“Não sei se escrevo crônicas, contos, poesias, piadas, verdades ou mentiras... Seja o que for, escreverei de forma breve como a vida....... Histórias breves de personagens breves que, em maior ou menor grau, são fragmentos do que sou e procuro eternizar.”

terça-feira, 29 de setembro de 2015

De Quem São os Defeitos?

Todos nós temos defeito, afinal não somos perfeitos, mas a grande virtude que uma pessoa pode ter é justamente reconhecer seus pontos fracos, suas falhas e tentar ao máximo se policiar sobre eles.

Este texto dedico as pessoas "legais", aquelas que muitas vezes não são compreendidas, que são usadas por outras pessoas que se julgam espertas, mas que na verdade são secas por dentro e não conseguem enxergar o valor em ninguém.

Quantas vezes tenho ouvido dizerem, “vou deixar de ser boba, não vou mais ser boazinha”. 

Quando ouço isto fico extremamente chateado, é como se a pessoa inocente e de bom coração tivesse que mudar para se adaptar as maldades de alguém e não o contrário.

Já imaginou se todas as pessoas honestas deste mundo entendessem que a solução é mudar o comportamento diante de um quadro de corrupção, se adaptando ao comportamento de desonestidade, tentando levar vantagens umas sobre as outras?

Só posso dizer que seria uma situação catastrófica.

Conheço uma pessoa com o coração maior que ela mesma, claro que isto é uma figura de linguagem, mas a bondade que vem daquela pequena, de pouco mais de um metro e meio, é o que a faz se agigantar diante da vida.
Quando a conheci logo percebi isto, alguém capaz de abdicar de coisas só para ver um sorriso em outro rosto.

Fico a imaginar quantos conselhos contrários ela deve ter ouvido ao longo de sua vida até aqui, quantas opiniões dizendo para deixar de ser assim, para se preocupar mais com ela, para viver mais sua vida, etc...

Todos conselhos óbvios e não podemos dizer que estejam errados, mas talvez nenhuma destas pessoas se preocupou em entender o que realmente a faz feliz.

Todos nós julgamos ter uma receita para o mal dos outros, mas sempre vamos ter como espelho aquilo que é bom para nós e não para elas.

O conceito de felicidade é variado, assim como o conceito de saúde. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ser saudável não significa apenas a ausência de doenças, mas o completo bem-estar, social e mental, o que nos leva a felicidade.

Ser feliz nem sempre é buscar coisas para si, muitas vezes são as consequências de um ato de amor para com outra pessoa que faz a felicidade de alguém.
A felicidade é como uma trilha onde procuramos estar em paz, onde procuramos estar bem e viver dentro deste contexto do nosso dia a dia.

Não precisamos ser iguais para sobreviver, o que precisamos é ter a consciência de quem somos, quais nossas virtudes e limites, respeitar cada uma delas e realizar nossos desejos sem medo do que as pessoas vão falar ou pensar.

A natureza humana é uma, mas nem todas as pessoas são iguais, é exatamente esta verdade que faz a vida girar e quanto mais rápidos tomamos a consciência do nosso papel, das nossas qualidade e defeitos, mais rápidos teremos equilíbrio para continuar.

Se você é daquelas pessoas que costumam dar flores e receberem pedras, não mude seu comportamento, continue florindo a vida de alguém e se fortaleça com as pedras que recebe, aprenda com elas e construa a sua fortaleza. 
Certamente de lá poderá enxergar o grande jardim que ajudou a plantar. Não é você que tem defeito.






Ajude-nos a divulgar os nossos textos utilizando os "quadradinhos" abaixo para compartilhar. "Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias." Mário Vargas LIosa

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Quero Envelhecer Com Você

Uma revista de grande circulação no Brasil, trouxe uma matéria interessante sobre um casal que vivem juntos a 73 anos.
O marido passa os últimos dias de vida de sua esposa junto a ela em um hospital, neste relato flagraram a cena onde ele aos 92 anos de idade canta a música preferia de sua amada em seus últimos dias de vida. Este vídeo viralizou nas redes sociais.
Tive a oportunidade de ler a matéria e realmente é emocionante, deixarei o link no final deste texto para quem quiser conferir.

