“Não sei se escrevo crônicas, contos, poesias, piadas, verdades ou mentiras... Seja o que for, escreverei de forma breve como a vida....... Histórias breves de personagens breves que, em maior ou menor grau, são fragmentos do que sou e procuro eternizar.”

sábado, 22 de agosto de 2015

Relações

“Se doeu tem que falar. Se incomodou tem que explicar. Se está ruim tem que ajeitar. Se estragou tem que consertar. Ou então jogar fora. Entende?
Não dá para passar a vida inteira com as coisas entaladas na garganta, feito espinha de peixe que não desce e arranha toda vez que a gente engole." Clarissa Corrêa

Ela vai jurar de “pés juntos” que não colocou em seu perfil isto para me mandar um recado, mas sei que foi.  
Se de fato fez isto foi com todo a razão, deveria ser mais fiel a estes princípios, principalmente quando um relacionamento tem que enfrentar coisas fora do normal.

Sabe quando olhamos para aquela pessoa especial e que se tornou essencial em sua vida, mas o capricho de uma situação difícil te faz afasta-la por proteção?
Não.... Acho que ninguém entenderia isto.

Talvez não seja para entender mesmo, porque isto não era para acontecer. Quando a vida te coloca situações difíceis o certo a fazer é voltar para o conforto, mínimo que seja, das presenças de pessoas ou dá pessoa a quem mais confiamos.

Uma das frases mais utilizadas quando queremos explicar o inexplicável dos sentimentos cabe bem agora: “O coração tem razões que a própria razão desconhece. ”
Que lindo não é mesmo?
Blaise Pascal quando disse isto deveria estar em um dilema, um conflito interno muito grande e acabou encontrando a resposta ideal para dizer algo sem explicar nada. Grande Pascal.

Sempre a uso quando não tenho respostas nesta área complicada da vida, é como responder aqueles questionamentos difíceis que nos pega de surpresa e você diz:  “.... É relativo”.
Pena que não podemos usar esta técnica nas provas universitárias, apenas na escola da vida.

“Se doeu tem que falar”. Nada mais justo quando se enfrenta um relacionamento honesto, quando existe amor e o essencial que é o respeito.

“Se incomodou tem que explicar”. É uma verdade que evitaria todos os conflitos do universo se levássemos a sério. Precisamos aprender a ouvir, entender o que foi dito e assimilar as coisas antes de falar.

“Se está ruim tem que ajeitar”. Esta é a lógica básica para qualquer situação, a regra fundamental da matemática da vida, ainda mais quando envolve mais de uma pessoa em jogo.

“Se estragou tem que concertar”. As vezes chegamos a um ponto onde pensamos que algo se quebrou e não tem mais volta. Pode ser que em determinadas situações tenhamos razão em pensar assim, mas a lógica óbvia da frase que “enquanto há vida há esperança”, é pura e verdadeira, por isto devemos tentar até nossas ultimas forças.

“Ou então jogar fora”. Um relacionamento é feito por dois sentimentos, duas pessoas que se sentem atraídas e por mais amor que possa existir só sobreviverá ser for reciproco. Caso contrário o melhor é abrir mão e deixar a quem se ama partir, seguir sua vida e seu destino.

Vou contar um segredo e que certamente deixará de ser a partir de agora; para saber o que falar nas situações mais complicadas e delicadas, é importante saber ouvir e entender o que se ouve.
Na pressa em se explicar cometemos o maior dos erros, não paramos para ouvir sobre os estragos de nossas atitudes ou o que aflige de fato a pessoa em questão.

As coisas não são explicadas apenas com a quantidade de palavras que usamos para nos expressar, mas com a força da verdade que elas carregam.

Outra questão importante para quem deseja resolver um problema, é jogar fora a ideia de que a outra pessoa tem a "obrigação" de saber o que se passa contigo. A nossa lógica não é sempre verdadeira e muitas vezes passa desapercebido para outras pessoas.

Guardar o que estamos sentindo é a pior escolha que podemos tomar para manter um relacionamento, seja amoroso ou dentro de uma amizade.

