se outra pessoa tivesse passado tudo isto em meu lugar.

Depois de ter escrito até aqui, fiquei a pensar….
Se cada um de nós temos algo para enfrentar e somos diferentes no modo de agir, podemos concluir que existem coisas inevitáveis que precisamos passar, a pergunta é de que maneira vamos reagir a elas?

Certa vez fui visitar pacientes em um hospital infantil que cuidava de crianças com câncer, fui para tentar anima-los e sai animada por eles, por alguns momento tentei carregar toda a dor ali, mas era algo desconhecido e insuportável para quem não vive isto. 
Em outra situação fui visitar uma instituições para crianças órfãs e presenciei toda limitação social que possuem, mesmo assim exibiam o sorriso por cada detalhe de cada conquista, coisas que para muitos passa desapercebido, para eles tudo é valorizado e motivo de festa.

Isto nos leva a pensar que talvez o segredo esteja em não esperar que os problemas terminem para poder ser feliz, mas viver com alegria mesmo no meio deles.

                                                   Traduzido e adaptado por:



                                                                               
Texto de:





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quinta-feira, 16 de julho de 2015

Estradas que a Vida Oferece

Nunca escrevi para um blog e isto deixa-me uma responsabilidade grande, ainda mais por ser uma admiradora desta página a qual estou sempre a ler.

Todos os assuntos aqui abordados parecem que possuem uma capacidade estranha de falar com minha pessoa, por vezes sinto-me dona do texto como se tivesses saído de dento dele.
Por este motivo, mesmo não sendo uma pessoa esclarecia para tanto, desejei iniciar agradecendo a oportunidade de manifestar-me, talvez como um comentário e não comparando-me ou chegando ao nível tal.

Tive tudo que poderias ser suficiente para uma vida honesta, embora com dificuldades o amor de minha mãe saudava-me em todos os momentos por mais contrárias que fossem minhas fortes opiniões.
Alguns me classificariam como “cabeça dura”, outros como “teimosa”, mas para aquela a quem nada disto importavas, falavas sempre aos "quatro ventos" que sua filha era uma pessoa de “opinião”.

Opinião foi sempre o que tive de mais forte em minha vida até aqui, uma marca que abriu-me caminhos, e se estou com minhas conquistas em dia, em vias de conquistar a maior delas, devo isto a este caráter formado ao qual não o classifico como o melhor, mas que funcionou bem até agora.

Sai de terras longínquas para outras desconhecidas, trazendo com minha pessoa costumes aos quais foram forjados na infância, embora distante e rodeadas de pessoas acostumadas em não aceitar o diferente, consegui-me manter sem abandonar minhas raízes.
Consigo me alegrar com o que me parece simples para as pessoas, enxergo detalhes dos quais passam desapercebidos e quando me pego a sorrir sozinha de coisas que as pessoas não sonham ver, a loucura é a palavra mais apropriada para elas me definirem. Para minha pessoa isto nada mais é do que vida e oportunidades para mudar um momento ou uma situação.

Voei tão alto e quando aqui cheguei percebi que ainda falta subir, o topo não existe e a humildade de reconhecer isto é tudo. Para muitos o perigo da queda é constante, mas para minha pessoa vivo na gravidade que, mesmo nos descuidos ou nos deslizes que certamente cometo, são falhas que ainda assim me fazem subir, nada é perdido, pois aprendo com eles. Talvez estejas a se perguntar qual o segredo para isto?

Não sei dizer ao certo, o que sei e posso contar, é que para cada situação ruim que passei em minha curta vida, uma oportunidade surgia do meu muito pensar. Assim fui-me exercitando e calejando ao ponto de suportar o que é inevitável. Nada me caiu do céu. 

O medo não faz parte de minha pessoa, não está em meu código genético, mas o uso como proteção porque é ele quem nos mantém vivos, nos faz respeitar e enxergando outros caminhos.
Tive perdas que me fazem sentir até hoje, conquistas que me ajudam e me acompanham, pois, a vida resume-se nestas duas situações e como encara-las definem o sucesso ou confirmam o fracasso. 

Não se entregue a um momento de dificuldade, mesmo que dure. Procure entender que as estradas que a vida nos impõem não são apenas retas, planas ou com sinalizações adequadas, mesmo sendo sinuosas, são cheias de oportunidades e, às vezes, baixar a cabeça pode parecer se humilhar, mas por vezes é a única forma de evitar uma queda fatal.

Depois que escolhi a ilustração acima para este texto, me veio em mente dizer que, as vezes olhamos para os lados e enxergamos tantas confusões que nos perdemos, quando deveríamos apenas seguir em frente. Pensem nisto.