Apesar de toda emoção que este fato nos traz, a questão levantada aqui sobre esta matéria foram os pontos de vistas de duas pessoas, um bom amigo e um de seus contatos. É saudável que cada um de nós reflitam sobre isto e tente enxergar uma saída para dias tão agitados que vivemos hoje.

Reproduzirei aqui os comentários deste meu amigo, juntamente com as respostas dadas a eles por sua amiga e que cada um tirem suas conclusões:

Ele:
“Por que ações assim comovem tanto quando deveriam ser nosso cotidiano? 
Amar não é um sentimento apenas para algumas situações, isto se chama "conveniência".
Detesto ouvir as pessoas dizerem, ".. Hoje em dia", como se hoje tudo tivesse que ser diferente, não precisa ser, só será se assim quisermos que seja. ”

Ela:
“Concordo, mas ações assim nos comovem pq as coisas que vem acontecido no mundo de uns anos pra cá, fazem com que muitos desacreditem no amor e quando vemos ações como essa, ações sinceras, acabamos nos emocionando, mas nos faz acreditar que ainda existe amor nas pessoas. ”

Ele:
“Sim, como disse, não deveria ser assim. No mundo estamos vivendo o desamor, mas não precisamos viver isto em nossas vidas. O casamento não é um relacionamento de 100% concordâncias, existem discordâncias as quais muitos preferem resolver com o divórcio, ou nos braços de outras pessoas.
Muitos casamentos do passado eram arranjados, o amor vinha com a convivência, o casamento durava, não defendo isto, claro, mas é notório que exista uma maior "boa vontade" entre os casais”

Ela:
“Pois é, infelizmente é isso que acontece com muitos casais. ”

Infelizmente encerrou-se aí a discussão saudável sobre o assunto, mas não precisamos nos ater apenas nestes dois pontos de vistas, podemos “perder” alguns minutos e pensar sobre esta evolução que nos deixou mais frios com relação aos nossos sentimentos. Este tempo será muito importante para entendermos o porquê a evolução nos levou a uma superficialidade e a uma tolerância diminuída com o passar dos anos.

Talvez possamos atribuir aos estresses do dia a dia, trabalho, transportes, contas, crises financeiras e diversos outros fatores externos, mas a pergunta que faço e que deixo para que cada um de vocês respondam a si é, vale a pena trazer tantos fardos pesados para um relacionamento de amor e companheirismo que se chama “casamento”?

Hoje em dia o casamento criou derivações como, namoro prolongado, ficar, morar juntos e muito outros termos, mas a questão é que relacionamento algum, seja qual for o nome que damos a ele, não vingará se a base deixar de ser o amor.

Amor é o combustível que alimenta a alma humana, mas como tal precisa vir acompanhado de respeito com os sentimentos alheios, afinal não é apenas uma vida envolvida, não são somente os nossos desejos em jogo, mas em manter unidos dois corações, onde cada um deles sentem e possuem suas necessidades.
A palavra "amor" no grego vem acompanhada de outras que classificam este sentimento em sua intensidade, dos mais superficiais aos mais profundos. Amor “eros”, “ágape” e “filéo”.

Já tive a oportunidade e o privilégio de escrever sobre pessoas que chegam a fase da “melhor idade” como dizem alguns, ou a velhice como dizem outros, mostrando este comportamento tão caloroso do companheirismo que carregam por toda a vida através do amor que sentem por seus parceiros.

São lições de vida que os orientais seguem a milênios, respeitando aos mais velhos, seguindo suas sabedorias e aplicando o que é bom no seu dia a dia.

Evoluímos e precisamos desta evolução, mas assim como não se constrói um prédio sem bases sólidas, não podemos conviver em uma sociedade sem princípios de onde podemos tirar forças para nos orientarmos.