“.... Não dá para passar a vida inteira com as coisas entaladas na garganta, feito espinha de peixe que não desce e arranha toda vez que a gente engole. ”

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quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Amor e Lembranças

Anjo-Mais-Velho  - OTM
Hoje uma senhora tentava abrir uma porta pesada que aqui tenho e fui ajuda-la; de óculos escuros, com um ar sisudo e meio desconfiado, entrou.
Trazia com ela um carrinho daqueles antigos de compras e quando estava a atendê-la começou a falar comigo.
Depois de algum tempo de conversa disse-me:
"sabe menina, eu tenho 71 anos e já passei por muito. Conheci o homem da minha vida quando tinha 19 anos. 
Naquela altura, estava com esse mesmo ar de apaixonada que a menina está, sabe?"  Me mantive calada.
Ela continuou. "Os pais dele não queriam que eu o namorasse, porque eu era de uma família pobre e eles tinham um negócio, uma mercearia.
Tinham dinheiro e achavam que eu não era o suficiente para o filho deles, mas ele gostava de mim e não queria saber.
Vinha buscar-me a casa, íamos passear e conversávamos muito…”. Neste instante a interrompi, perguntei se ele também era apaixonado por ela e com todos aqueles traços de vida que tinha marcados no rosto (a que habitualmente chamam de rugas, sabem?), emocionada olhou para mim e disse-me:
"Ele dizia que era comigo que iria se casar e eu era apaixonada por ele.... Mas ele adoeceu. Sabe aquela doença ruim que toda a gente tinha medo e ninguém falava?
Foi disso mesmo, a vida tirou-me assim. Fiquei sem ele e sem mim; perdi-me ali e estive sozinha durante três longos anos, porque achava que não tinha mais o direito de pertencer a outro alguém como lhe tinha pertencido.
Os anos passaram e aos 25 anos casei-me, tive os meus filhos e fiz a minha vida como pude."
Perguntei se ela achava que tinha sido feliz durante a vida que já tinha passado e com os olhos trémulos, com um olhar triste olhou-me e baixou o olhar. Não disse nada.
Eu estava sentada com ela, não lhe conseguia voltar a olhar nos olhos, mas perguntei se ela achava que o ia encontrar um dia.
Com um pequeno sorriso e uma certa esperança no rosto, abanou a cabeça e fez um pequeno gesto que sim. No fundo ela sabia que apesar de o ter perdido para a morte, ele continuava a ser a vida dela e iria ser para sempre.

Quando minha amiga Melissa me mandou este emocionante relato, lembrei-me logo da frase de Comte D. Rabutin: “A ausência é para o amor o que o vento é para o fogo; ele extingue o pequeno, mas inflama o grande. ”
Exatamente isto que esta história linda nos conta, um amor que ficou no coração, na memória e será levada para sempre inflamado através dos ventos das recordações.
Também encanto-me o fato desta senhora ter dividido tão lindo sentimento com alguém que acabara de conhecer, o que me faz acreditar a cada dia mais que as pessoas boas transmitem confiança só de estar perto.
Em um mundo hoje cada vez mais superficial onde os sentimentos margeiam em linhas tênues que os separam de interesses, quando ouvimos ou lemos relatos de um sentimos tão profundo, corremos o risco de duvidar.
Mas o amor, embora muitas vezes, mal compreendido tem esta força, o poder de marcar uma vida e estas marcas ficarão para sempre. Como diria o poeta; como uma tatuagem na alma a nos recordar.

O vento que inflama este sentimento não o compreendemos, porque o amor não se explica em cartilhas ou em best-sellers, mas quando ele chega, nos transforma em crianças trocando os primeiros passos.
O amor se vive e se deixa viver, aproveitamos quando o encaramos com humildade e sem qualquer tipo de interesse.

Talvez alguns estejas pensando que esta senhora não aproveitou o amor, pois seu amado a deixou prematuramente através da morte, mas para estas pessoas posso dizer que, além de ter vivido este amor, ela pode aprender "do amor" e isto não tem preço.
Este ensinamento a levará por toda a sua vida e alimentará estas chamas que o tempo jamais apagará e sempre a fará continuar, apesar de tudo.

Quero terminar este texto com um trecho muito apropriado para esta situação e que usei em outras divagações.


“Temos que continuar mesmo depois que o arroz queima, a água seca, o vinho entorna. Temos que continuar mesmo depois de descobrir que os defeitos pioram com a idade e as qualidades viram hábito no dia a dia. Temos que continuar depois do luto, da partida, da despedida, (para um novo reencontro), das horas frias e do caminho incerto. Temos que continuar e aprender a cantar: "..apesar de você, amanhã há de ser outro dia...". Para os planos que não deram certo, para as falhas recorrentes e para nós mesmos que nem sempre somos aqueles que gostaríamos de ser. Apesar de nós mesmos, de nossas fissuras e desencantos, temos que continuar...


