“Não sei se escrevo crônicas, contos, poesias, piadas, verdades ou mentiras... Seja o que for, escreverei de forma breve como a vida....... Histórias breves de personagens breves que, em maior ou menor grau, são fragmentos do que sou e procuro eternizar.”

terça-feira, 7 de outubro de 2014

O Ciúmes

Ciúmes no Paraíso
Para falar sobre o ciúmes é interessante refletir na frase de Miguel de Cervantes: “Os ciumentos sempre olham para tudo com óculos de aumento, os quais engrandecem as coisas pequenas, agigantam os anões e fazem com que as suspeitas pareçam verdades”.

Acredito que depois desta frase já poderíamos terminar aqui esta reflexão, em poucas linhas ele conseguiu descrever perfeitamente um sentimento que, assim como qualquer alucinógeno (droga), destrói aos poucos a pessoa, penetra sem perceber nossos pensamentos e constrói verdadeiras “alucinações”  diante de uma situação.

O ciúmes é um sentimento tão perigoso que foi muito bem descrito por Paolo Mantegazza: “O ciumento sempre espiona, sempre dúvida, sempre sofre; indaga do passado, do presente, do futuro; nas carícias busca a mentira; no beijo procura a indiferença; no amor teme a hipocrisia.”

Bem triste isto, para quem já sentiu o ciúmes, mesmo que por pouco tempo, sabe que é verdadeiro, que este sentimento provoca em nós situações embaraçosas e nos revela talentos que não sabíamos que possuíamos, a imaginação que constrói verdadeira dramaturgia.

O ciúmes não é apenas um sentimento imaginário que inventa circunstancias, este sentimento pode ser por motivos reais, pode ser provocado, algumas vezes sem querer, mas também proposital, uma coisa é certa, a pessoa ciumenta acaba sempre encontrando mais do que procura.

Há quem defenda o ciúmes, como é o caso de Paula Nei: “O ciúme tem seu cabimento: é a pimenta do amor.”

Talvez seja um tempero necessário, um contraponto para o sentido de liberdade que vigia, mas sempre é bom lembrar que “pimenta” demais deixa a comida sem condições de degusta-la.
Também há quem use este sentimento para reavivar a eterna disputa entre homem e mulher, como é o caso de Severo Catalina del Amo, ao afirmar: "O ciúme manifestado pelo homem quase sempre é infundado e sempre inflama a mulher; o ciúme mostrado pela mulher quase sempre é procedente e jamais inflama o homem.”

É uma discussão que não quero me ater, é certo que entre os pensamentos e capacidade de imaginação entre o homem e a mulher existem muitas e quilométricas diferenças, mas se existe um ponto em comum, diria que é a dor que o ciúmes causa para ambos.

Mas como nasce o ciúme?

Para William Shakespeare o ciúme nasce assim: “Os ciumentos não precisam de motivo para ter ciúme. São ciumentos porque são. O ciúme é um monstro que a si mesmo se gera e de si mesmo nasce.”

As vezes não temos motivo algum para ter ciúmes, mas basta um olhar diferente ao nosso amado (a), um sorriso ou qualquer manifestação física ou verbal toma uma proporção gigantesca quando este “monstro” que é o ciúme habita dentro de nós.

Principalmente nos dias de hoje com tantos perfis sociais nas diversas redes de relacionamentos.

Mundo Digital
Para finalizar quero parafrasear mais uma vez citando Sthendal: “Para que um bom relacionamento continue e seja agradável, é preciso não apenas suspeitar prudentemente como ocultar discretamente a suspeita.”

Parece uma frase de conformismo, mas na verdade  quer dizer apenas que certamente alguns sentimentos haverão, mas o sentimento chamado de amor deve ser maior e a confiança deve superar as suspeita até que, de fato, se prove o contrário. Assim como suspeitamos discretamente, devemos ocultar estas suspeitas da mesma forma enquanto não se confirmam, neste intervalo viver a vida e aproveitar todos os momentos sem deixar que a simples desconfiança vire um tormento eterno.

Frases citadas: Miguel de Cervantes, Paolo Mantegazza, Paula Nei, Severo Catalina del Amo, William Shakespeare e Sthendal.

Comentário e reflexão de: Guilherme Martins
Pra seguir no Twitter CLIQUE AQUI
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Todos os textos são registrados na Biblioteca Nacional e protegido pela lei de nª: 009610 de 19/02/1998. Sua reprodução só poderá ser feita mediante autorização.