Costumamos ignorar as contribuições  dadas por gerações passadas, nos esquecemos de sua grande importância para o que somos e onde chegamos hoje.
Não podemos esquecer nunca que toda evolução, sejam elas ideológicas, politicas, sentimentais ou tecnológicas que temos hoje, surgiram de estudos, experimentos e vidas doadas por pessoas do passado que se dedicaram para isto. Em resumo, temos muito o que aprender com eles.

Vamos viver nossa liberdade com responsabilidade e respeitando o sentimento mais importante que moveu gerações e que move pessoas até hoje, o amor. Certamente moverá a humanidade até os últimos dias.

Não desejo que meus netos ou bisnetos conheçam o amor apenas vendo filmes antigos ou histórias ilustradas em livros, meu desejo é que convivam com ele, mas para isto a nossa geração precisa manter vivo este sentimento.

Já vi pessoas declarando-se a sua amada dizendo: "...Quero me casar com você.". Talvez devêssemos pensar de uma forma mais comprometida do que o simples ato de assinar papeis, para que o desejo e a nossa declaração de amor mude e passe a ser: "..Quero envelhecer com você."





Para  ler a matéria mencionada, clique AQUI.


Ajude-nos a divulgar os nossos textos utilizando os "quadradinhos" abaixo para compartilhar. "Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias." Mário Vargas LIosa


segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Sentido da Vida

Ultimamente estou vivendo mais como um observador do que propriamente criando meus conceitos e histórias.
Sempre encontro um questionamento interessantes entres meus amigos e contatos das redes sociais, rapidamente procuro fazer uma analogia. Logo vão acabar me excluindo ou bloqueando por causa disto, mas enquanto não o fazem, queria refletir sobre um assunto muito interessante e pouco comentando, principalmente entre nós jovens. O sentido de se viver, ou o sentido da vida, como queiram. 

“Um dia fiz-me uma pergunta.
Qual o sentido da vida? Digo o verdadeiro. Complicado, eu sei. E suponho que tu também te tenhas perguntado o mesmo.
Então eu comecei a observar as coisas ao meu redor. A natureza, os animais e principalmente as pessoas. Cada uma andando por aí. Indo para o trabalho, para a escola, falando ao telemóvel, ouvindo música, ou em momentos de lazer, brincando com o cão, fazendo algum exercício, inventando coisas, namorando. E pensei. O que move estas pessoas? Por que fazem todas estas coisas? .....” 

O que de fato me maravilha é isto, a liberdade que cada um de nós possuímos em pensar e chegarmos em nossas conclusões. Esta liberdade é o livre arbítrio que nos permite escolher entre caminhos.

O sentido da vida pode ser diferente para cada um de nós, isto envolve muitas coisas, inclusive a fé ou a falta dela.

Algumas pessoas vivem por suas crenças, outras não, escolheram o ateísmo, agnosticismo ou adeísmo. Aliás, sabem a diferença entre eles?

Enquanto os ateus negam a existência de Deus, os agnósticos alegam que não se pode provar sua existência. Em outras palavras, enquanto os ateus negam, para os agnósticos tanto faz. Ambos não seguem princípio cristão.

Além deles temos também os deístas, eles acreditam em um ser superior (um Deus) e defendem que a existência de Deus pode ser compreendida por intermédio da razão, contudo os deístas, geralmente, não seguem nenhuma religião denominacional.

Os cristãos acreditam em Deus, em Jesus como seu filho que veio a terra para salvar as pessoas morrendo por nossos pecados através da cruz. Para os cristão é a fé que nos move, as injustiças sociais e os sofrimentos que passamos não são nada em comparação ao que acreditam que os esperam em uma nova vida depois da morte carnal.

Sem dúvida para cada uma destas linhas de pensamentos o sentido da vida é diferente. A bondade, tolerância, caridade e honestidade, entres outras coisas parecem ser pontos de concordância entre quaisquer pensamentos, neste caso o respeito entres eles são fundamentais para uma convivência saudável.

Minha linha de pensamento é mais voltada para o cristianismo, embora dentro destes princípios sei que ando em falhas e contrário a algumas de suas leis determinantes, mas uma das coisas que me dá a liberdade de escrever, é a certeza que NÃO temos o poder de julgar as pessoas, por isto meus escritos são imparciais. 