 Fato vivido e narrado por: Melissa Ferreira                                      Comentários de:




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O texto final é uma adaptação da publicação de Fabíola Simões. Para acessar o original, clique AQUI

terça-feira, 18 de agosto de 2015

O Tempo

O tempo ajeita a saudade
Até explodir a dor
O amor que o tempo apaga
É falsário, é desamor

Vem o tempo e varre a vida
E tudo se vai também
Quem sabe o cansaço carrega
Todo amor que a gente tem

Este tempo que varre a vida
Ao tocar nossas feridas
Faz lembrar o desamor
Vem a vida e grita aos prantos
Que apesar de tanto encanto
Só saudade é que restou


Só saudade o tempo ajeita
Marcas quase já desfeitas
Do muito o quanto se amou
Da chance que foi vivida
Da vida talvez perdida
Do tempo que o tempo roubou

Vem o tempo e varre a alma
Quem sabe um pouco mais calma
Conformada em padecer
Vem a morte e varre a gente
Deixando a saudade latente
A quem não nos queira esquecer.





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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A Simplicidade do Carinho

"Nestas últimas semanas, de tanta confusão e agitação, nem tenho tido bem noção do que é "almoçar". Perguntam-me: "mel, já comeste alguma coisa?" E eu digo que sim, que já comi 'alguma coisa'.
Esta anormal é uma das que me anda sempre a chatear. Mas valente chata!
Hoje decidiu trazer-me o lanche.
São estes pequenos gestos que me fazem ver (não que precise de provas ou algo do gênero), as pessoas que tenho comigo. E tem sido tão bom saber que há pessoas que realmente se importam com os outros, que gostam de verdade, sem querer nada em troca. Que se importam comigo. Que gostam de mim. Obrigada, Joana. Por hoje e por todos os outros dias. Obrigada a todos.
 Estou de coração cheio."

Já dizia Franz Kafka: “A solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana. ”
Uma atitude nada mais simples e com uma profundidade incrível nos faz compreender o conceito de ser solidário.
Palavras são belas quando carregadas de sentimentos e preocupações, ainda mais quando acompanhadas de gestos simples a corroborar com aquilo que foi exprimido.

Somos solidários quando nos preocupamos com coisas e situações que envolvam a quem amamos, não somente as tragédias que vemos todos os dias nos noticiários de TV, em situações de fome em países sem dignidade humana ou em em grandes catástrofes. Nos sentimos solidários quando enxergamos os esforços para uma tarefa de escola, compromissos em seu trabalho e na luta diária onde cada segundo nos é importante.
É tão bom quando alguém é capaz demonstrar carinho em suas preocupações. Por mais autoconfiança que possamos ter, nosso ego precisa deste afago as vezes. 
Não somos super-heróis, somos seres humanos que por mais alto controle que possamos ter, ainda vivemos em comunhão uns com os outros.

Fazemos bem quando damos valor para quem consegue enxergar situações em nossas vidas que acabamos deixando escapar, como neste caso, nesta situação tão simples, mas com tanto carinho demonstrado.
Fazemos bem se olharmos para os lados e percebermos que não estamos sós, e cada pessoa que conosco caminha sentem necessidades que só saberemos quais são se perguntarmos. Como fez a Joana: "Mel, já comeste alguma coisa?"  

Texto de:




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Mário Vargas LIosa  


terça-feira, 11 de agosto de 2015

O Dia Seguinte

E o dia amanheceu, mas para meus olhos que esta noite não se fecharam, é como se fosse ainda o dia anterior.
Pensamentos que me fizeram companhia, dos mais simples aos mais elaborados, de situações que estão ao meu alcance e coisas que jamais resolverei.

Quando isto acontece, é como se tudo ficasse pendente e se acumulando em um “HD” imaginário, limitado e com capacidade mínima de armazenamento, com as condições de processamento lento de tantos volumes de informações.
O dia amanheceu como sendo “o dia seguinte”, um dia de coisas novas e outras nem tanto assim.

Quando estava na universidade um professor me disse algo que não me esqueço... O que era mesmo?  
Bom, lembrei...  “Tudo que você estudou ontem faz parte do passado do qual vai tirar apenas uma pequena parte, o restante só vai se lembrar para pôr no seu currículo, então se concentre apenas naquilo que vai levar consigo para o resto de sua vida. ”

Assim é a vida, o ontem me serviu para tirar aquilo que me fortalecerá, o resto serão histórias que um dia contarei (ou não), para meus filhos e netos.