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Mário Vargas LIosa

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Realidade e Fantasia

Esperando reconhecimento dos meus textos
Esta é minha vida errante de escritor fracassado, ao qual não descarrego as frustrações em uma garrafa, mas despejo meus traumas em outras linhas que talvez não serão lidas.

Sou motivado por palavras de incentivos, as quais não as recebo. Representado em uma foto de alguém que esperava incansavelmente por um reconhecimento em especial.

Críticas negativas também são bem vindas ou positivas talvez. O simples manifestar já  me é importante, o falar simplesmente.

Não escrevo para bilhões, milhares ou centenas, talvez dúzias de pessoas simplesmente, porque o que me importa realmente é apenas uma delas.

Como naquelas tramas de novelas ou filmes de Hollywood, onde se envolve as mais mirabolantes meios e estratégias para se chegar em um objetivo que de tão simples não se entende tanto trabalho e seus riscos.

Não sei o que pensar dos meus escritos, não empolgam e não causam desejo de se manifestarem, talvez porque são simples lógicas do dia a dia onde as pessoas estão afiadas em solucionar ou desistiram de tentar.

Um dia pensei que trazendo a realidade para fora das pessoas fosse uma maneira de ajuda-las a perceber melhor a solução, mas me enganei, nossos dramas pessoais não fazem sucesso, os livros de fantasias ou romances “impossível” é o que chama a atenção.

Talvez comece a escrever do passado e do futuro no mundo da imaginação, me entranhe por esta fresta a qual não precisarei me preocupar com soluções lógicas e cronológicas, afinal poucos gostam de se olhar no espelho e enxergar sua própria alma.

Que estas linhas pouco lidas sejam como uma afirmação da verdade em que todo escritor vive das manifestações de seus leitores (positiva ou negativa), quando não, morrem com suas obras. Não me comparo e não me rotulo como tal, mas necessito do mesmo remédio, seja ele amargo ou doce.

Que viva a literatura.



terça-feira, 14 de julho de 2015

Duas Vidas

"..Melhor serem dois do que um, porque há melhor recompensa no trabalho de duas pessoas. Porquanto, se um cair, o outro levantará seu companheiro. Mas pobre do que estiver sozinho e cair, assim não haverá quem o ajude a se reerguer! 
Também se dois dormirem juntos, ficarão ambos aquecidos; mas como um só poderá manter-se aquecido?
Um homem sozinho pode ser mais facilmente derrotado, mas duas pessoas conseguem resistir. Um cordão de três dobras não se rebenta com facilidade! " Eclesiastes 4: 9 -12

A sensação de solidão parece tão presente em nossas vidas hoje, chega a ser contraditório ter tanta tecnologia e a facilidade de conhecer pessoas, principalmente com a globalização e bem diferente de épocas passadas, mas mesmo assim nada disto diminui a esta sensação.

Além do fato que hoje existe uma dificuldade muito grade das pessoas se ouvirem, também acontece de se fecharem dentro do casulo de suas opiniões.

Por tudo isto não podia pensar em tirar referencias sobre isto no livro mais antigo já conhecido. Estar acompanhado de quem amamos, da pessoa que invade nossos sonhos e os tornam melhores, que nos faz acordar com um sorriso espontâneo no dia seguinte. A pessoa que te entende e mesmo quando não concorda com certas coisas é quem te mostra com carinho o outro lado.

Nenhuma tecnológica descoberta conseguiu substituir, até hoje, esta sensação que o encontro de duas "almas" pode proporcionar, mas há quem prefira a solidão e cada um de nós temos a liberdade de decidir sobre isto.
O amor não é uma formular que se manipula e se ingere para que faça efeito, mas quando acontece as reações são diversas.

Alguns vivem juntos por suas carências, desejos e necessidades de estar com alguém. Neste caso a fraqueza deste sentimento pode causar confusões e a entrega pode ser traumatizante. 

Amar apenas não é o suficiente quando se ama sozinho, mas quando se é amado da mesma forma, quando há uma troca de sentimentos, como uma via expressa de mão dupla, não há nada mais gratificante.

Enfim, ninguém chega em nossa vida por acaso, não existe de fato uma formula, mas quando acontecer certifique-se que seja um sentimento mutuo,  não abra totalmente o seu coração quando não sentir que esta sendo retribuído. Mais uma vês sitando o livro sagrado em Mateus 7:6: "....não lance perolas aos porcos....".

Quando duas pessoas sentem o mesmo, dentro de cada mente a revolução está instaurada, gerando o sentimento nobre do amor em cada uma delas, então compartilhe as suas "pérolas."


quarta-feira, 1 de julho de 2015

Traição e Confiança

Entre vários ensinamentos que carrega para minha vida, um deles me chama muito a atenção. O respeito e o valor que o povo oriental tem com os anciões, como ouvem e seguem os conselhos dos mais velhas, é algo que admiro muito como ocidental.