Se na parte espiritual nossa existência trás consigo um sentido de vida determinado pela fé, na parte material são muitos outros fatores que nos motivam e que fazem a vida ter outros sentidos. 

O bom é justamente o mistério, mas cada linha de pensamentos trás seus momentos, não conhecermos o que virá e estamos em igualdade. É fantástico ter a liberdade de soltar a imaginação e projetar um futuro, ir atrás dos nossos objetivos e nos alegrar quando conseguimos concluir uma parte deles.
Entre o nascer e o morrer logicamente existe uma vida, o que nos define é o que fazemos dela. Para alguns a morte é o fim, para outros é apenas o começo. 

Talvez possam estar pensando, “...bom, então tudo depende de nós, do que acreditamos? ”
Sim, depende de nós tudo aquilo que ainda virá, por mais que nos escondamos de escolhas complicadas, nossa vida sempre dependerá delas e para cada escolha que fazemos, somos responsáveis por suas consequências.

Talvez a pergunta certa a ser feita não é "qual o sentido da vida", mas "onde se baseia o sentido da sua vida"
Podemos tentar, mas jamais vamos fugir desta associação, a fé que praticamos ou apenas em que acreditamos:

  • Um ateu não acredita em Deus, são mais materialistas, não acreditam na alma humana ou em outro tipo de coisa que não seja material. (neste caso a base da vida está em cada um).
  • Um agnóstico entende que não há como provar sua existência. Eles se eximem das questões religiosas e preferem ficar neutros. (neste caso, a base da vida também se baseia em suas ações, ou seja, em cada um).
  • Um deísta, embora acredite em um ser superior, entende que a responsabilidade está em nossos atos e que a felicidade é aqui nesta vida. (neste caso, mesmo tendo um ser superior, são as suas atitudes, seus defeitos e virtudes que dará o direcionamento, também se baseia em cada um).
  • Um cristão entende que tudo que passamos não é nada comparado ao que virá, que tudo depende de nossa fé e ações voltadas para Deus no aqui e no agora, mas que a felicidade plena está na eternidade junto ao Pai. (aqui as coisas são voltadas por sua aceitação, poderíamos dizer que também tem como base a cada um, com uma diferença apenas, a salvação pregada aqui não é por merecimento, mas pela graça alcançada, então depende mais de Deus do que do homem).


Como vimos, não tem como falar no sentido da vida sem colocar as linhas de pensamentos diversas, mas em uma coisa precisamos concordar, tudo dependerá das escolhas "certas" que fazemos e nos deparamos ao longo de nossas vidas.





Esta analogia foi feito em cima do questionamento de Carina Castanheira.

Ajude-nos a divulgar os nossos textos utilizando os "quadradinhos" abaixo para compartilhar. "Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias." Mário Vargas LIosa

domingo, 20 de setembro de 2015

Sobre Grandes e Inusitados Momentos

Não costumo reproduzir matérias neste espaço que tenho para manifestar meus pensamentos e frustrações, mas resolvi abri uma exceção para um assunto interessantíssimo e sempre atual. Tudo que se trata de comportamento devemos ficar atentos, principalmente nos dias estressantes em que vivemos.


Sobre Grandes e Inusitados Momentos

Mentimos para manter um emprego chato, relações de amizade vazias, namoros e casamentos broxantes. Mentimos para ter forças ao acordamos de manhã e sermos obrigados a desempenhar uma série de funções que nada ou muito pouco dizem respeito a nós.

