“Não sei se escrevo crônicas, contos, poesias, piadas, verdades ou mentiras... Seja o que for, escreverei de forma breve como a vida....... Histórias breves de personagens breves que, em maior ou menor grau, são fragmentos do que sou e procuro eternizar.”

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Quem é Você?

Estava em um momento de lazer, totalmente descontraído assistindo uma série de TV com a minha filha, naqueles momentos onde não esperamos  nada além de algumas horas de “mente vazia”.
Geralmente são nestes momentos onde nos permitimos deixar nossos pensamentos mais tolerantes, acreditando por alguns instantes nas fantasias e, às vezes, até nos transportando para elas.

Estávamos assistindo a série The Flash, mas um episodio me chamou muito a atenção, me fez voltar para a realidade comparando situações que antes me passava despercebido.

Para aqueles que não conhecem esta série, ela gira em torno de um acidente nos laboratórios STAR, causando uma grande explosão, mas não era uma simples explosão, ela causou efeitos colaterais em várias pessoas expostas por sua radiação, estas pessoas foram classificadas como “Metas-Humo (MH)”.
Nosso herói e protagonista da historia teve como efeito se tornar o homem mais rápido do mundo (Flash).

Como nem tudo são flores, como diria o poeta, alguns destes MH resolveram ir para o lado negro da força, ou seja, se tornaram foras da lei, bandidos e assassinos. Felizmente nosso herói Bary Allen (Flash), decidiu dedicar sua vida para captura-los e deixar o mundo um lugar mais justo.

Voltando para o episódio mencionado, um destes MH adquiriu um poder ao qual gostaria muito de ter, fiquei com inveja, mas usaria para o bem, fiquem tranquilos.
Ele tinha o poder de ao tocar uma pessoa adquirir todas as características ficas dela, pode se imaginar tocando alguém que admira?
Infelizmente este poder não era usado de forma adequada, e nosso herói teve que combate-lo. Durante o episodio ele se transformava em quase todos os personagens, e cada vez que assumia a forma, ficava em sua memória e ele poderia se transformar quando quisesse novamente.

 Enfim, ele foi capturado, a sena que me chamou a atenção e me motivou a escrever aconteceu no final. Ao ser interrogado ele ficava se transformando em todos ali na sala, mas atrás das grades, quando lhe perguntaram quem de fato era ele, sua fisionomia original, ele se transformou em uma pessoa a qual em seu rosto havia apenas a boca e disse a seguinte frase:

“Já não me lembro quem sou.”

Tirando a ficção desta série de sena e trazendo para a nossa realidade, não é tão difícil assim nos esquecer quem somos.
Vivemos circunstancias onde somos transformados por diversas questões, surpreendendo até a nós. Não na forma física, embora muitas pessoas vivem isto em redes sociais se passando por outras pessoas, as vezes por não aceitar a si mesmo, outras vezes para levar vantagens.

Mas nem tudo acontece por maldade, muitas vezes mudamos por situações como emprego, amizades, para encarar um ambiente que não é o seu, para conquistar alguém que gostamos e muitos outros motivos que acabam nos tirando o foco, a nossa personalidade.
É muito importante ser uma pessoa de conteúdo, saber se relacionar em qualquer ambiente entre todo tipo de pessoas, mas é fundamental conquistar este espaço sendo quem de fato somos,porque só assim será algo duradouro.

Sei de uma situação onde a necessidade de ser outra pessoa era extrema, mas isto não era problema até o dia que conheceu alguém especial. Nenhum relacionamento se fundamenta em mentiras, acredito que todos podem imaginar onde isto acabou.

“Mas e você, quem é de verdade?”
“Já não lembro mais quem sou.”

Conhecer alguém não é apenas saber da sua aparência, vai muito além, é inegável que a primeira impressão é a que fica, mas também as aparências podem enganar.

É absurdo afirmar que alguém possa enganar a si mesmo?
Não, infelizmente isto acontece geralmente sem que percebemos.
Quer fazer um teste?
Pergunte a um amigo próximo e sincero o que ele pensa de fato de ti. Bem provável que se ele for honesto tu não vai conseguir se enxergar na opinião que ele tem sobre ti, seja positivo ou negativo a sua opinião.

Algumas pessoas preferem passar só aquilo que as outras valorizam, escondem aquilo que pensam ser defeitos e isto às transforma em outro alguém que não ela mesma.

Como explicar para sua noiva as vésperas do casamento que tu aperta a pasta de dentes no meio, e não no final dela?
Como explicar a ela que tu ronca, não enxuga o banheiro depois de usa-lo, as vezes esquece de dar descarga ou que dorme de meias?
Estas coisas são  bem complicadas colocar no nosso dia a dia, mas são características de muitos por ai, não é o meu caso.

É claro que tudo isto são exemplos, a vida é bem mais complicada que isto, mas a grande questão é nunca perdermos de vista a nossa identidade, porque se tu é verdadeiro nunca terá que se perder em quem realmente é e ninguém terá que te perguntar:

“Mas e você, quem é de verdade?”



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