Tive o prazer de conhecer em minha época de universitário e criar uma grande amizade com uma pessoa de origem japonesa, o qual convivo até hoje.

Nesta conversa falamos de um assunto bem polêmico e que causa muitas controvérsias; a confiança, especificamente dentro de um relacionamento amoroso.

Ele me contava que sempre confiou em sua parceira, mesmo quando teve todos os motivos para desconfiar. Várias vezes teve oportunidade de segui-la, em outros momentos de “vasculhar” seu perfil em redes social, já que ela esquecera aberto em seu notebook, mas nunca o fez.
Na verdade, ele nunca quis comprovar suas desconfianças, mas, também, nunca se deixou levar por este pensamento destrutivo e sempre conviveu muito bem com esta situação.

Não sei o que faria em seu lugar, mas uma coisa é certa, jamais “vasculharia” um perfil que não seja o meu, acredito que se chegamos a este ponto, é porque a situação ficou insuportável.
Talvez minha posição sobre este assunto cause muita discordância nos leitores, mas o ponto principal e que precisa ser avaliado em um relacionamento é o que cada um oferece de si ao outro, apenas isto.

Quando uma pessoa chega ao ponto de trair alguém, ela na verdade está traindo a si, indo contra tudo aquilo que recebeu de quem a ama, para alguém de consciência, este é um peso insuportável.

Ontem estava assistindo um episódio da série The Blacklist e uma das falas foi sobre a traição, a personagem principal foi traída por seu marido; “...nenhum tipo de violência, tortura ou qualquer que seja a vingança que eu possa fazer contra você, vai curar esta dor que a sua atitude me causou.... É a minha vida e você me matou com sua traição...”

Muitas vezes a vida imita a arte, ou a arte imita a vida, seja como for é a descrição de um sentimento real, onde quem causa esta dor tem que conviver com o peso, com a culpa de ter assassinado algo tão maravilhoso dentro de outra pessoa e  que a fazia feliz.

Não somos obrigados a conviver com quem não queremos, mas por uma questão de caráter precisamos ser honestos com o que sentimos, ter a consciência que carregamos conosco duas fontes de sentimentos, a nossa e a da pessoa que depositou o amor e a confiança em nós.

Mas o que tudo isto tem a ver com os anciões orientais que comentei no início do texto?

Foi de um deles que ouvi isto: “...nunca procure aquilo que você não quer encontrar, se um dia tiver que saber, saberá de uma forma natural. Enquanto isto viva sua vida e desfrute de cada momento como se fosse o último.”

Talvez seja difícil aceitar que as pessoas só conseguem oferecer aquilo que tem dentro de si e a honestidade nos sentimentos é o mínimo que podemos esperar de alguém.
  
Outra situação importante para se pensar muito em uma situação como esta, é que sempre existirão dois lados, cada um deles com suas histórias e justificativas. É sábio aprender a ouvir, procurar entender e só depois decidir o que fazer.
Sobre isto li recentemente uma pequena história, não sei se verdadeira mas retrata uma verdade importante. É de um autor desconhecido, vou transcreve-la aqui:

"Uma garotinha segurava em suas mãos duas maçãs. Sua mãe entrou e lhe pediu com uma voz doce e um belo sorriso:
- Querida, você poderia dar uma de suas maçãs para a mamãe?
A menina levantou os olhos para sua mãe durante alguns segundos e morde subitamente uma das maçãs; logo em seguida morde a outra.
A mãe sente seu rosto se esfriar e perde o sorriso. Ela tenta não demonstrar suas decepção com a filha.
Em seguida a pequena menina olha para sua mãe com um sorriso de anjo e diz:
- Tome... essa é a mais doce..!! "

As vezes podemos não concordar com certas atitudes ou com maneiras que as pessoas resolvem seus dilemas, mas ao invés de julgar, ouça antes o outro lado, dê o beneficio da dúvida e o privilégio de poder se explicar.
Não podemos julgar as pessoas, todos nós erramos e todos temos momentos em que ficamos mais vulneráveis e nesta hora podemos cometer falhas.

Julgar alguém é uma tarefa que não nos cabe, não conhecemos o seu coração. O que devemos fazer é "julgar" as atitudes, as situações e os acontecimentos, só depois decidir conviver ou não com isto.
Quando se ama alguém de verdade, tudo em nós está focada nesta outra vida, é como uma extensão de nós e tudo que possa lhe afetar, acaba refletindo em nós. Se acontecer de algum sentimento paralelo surgir, algo que seja significativo ao ponto de tirar seu sono, então o mais honesto é partilhar com a pessoa amada, assumir e resolverem juntos esta questão.

 

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