Assistindo a uma palestra do historiador Leandro Karnal, deparei-me com uma verdade que conhecia intuitivamente. Somos nós mesmos e fazemos algo realmente significativo para a nossa vida quando rompemos com o personagem dado a nós. Vivemos personagens para sobreviver a uma realidade cheia de regrinhas e mecanismos de poder. Mentimos tão naturalmente que já nem sabemos mais o que parte de nós ou do script social.
Mentimos para manter um emprego chato, relações de amizade vazias, namoros e casamentos broxantes. Mentimos para ter forças ao acordamos de manhã e sermos obrigados a desempenhar uma série de funções que nada ou muito pouco dizem respeito a nós.
Arrumamos tempo para tudo: para o trabalho, para o curso de idiomas, para a academia, para a manicure, para o encontro social com os colegas preconceituosos do namorado/namorada, para a palestra de autoajuda que vai ensinar em 5 passos como ter mais sucesso financeiro e amoroso exclusivamente por meio do pensamento positivo. Arrumamos tempo para ver o filme que não queremos ver e lermos o livro indicado pela empresa como uma ótima fonte de aprimoramento pessoal. Só não arrumamos tempo para sermos felizes. Só não arrumamos tempo para fazermos o que realmente queremos.
Utilizando conceitos da Administração, priorizamos constantemente o urgente em detrimento do importante. Não aprendemos as línguas que desejamos aprender exclusivamente pelo nosso prazer, sem nenhum tipo de exigência profissional. Não temos tempo para ler os livros que realmente transformarão a nossa vida por meio da nossa subjetividade. Nos obrigamos a levantar de madrugada para manter os glúteos firmes sendo que na verdade, daríamos um ano de nossas vidas por mais meia hora na cama.
Deixamos de comer isso ou aquilo para preservar a saúde, como se cortando radicalmente a gordura nos tornássemos imortais. Rimos das piadas que nos permitem rir e falar palavrão nem pensar porque demonstra uma ética equivocada. Mas se precisarmos manipular uma pessoa para garantir o sucesso de um projeto empresarial, ninguém te recriminará por isso. O problema está no palavrão.
Toda pessoa que faz e fala o que quer e pensa parece uma mancha de molho de tomate que deve ser removida com um alvejante qualquer. Pessoas espontâneas, que investem seu tempo, dinheiro e energia em seu próprios projetos e aspirações devem ser aspiradas pelo simples fato de elas lembrarem a todas às outras que a vida pode ser bem mais expressiva e pulsante. Como ser autêntico dá muito trabalho e nos põe em constantes riscos e saias justas, o melhor a se fazer é ignorar os que vivem intensamente como se estes fossem um bando de lunáticos não clinicáveis.
Inventou-se medicamento para quase tudo: para ansiedade, depressão, esquizofrenia etc. Mas ainda não se inventou uma pílula para combater o tédio e o vazio de viver. Cabe a cada um de nós fazer a nossa receita particular.

Autora:

Sílvia Marques
Paulistana, escritora, idealista, bacharel em Cinema, cinéfila, professora universitária com alma de aluna, doutora em Comunicação e Semiótica, autodidata na vida, filosofa de botequim, amante das artes , da boa mesa, dos vinhos, de papos loucos e ideias inusitadas. Serei uma atleta no dia em que levantamento de xícara de café se tornar modalidade esportiva. Sim, eu acredito realmente que um filme possa mudar a sua vida! 
Para conhece-la melhor, acesse sua página no Facebook clicando AQUI.

domingo, 13 de setembro de 2015

Precisar Sim, Depender Não

“Nunca vai estar tudo bem. Há sempre quem julgue as tuas decisões, quem te engane, que te passe ilusões. Há sempre quem diz mal, quem te dá demasiadas expetativas. 
E é para isso que cá estamos, mesmo depois de muitos anos, ainda vais descobrir quem te possa magoar. É a lei da vida. Ou então não. 
Pelo menos não deveria ser. E para ficar tudo bem, apenas tens de escolher quem achas que esta do teu lado sempre. Porque a maioria quer te ver bem, mas nunca melhor do que tu. ” 

Esta semana ao entrar no meu perfil, me deparei com estas palavras escritas por alguém de meus contatos, como de costume tentei entender todo contexto e trazer uma reflexão para este momento descrito que, com certeza, não é exclusivo.
Por que as ações das outras pessoas no fere tanto?

