“Não sei se escrevo crônicas, contos, poesias, piadas, verdades ou mentiras... Seja o que for, escreverei de forma breve como a vida....... Histórias breves de personagens breves que, em maior ou menor grau, são fragmentos do que sou e procuro eternizar.”

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Quero Envelhecer Com Você

Uma revista de grande circulação no Brasil, trouxe uma matéria interessante sobre um casal que vivem juntos a 73 anos.
O marido passa os últimos dias de vida de sua esposa junto a ela em um hospital, neste relato flagraram a cena onde ele aos 92 anos de idade canta a música preferia de sua amada em seus últimos dias de vida. Este vídeo viralizou nas redes sociais.
Tive a oportunidade de ler a matéria e realmente é emocionante, deixarei o link no final deste texto para quem quiser conferir.

Apesar de toda emoção que este fato nos traz, a questão levantada aqui sobre esta matéria foram os pontos de vistas de duas pessoas, um bom amigo e um de seus contatos. É saudável que cada um de nós reflitam sobre isto e tente enxergar uma saída para dias tão agitados que vivemos hoje.

Reproduzirei aqui os comentários deste meu amigo, juntamente com as respostas dadas a eles por sua amiga e que cada um tirem suas conclusões:

Ele:
“Por que ações assim comovem tanto quando deveriam ser nosso cotidiano? 
Amar não é um sentimento apenas para algumas situações, isto se chama "conveniência".
Detesto ouvir as pessoas dizerem, ".. Hoje em dia", como se hoje tudo tivesse que ser diferente, não precisa ser, só será se assim quisermos que seja. ”

Ela:
“Concordo, mas ações assim nos comovem pq as coisas que vem acontecido no mundo de uns anos pra cá, fazem com que muitos desacreditem no amor e quando vemos ações como essa, ações sinceras, acabamos nos emocionando, mas nos faz acreditar que ainda existe amor nas pessoas. ”

Ele:
“Sim, como disse, não deveria ser assim. No mundo estamos vivendo o desamor, mas não precisamos viver isto em nossas vidas. O casamento não é um relacionamento de 100% concordâncias, existem discordâncias as quais muitos preferem resolver com o divórcio, ou nos braços de outras pessoas.
Muitos casamentos do passado eram arranjados, o amor vinha com a convivência, o casamento durava, não defendo isto, claro, mas é notório que exista uma maior "boa vontade" entre os casais”

Ela:
“Pois é, infelizmente é isso que acontece com muitos casais. ”

Infelizmente encerrou-se aí a discussão saudável sobre o assunto, mas não precisamos nos ater apenas nestes dois pontos de vistas, podemos “perder” alguns minutos e pensar sobre esta evolução que nos deixou mais frios com relação aos nossos sentimentos. Este tempo será muito importante para entendermos o porquê a evolução nos levou a uma superficialidade e a uma tolerância diminuída com o passar dos anos.

Talvez possamos atribuir aos estresses do dia a dia, trabalho, transportes, contas, crises financeiras e diversos outros fatores externos, mas a pergunta que faço e que deixo para que cada um de vocês respondam a si é, vale a pena trazer tantos fardos pesados para um relacionamento de amor e companheirismo que se chama “casamento”?

Hoje em dia o casamento criou derivações como, namoro prolongado, ficar, morar juntos e muito outros termos, mas a questão é que relacionamento algum, seja qual for o nome que damos a ele, não vingará se a base deixar de ser o amor.

Amor é o combustível que alimenta a alma humana, mas como tal precisa vir acompanhado de respeito com os sentimentos alheios, afinal não é apenas uma vida envolvida, não são somente os nossos desejos em jogo, mas em manter unidos dois corações, onde cada um deles sentem e possuem suas necessidades.
A palavra "amor" no grego vem acompanhada de outras que classificam este sentimento em sua intensidade, dos mais superficiais aos mais profundos. Amor “eros”, “ágape” e “filéo”.

Já tive a oportunidade e o privilégio de escrever sobre pessoas que chegam a fase da “melhor idade” como dizem alguns, ou a velhice como dizem outros, mostrando este comportamento tão caloroso do companheirismo que carregam por toda a vida através do amor que sentem por seus parceiros.

São lições de vida que os orientais seguem a milênios, respeitando aos mais velhos, seguindo suas sabedorias e aplicando o que é bom no seu dia a dia.

Evoluímos e precisamos desta evolução, mas assim como não se constrói um prédio sem bases sólidas, não podemos conviver em uma sociedade sem princípios de onde podemos tirar forças para nos orientarmos.

Costumamos ignorar as contribuições  dadas por gerações passadas, nos esquecemos de sua grande importância para o que somos e onde chegamos hoje.
Não podemos esquecer nunca que toda evolução, sejam elas ideológicas, politicas, sentimentais ou tecnológicas que temos hoje, surgiram de estudos, experimentos e vidas doadas por pessoas do passado que se dedicaram para isto. Em resumo, temos muito o que aprender com eles.

Vamos viver nossa liberdade com responsabilidade e respeitando o sentimento mais importante que moveu gerações e que move pessoas até hoje, o amor. Certamente moverá a humanidade até os últimos dias.

Não desejo que meus netos ou bisnetos conheçam o amor apenas vendo filmes antigos ou histórias ilustradas em livros, meu desejo é que convivam com ele, mas para isto a nossa geração precisa manter vivo este sentimento.

Já vi pessoas declarando-se a sua amada dizendo: "...Quero me casar com você.". Talvez devêssemos pensar de uma forma mais comprometida do que o simples ato de assinar papeis, para que o desejo e a nossa declaração de amor mude e passe a ser: "..Quero envelhecer com você."





Para  ler a matéria mencionada, clique AQUI.


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