Não costumo reproduzir matérias neste espaço que tenho para manifestar meus pensamentos e frustrações, mas resolvi abri uma exceção para um assunto interessantíssimo e sempre atual. Tudo que se trata de comportamento devemos ficar atentos, principalmente nos dias estressantes em que vivemos.
Sobre Grandes e Inusitados Momentos
Mentimos para manter um emprego chato, relações de amizade vazias, namoros e casamentos broxantes. Mentimos para ter forças ao acordamos de manhã e sermos obrigados a desempenhar uma série de funções que nada ou muito pouco dizem respeito a nós.
Sobre Grandes e Inusitados Momentos
Mentimos para manter um emprego chato, relações de amizade vazias, namoros e casamentos broxantes. Mentimos para ter forças ao acordamos de manhã e sermos obrigados a desempenhar uma série de funções que nada ou muito pouco dizem respeito a nós.
Assistindo a uma palestra do historiador Leandro Karnal, deparei-me com
uma verdade que conhecia intuitivamente. Somos nós mesmos e fazemos algo
realmente significativo para a nossa vida quando rompemos com o personagem dado
a nós. Vivemos personagens para sobreviver a uma realidade cheia de regrinhas e
mecanismos de poder. Mentimos tão naturalmente que já nem sabemos mais o que
parte de nós ou do script social.
Mentimos para manter um emprego chato, relações de amizade vazias,
namoros e casamentos broxantes. Mentimos para ter forças ao acordamos de manhã
e sermos obrigados a desempenhar uma série de funções que nada ou muito pouco
dizem respeito a nós.
Arrumamos tempo para tudo: para o trabalho, para o curso de idiomas,
para a academia, para a manicure, para o encontro social com os colegas
preconceituosos do namorado/namorada, para a palestra de autoajuda que vai
ensinar em 5 passos como ter mais sucesso financeiro e amoroso exclusivamente
por meio do pensamento positivo. Arrumamos tempo para ver o filme que não
queremos ver e lermos o livro indicado pela empresa como uma ótima fonte de
aprimoramento pessoal. Só não arrumamos tempo para sermos felizes. Só não
arrumamos tempo para fazermos o que realmente queremos.
Utilizando conceitos da Administração, priorizamos constantemente o
urgente em detrimento do importante. Não aprendemos as línguas que desejamos
aprender exclusivamente pelo nosso prazer, sem nenhum tipo de exigência
profissional. Não temos tempo para ler os livros que realmente transformarão a
nossa vida por meio da nossa subjetividade. Nos obrigamos a levantar de
madrugada para manter os glúteos firmes sendo que na verdade, daríamos um ano
de nossas vidas por mais meia hora na cama.
Deixamos de comer isso ou aquilo para preservar a saúde, como se cortando
radicalmente a gordura nos tornássemos imortais. Rimos das piadas que nos
permitem rir e falar palavrão nem pensar porque demonstra uma ética equivocada.
Mas se precisarmos manipular uma pessoa para garantir o sucesso de um projeto
empresarial, ninguém te recriminará por isso. O problema está no palavrão.
Toda pessoa que faz e fala o que quer e pensa parece uma mancha de molho
de tomate que deve ser removida com um alvejante qualquer. Pessoas espontâneas,
que investem seu tempo, dinheiro e energia em seu próprios projetos e
aspirações devem ser aspiradas pelo simples fato de elas lembrarem a todas às
outras que a vida pode ser bem mais expressiva e pulsante. Como ser autêntico
dá muito trabalho e nos põe em constantes riscos e saias justas, o melhor a se
fazer é ignorar os que vivem intensamente como se estes fossem um bando de
lunáticos não clinicáveis.
Inventou-se medicamento para quase tudo: para ansiedade, depressão,
esquizofrenia etc. Mas ainda não se inventou uma pílula para combater o tédio e
o vazio de viver. Cabe a cada um de nós fazer a nossa receita particular.
Autora:
Sílvia Marques
Paulistana, escritora, idealista, bacharel em Cinema, cinéfila,
professora universitária com alma de aluna, doutora em Comunicação e Semiótica,
autodidata na vida, filosofa de botequim, amante das artes , da boa mesa, dos
vinhos, de papos loucos e ideias inusitadas. Serei uma atleta no dia em que
levantamento de xícara de café se tornar modalidade esportiva. Sim, eu acredito
realmente que um filme possa mudar a sua vida!
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