O importante é compreender que cada dia nos reserva coisas novas, oportunidades que nos escapam se não as percebemos. 
A noite é como um refrigério, uma parada de descanso para um peregrino da vida, que no dia seguinte terá toda as direções que as estradas  nos oferecem.

Não se iluda, não existem respostas para tudo, muitas coisas em nossa vida só se resolvem com o tempo, enquanto esperamos podemos deixar guardados certos problemas em um local que não vá interferir no que estamos construindo neste novo dia para o nosso futuro.





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Mário Vargas LIosa  

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

A Força de Um Pequeno Gesto

"Na década de 1960, no auge da Guerra do Vietnã, um orfanato situado em uma aldeia administrada por missionários foi atingido por um bombardeio. Dezenas de crianças morreram na hora e muitas outras ficaram feridas. Entre elas estava uma menina de oito anos, em estado muito grave. Essa criança precisava de sangue com urgência, mas rapidamente os médicos missionários descobriram que ninguém da equipe era compatível com aquele tipo sanguíneo. 
Então, eles se reuniram com os moradores da aldeia e com a ajuda de um intérprete, explicaram a situação da menina. Contudo, a maioria dos moradores não podia doar sangue, devido ao seu estado de saúde. Depois de testarem o tipo sanguíneo dos poucos candidatos, a equipe médica chegou à conclusão de que somente um menino tinha condições de ajudar a criança.

Após realizarem os procedimentos necessários, deitaram o garoto em uma cama ao lado da menina e inseriram uma agulha em sua veia. Enquanto o sangue era coletado, ele continuava quietinho, com os olhos fixos no teto. Depois de alguns minutos, o menino deu um pequeno soluço e com a mão que estava livre, tapou o rosto tentando esconder as lágrimas. O médico, então, pediu para o intérprete perguntar ao menino se ele estava sentindo dor. Ele respondeu:

Não, moço. Pode continuar.

Porém, não demorou muito para que o soluço e as lágrimas voltassem. Preocupado, o missionário pediu para ao intérprete descobrir o que estava fazendo aquele garotinho chorar. O enfermeiro conversou tranquilamente com ele e, em seguida, explicou ao médico o porquê do choro:

Ele achou que ia morrer. Ele não tinha entendido direito o que você disse e estava achando que ia ter que doar todo o seu sangue para a menina não morrer.

Espantado, o médico missionário se aproximou da criança e, com ajuda do intérprete, perguntou:

Se você achava que iria morrer, por que se ofereceu para doar seu sangue?

Com o coração cheio de amor, o menino respondeu:

Porque ela é minha amiga e eu preferia morrer no lugar dela. "


Sempre que leio algo assim, a pergunta que me vem a mente é:  se trata, de fato, de uma história verdadeira ou não?
Em Portugal a idade mínima para ser um doador é de dezoito anos; já no Brasil a idade mínima é de dezesseis anos. 
Hoje em dia muitas coisas são publicadas sem a preocupação de apurar os fatos, por isto não quero entrar neste mérito, mas apenas usar este fato narrado ou este conto, para questionar se ainda hoje existem pessoas capazes de gestos assim.
Felizmente acredito que sim, ainda tenho fé na humanidade, talvez não tantos para um ato extremo como este, mas na bondade demonstrados em gestos solidários desprovido de interesses.

Nos comovemos quando nos deparamos com situações como estas, pessoas necessitando de ajuda e sem recursos para itens básicos de sobrevivência. As vezes ouvimos e vemos em noticiários verdadeiras tragédias, mas não nos sentimos suficientes para ajudar, mas convém entender que são nos pequenos gestos que grandes coisas são conquistadas.
Não canso de mencionar como exemplo o trabalho das formigas, verdadeiras obras da engenharia modernas são construídas em seus formigueiros apenas com a pequena contribuição de cada uma delas, a disciplina do seu trabalho transformando uma situação que nos parece impossível.

Recentemente uma família no Brasil trouxe a público a necessidade que seu filho tinha de um doador de medula, a comoção foi tão grande que o número de pessoas que se apresentaram para colher material na Santa Casa de São Paulo, que chegava a trinta por dia, chegou a seiscentos em um único dia (matéria completa no link final da página).  Ele conseguiu um doador cadastrado nos Estados Unidos. 