Talvez porque nos importamos com elas. É fácil perceber que todas estas queixas que nos entristecem vêm de atitudes de outras pessoas, não são frutos das nossas atitudes, as vezes são consequências, mas que sempre virão de outras pessoas a nos atingir.
Não somos como uma ilha, mas somos cercados de sentimentos. Vivemos em sociedade e por isto é importante saber a diferença entre “depender” e “precisar”.

Precisamos de uma palavra de conforto, de um carinho, um gesto de cumplicidade, um abraço apertado, um sorriso honesto, amizade sincera e um amor verdadeiro. São fatores que nos incentivam, mas até que ponto devemos depender deles?
Embora pareça uma análise fria sobre o assunto, mas na verdade é uma avaliação bem objetiva do comportamento humano em relação a tudo que nos importa.

Há sempre quem julgue as tuas decisões”. Sim.... Na verdade, vivemos em uma vitrine, mas os julgamentos que fazem a nosso respeito não deveriam nos abalar tanto, afinal não há um ser humano competente o suficiente para julgar outra ser humano.

“...quem te engane, que te passe ilusões...”. Costumo dizer que a nossa fragilidade motiva o desejo que tudo seja verdadeiro, que nos leva ao engano, que nos ilude e nos faz continuar neste caminho. Algumas pessoas não conhecem limites para ter o que deseja, mas a nossa dependência delas que nos fazem prosseguir neste caminho.

Há sempre quem diz mal, quem te dá demasiadas expetativas...” Tudo gira em torno da nossa fragilidade, do quando precisamos ouvir de outras pessoas que podemos, que somos suficientes e capazes, esta dependência nos torna vulneráveis.

E é para isso que cá estamos, mesmo depois de muitos anos, ainda vais descobrir quem te possa magoar...” Em determinados momentos nos entregamos ao conformismo, a aceitar  uma situação que nos magoa, a achar normal pensamentos de que “são todos iguais” ou “sempre haverá alguém assim”, quando na verdade e apesar de tudo, quando deixamos de acreditar nas pessoas, perdemos nosso referencial. Confiar não quer dizer se entregar cegamente, mas descansar dentro do tolerável, entendendo as fraquezas alheias.

É a lei da vida. Ou então não. Pelo menos não deveria ser.... “ As leis da vida são baseadas nos limites que respeitamos. Quando conseguimos entender as fronteiras de nossa vida, quando termina a nossa liberdade para começar a de outra pessoa, tudo que fazemos dentro do tolerável é o que define o nosso futuro, quando ultrapassamos damos o direito para que outras pessoas interfiram em nossas vidas também.

E para ficar tudo bem, apenas tens de escolher quem achas que esta do teu lado sempre. Porque a maioria quer te ver bem, mas nunca melhor do que tu. ” As pessoas só conseguem te dar aquilo que elas tem dentro de delas, seja coisas boas ou ruins.
Estamos sempre aprendendo e evoluindo com tudo aquilo que conseguimos filtrar e trazer para nossas vidas, é o que nos torna quem somos.
É difícil compreender atitudes negativas nas pessoas quando não temos isto como parte de nós, mas precisamos tolerar e perdoar, entender que precisamos conviver com isto, mas não somos dependentes delas.

As pessoas evoluem, mais a frente talvez elas mudem e poderemos enxerga-las como uma nova pessoa, mas isto se tornará muito difícil se hoje julgarmos suas atitudes e as condenamos como alguns fazem. 

O fundamental e tentar conhecer a nós mesmos, é o ponto central de tudo; saber tirar das pessoas o que elas têm de bom, tolerar suas falhas, afinal todos somos sujeitos a elas.

Testo inicial de: Carina Castanheira

Reflexões de:




Ajude-nos a divulgar os nossos textos utilizando os "quadradinhos" abaixo para compartilhar. "Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias." Mário Vargas LIosa

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

A Arte de Viver

“Você tem um pensamento claro e sensibilidade, é uma personalidade oculta e difícil ser entendido pelos outros. Você sabe como usar bem seu talento, senso de instinto e sua análise para criar um bom ambiente para você mesmo. Você é bem organizado e tem uma boa compreensão em emoção, possibilitando os talentos dos outros. Você tem influência surpreendente aos outros, liderando todos para uma direção, é uma elite de influência. QI pelo menos 130. ”

Podem rir à vontade, também me divertir muito quando li este teste de internet que provavelmente o resultado é igual para todos.  O que me deixou mais indignado, um verdadeiro absurdo foi apontar um QI de apenas 130, como alguém consegue viver com tão pouco? 

