“Não sei se escrevo crônicas, contos, poesias, piadas, verdades ou mentiras... Seja o que for, escreverei de forma breve como a vida....... Histórias breves de personagens breves que, em maior ou menor grau, são fragmentos do que sou e procuro eternizar.”

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

A Força de Um Pequeno Gesto

"Na década de 1960, no auge da Guerra do Vietnã, um orfanato situado em uma aldeia administrada por missionários foi atingido por um bombardeio. Dezenas de crianças morreram na hora e muitas outras ficaram feridas. Entre elas estava uma menina de oito anos, em estado muito grave. Essa criança precisava de sangue com urgência, mas rapidamente os médicos missionários descobriram que ninguém da equipe era compatível com aquele tipo sanguíneo. 
Então, eles se reuniram com os moradores da aldeia e com a ajuda de um intérprete, explicaram a situação da menina. Contudo, a maioria dos moradores não podia doar sangue, devido ao seu estado de saúde. Depois de testarem o tipo sanguíneo dos poucos candidatos, a equipe médica chegou à conclusão de que somente um menino tinha condições de ajudar a criança.

Após realizarem os procedimentos necessários, deitaram o garoto em uma cama ao lado da menina e inseriram uma agulha em sua veia. Enquanto o sangue era coletado, ele continuava quietinho, com os olhos fixos no teto. Depois de alguns minutos, o menino deu um pequeno soluço e com a mão que estava livre, tapou o rosto tentando esconder as lágrimas. O médico, então, pediu para o intérprete perguntar ao menino se ele estava sentindo dor. Ele respondeu:

Não, moço. Pode continuar.

Porém, não demorou muito para que o soluço e as lágrimas voltassem. Preocupado, o missionário pediu para ao intérprete descobrir o que estava fazendo aquele garotinho chorar. O enfermeiro conversou tranquilamente com ele e, em seguida, explicou ao médico o porquê do choro:

Ele achou que ia morrer. Ele não tinha entendido direito o que você disse e estava achando que ia ter que doar todo o seu sangue para a menina não morrer.

Espantado, o médico missionário se aproximou da criança e, com ajuda do intérprete, perguntou:

Se você achava que iria morrer, por que se ofereceu para doar seu sangue?

Com o coração cheio de amor, o menino respondeu:

Porque ela é minha amiga e eu preferia morrer no lugar dela. "


Sempre que leio algo assim, a pergunta que me vem a mente é:  se trata, de fato, de uma história verdadeira ou não?
Em Portugal a idade mínima para ser um doador é de dezoito anos; já no Brasil a idade mínima é de dezesseis anos. 
Hoje em dia muitas coisas são publicadas sem a preocupação de apurar os fatos, por isto não quero entrar neste mérito, mas apenas usar este fato narrado ou este conto, para questionar se ainda hoje existem pessoas capazes de gestos assim.
Felizmente acredito que sim, ainda tenho fé na humanidade, talvez não tantos para um ato extremo como este, mas na bondade demonstrados em gestos solidários desprovido de interesses.

Nos comovemos quando nos deparamos com situações como estas, pessoas necessitando de ajuda e sem recursos para itens básicos de sobrevivência. As vezes ouvimos e vemos em noticiários verdadeiras tragédias, mas não nos sentimos suficientes para ajudar, mas convém entender que são nos pequenos gestos que grandes coisas são conquistadas.
Não canso de mencionar como exemplo o trabalho das formigas, verdadeiras obras da engenharia modernas são construídas em seus formigueiros apenas com a pequena contribuição de cada uma delas, a disciplina do seu trabalho transformando uma situação que nos parece impossível.

Recentemente uma família no Brasil trouxe a público a necessidade que seu filho tinha de um doador de medula, a comoção foi tão grande que o número de pessoas que se apresentaram para colher material na Santa Casa de São Paulo, que chegava a trinta por dia, chegou a seiscentos em um único dia (matéria completa no link final da página).  Ele conseguiu um doador cadastrado nos Estados Unidos. 

Talvez não consigamos compreender a dimensão de um simples ato, mas o que precisamos entender é que não nos custa faze-lo.
Posso acordar amanhã e não fazer absolutamente nada para melhorar o meu dia, não implicará em consequências, no fim da tarde volto para minha casa e para uma outra noite de sono em paz. 
Posso acordar no dia seguinte e resolver fazer algo, "perder" uma hora deste dia e realizar um simples gesto doando sangue, depois voltar para minha casa e no final da tarde outra noite de sono em paz.

Em sua vida nada mudou, mas tenha a certeza que este gesto causou um grande impacto para "um" alguém, talvez para vários.





Revisão de: Heloisa Leando

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Mário Vargas LIosa  

Para ler o original sobre a história do menino, clique AQUI
Para ler a matéria sobre a doação de medula óssea, clique AQUI


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