Talvez não consigamos compreender a dimensão de um simples ato, mas o que precisamos entender é que não nos custa faze-lo.
Posso acordar amanhã e não fazer absolutamente nada para melhorar o meu dia, não implicará em consequências, no fim da tarde volto para minha casa e para uma outra noite de sono em paz. 
Posso acordar no dia seguinte e resolver fazer algo, "perder" uma hora deste dia e realizar um simples gesto doando sangue, depois voltar para minha casa e no final da tarde outra noite de sono em paz.

Em sua vida nada mudou, mas tenha a certeza que este gesto causou um grande impacto para "um" alguém, talvez para vários.





Revisão de: Heloisa Leando

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Mário Vargas LIosa  

Para ler o original sobre a história do menino, clique AQUI
Para ler a matéria sobre a doação de medula óssea, clique AQUI


sábado, 1 de agosto de 2015

Eternamente Amizade

“Temos que continuar mesmo depois que o arroz queima, a água seca, o vinho entorna. Temos que continuar mesmo depois de descobrir que os defeitos pioram com a idade e as qualidades viram hábito no dia a dia. Temos que continuar depois do luto, da partida, da despedida, (para um novo reencontro), das horas frias e do caminho incerto. Temos que continuar e aprender a cantar: "..apesar de você, amanhã há de ser outro dia...". Para os planos que não deram certo, para as falhas recorrentes e para nós mesmos que nem sempre somos aqueles que gostaríamos de ser. Apesar de nós mesmos, de nossas fissuras e desencantos, temos que continuar...  Vamos...

Viver é tudo aquilo que fazemos entre o nascer e o morrer, já dizia a obviedade do poeta. Sempre haverá pessoas que passarão por nossas vidas e deixarão marcas positivas ou negativas, seja como for, é tudo o que faz sentido nesta pequena, mas significativa palavra: vida.
Também haverá pessoas que chegarão e ocuparão um lugar especial, são para elas que dedico este texto simplório.
Gosto de falar daquilo que observo e conheço três exemplares raros de amizades, de convívio que mesmo distantes se completam, por isto me senti com propriedade para desenrolar este comentário.
Dentro de cada um de nós há uma história e é através dela que formamos aquilo que somos. Muitas vezes são estes fatos que justificam ações as quais só quem vive entende o momento. 
Muitos amigos, aqueles verdadeiros, conseguem entender ou simplesmente respeitam estes sentimentos, são estas atitudes que fortalecem a amizade. Os verdadeiros amigos, mesmo não concordando na totalidade de seus pensamentos, mantem estendidos seus braços para que não se sinta sozinho em uma decisão tomada.

É muito importante, em uma amizade, saber que não somos capazes de julgar seja qual for a situação, por várias razões, entre elas a incapacidade de conhecer os verdadeiros motivos, aqueles que vivem apenas dentro de cada um de nós. 

Outra característica importante da amizade é que ela não se baseia nas coisas materiais ou em vantagens que se possa oferecer, mas no carinho de um abraço, na preocupação com a vida, com o apoio incondicional em momentos difíceis e na cumplicidade dos desabafos.

Para os jovens de hoje, duas perguntas importantes deveriam ser feitas para si: dos amigos que possuem hoje qual deles certamente chegará aos teus dias mais maduros e o que tens feito para cultivá-los?
Para aquelas pessoas que já vivenciaram a juventude, a adolescência e os dias conturbados de ser adulto, agora em seus anos dourados me respondam: quantas das amizades destas fases que viveu resistiram até hoje?  

A ciência diz que o importante não é a quantidade, mas a qualidade, talvez a vida seja assim também, a qualidade das amizades que cultivamos e o quanto nos dedicamos a elas.

Nunca é tarde para fazer e ter amigos, mas um dos requisitos básicos para isto é, primeiramente, ser um amigo.
Para isto algumas qualidades precisam ser cultivadas, como o saber ouvir, jamais comprar sua dor com a dele, encarar os seus problemas buscando soluções e não apenas se compadecendo. Uma simples palavra de motivação pode ativar a confiança de alguém e impulsioná-la para algo que sozinha não conseguiria.

A vida é muito além de um simples momento, é uma construção em que sua sobrevivência dependerá das bases que foram firmadas no solo dos teus dias vividos. Pensem nisto.



 



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Mário Vargas LIosa

O texto inicial é uma adaptação da publicação de Fabíola Simões, clique AQUI para ver o original.
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