Brincadeiras a parte, a grande questão é que dentro de nós existe um mundo que para alguns é um labirinto, caminhos escuros e surpreendentes, apesar disto o que nos nove vive do lado de fora de nós.
Somos condicionados a circunstancias externas, que não dependem do quanto sejamos livres e independentes internamente. Dependemos de um sorriso, um abraço, palavras de apoio, compreensão, amizades e amor em qualquer esfera, seja de um parceiro (a) ou familiar; na maioria das vezes o dois.

Algumas pessoas precisam constantemente alguém a massagear seu ego, por isto existem testes como estes e pessoas especializadas em elevar sua moral para benefício próprio.

Por mais complexa que pode parecer a vida ou uma situação em especial, a pior parte sempre será controlar os nossos sentimentos, controlar nossas imaginações que criam verdadeiros labirintos, quando o que realmente está em nossa frente é apenas uma reta.

Olhamos para nossos problemas com uma perspectiva pessimista demais para enxergar a obviedade da situação.

Olhem para este quadro ao lado; o objetivo deste jogo é simples, posicionar a figura escolhida (X ou O), em uma reta. As jogadas são alternadas entre dois jogadores.

Assim como em todos os jogos, as pessoas escolhem suas estratégias antes das partidas, alguns preferem tentar impedir que seu oponente vença, enquanto outros preferem jogar buscando a vitória.

Quem sairá vencedor nesta situação que enxergamos no quadro ao lado, o jogador que escolheu o "X", ou o que escolheu o "O"?

A resposta parece óbvia, se posicionarmos o "X" no espaço vazio a vitória é certa, mas se posicionarmos o "O" também teremos um vencedor. Neste caso o êxito estará nas mãos de quem tem a vez de jogar.

Tão simples, mas a vitória na partida, para alguns, nem sempre representa o objetivo alcançado, não trás a alegria, porque não entraram para vencer, mas impedir que outros vençam. 

Infelizmente existem pessoas em situações como esta, diante da oportunidade de fechar o jogo na sua vez de jogar, mas não conseguem se satisfazer com isto e preferem deixar como no quadro a cima, o espaço vazio, apenas para sentir o prazer de impedir seu oponente a chegar a vitória.

Parece um absurdo tão grande que para alguns é incompreensível, mas se olharmos bem em volta vamos encontrar pessoas assim que se preocupam mais com a sua vida do que com a delas próprias.

O que isto tem a ver com o assunto sobre QI mencionado no incio do texto?

Precisamos compreender as nossas necessidades, e saber conviver com nossos limites, mas jamais se conformar em ser incapaz de viver e buscar um sentido que te deixe em paz consigo sem prejudicar terceiros.

Sejam verdadeiros, não traiam confiança depositada em ti, amem de verdade, manifestem o seu amor de forma clara sem esconder seus sentimentos, sejam humildes em reconhecer que não conhecemos tudo e estamos sempre aprendendo. 
Aprendam com sabedoria e transmitam com amor o que aprenderam, a vida não é feita de vitórias enquanto outros estão perdendo, e muito mais que isto. Na arte de viver não existem vitórias em cima de derrotados, porque a linha de chegada não é um corredor estreito, mas um horizonte de braços aberto para quem compreender e conseguir chegar até lá.




Ajude-nos a divulgar os nossos textos utilizando os "quadradinhos" abaixo para compartilhar. "Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias." Mário Vargas LIosa

Todos os textos são registrados na Biblioteca Nacional e protegido pela lei de nª: 009610 de 19/02/1998. Sua reprodução só poderá ser feita mediante autorização.