“Não sei se escrevo crônicas, contos, poesias, piadas, verdades ou mentiras... Seja o que for, escreverei de forma breve como a vida....... Histórias breves de personagens breves que, em maior ou menor grau, são fragmentos do que sou e procuro eternizar.”

sábado, 26 de dezembro de 2015

24 Horas

A primeira série de TV que me prendeu a frente deste aparelho foi 24HORAS, não apenas por várias cenas de ação, ou por ser policial, mas por suas idéias de princípios diferentes de todas as outras.

Jack Bauer (personagem principal), tinha princípios aos quais um objetivo justificava todas suas ações e o seu senso de justiça passava a passos largos de um sistema politizado. A grande questão é que sua luta era maior do que ele mesmo, onde nem mesmo o presidente do seu país estava livre de sua “justiça” e conseqüências de seus atos.

São atitudes questionadas, tanto assim que em todas as temporadas a grande questão que rondava a vida de Jack era, herói, vilão, sensato ou louco?
As conseqüências de uma vida assim é a solidão, são princípios questionáveis de moral e bons costumes, onde mesmo salvando vidas, evitando conflito entre nações e, muitas vezes, até uma exterminação global, era visto com “maus olhos” até mesmo por seu entes queridos e amigos próximos.

Em um dos episódios mais marcantes foi quando leva seu próprio chefe para o sacrifício por um bem maior e  acaba tirando-lhe a vida. Em algumas temporadas ofereceu a si como sacrifício sem reconhecimento algum de um país a que tinha salvo por diversas vezes.

Sem qualquer pretensão religiosa e com muito respeitando a fé das pessoas, mas o personagem Jack Bauer talvez trace um paralelo sobre a vida de Jesus Cristo,  pagou um preço por um dívida que não era sua, como consequência a solidão e a morte.... São os riscos que correm as pessoas que, guardada as devidas proporções, escolhem viver mais para os outros do que para si.

Outra característica marcante de uma vida como esta, é que as poucas pessoas que compreendem e aceitam viver ao seu lado em amor, acabam sendo sacrificadas por isto, acredito que este foi o pior “castigo”  para o personagem Jack Bauer, perder a esposa, o amor da filha e vê a pessoa amada  sendo torturada, sofrendo inocentemente simplesmente por querer participar e estar perto do seu amor. Todas estas tragédias são diretamente relacionadas a sua escolha de vida, qualquer pessoa sensata se sentiria culpada e morreria com culpa.

Toda obra de ficção tem seus momentos de reflexões, mas em algumas situações são estes personagens que dão vida a escolhas de uma maneira de viver.
Quando estamos fora de uma situação como esta e vendo as coisas de forma geral, é lindo ver a entrega e a dedicação por uma causa, nos assustamos com a obstinação e podemos não concordar com alguns métodos, mas entendemos. Quando estamos dentro de situações como esta, sentimos a dor das consequências de cada atitude e temos dificuldade para aceita-las.

Sim, este texto parece muito confuso, mas é um daqueles que “só os fortes entenderão”, só quem vive ou passou por algo assim, para aquele que enfrentam as conseqüências de lutas silenciosas e encobertas para maioria das pessoas.

Vale a pena pagar o preço?
Acredito que ao escolher uma vida de entrega não se faz este questionamento, já possui esta resposta, mas que sempre será mal compreendido.

Guilherme Martins

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Fé e Razão


Este não é um blog religioso ou que fale sobre religião e crenças, mas recentemente duas pessoas do meu convívio vivem a única situação na vida que, em determinadas situações, não depende unicamente de nós, a saúde.

É natural sempre que temos algum problema buscar ajuda em pessoas que entende do assunto, no caso da saúde temos os médicos, mas existem situações em que nem mesmo eles podem nos ajudar diretamente, mesmo assim não perdemos as esperanças.

Somos vulneráveis a tantas coisas, mas nossa maior vulnerabilidade está dentro de nós,  a nossa mente trabalhando descontrolada nos enchendo de pensamentos, infelizmente nem todos agradáveis, na maioria das vezes são pensamentos negativos que exploram apenas a nossa incapacidade.
Temos muita dificuldade em controlar nossos pensamentos, as vezes eles nos devoram aos poucos e queremos sumir, esquecer tudo de qualquer forma.

Parece uma redundância dizer, mas nossa mente exerce um poder muito grande sobre nós, as vezes de forma descontrolada e uma das coisa, ou poderia dizer que a única coisa capaz de parar nossa mente nos trazendo para a razão é a fé.
 Acredito firmemente que todos os medicamentos químicos que ingerimos, antes passam por nossa fé, a confiança em que eles darão certo e seus resultados serão positivos. Quando não conseguimos descansar nesta esperança, as chances que de acontecer são pequenas.

Acredito no poder da mente, no pensamento positivo porque isto faz com que possamos sorrir, comprovadamente o sorriso traz verdadeiros benefícios a nossa vida, mas nada supera os benefícios que a fé nos dá, uma fé verdadeira e direcionada.

O que são as religiões se não uma reunião de pessoas falhas, doentes, imperfeitas e, as vezes, desesperadas?

Mas a fé vai muito além disto, pois não se baseia em imperfeições, mas em uma forma superior a qual depositamos a certeza que é perfeita e transformadora, capaz de coisas “sobrenaturais de uma forma natural”.

A fé não te cobra nada em troca, a fé é depositada na graça a qual não não vem por méritos, e não conseguimos compreender em sua plenitude, mas é justamente por isto que se chama “fé”.

Hoje já é confirmado cientificamente que uma pessoa de fé desenvolve uma tolerância maior as doenças, consequentemente com menos sofrimentos.

Mas a pergunta que muitos se fazem é:  “Em que devemos ter fé se hoje existem várias religiões, seguimentos religiosos, seitas, misticismos e diversas outras coisas que não conhecemos?”

Posso dizer que na maioria delas existe uma unanimidade que é Deus. Cada uma delas enxergam de uma maneira a figura de Deus e tentam transmiti-la  da forma que entendem.

Por este motivo gostaria de sugerir que se existe esta unanimidade em muitas delas, porque então não vamos diretamente nesta Fonte, neste Poder superior e incompreendido para perguntar?
Nada nos impede e a humildade é fundamental nesta hora, em reconhecer que nada sabemos e precisamos de respostas, mas o Único que nos pode dar é Ele, Deus.

Deus é plenamente acessível e responde a quem O busca e o maravilhoso nisto é que as pessoas que estão lendo este texto agora não precisam acreditar em minha pessoa, nestas palavras,  porque tem a liberdade de perguntar diretamente a Ele neste instante.

Tenha fé, pois ela é a engrenagem que te faz entender que somos imperfeitos e não compreendemos tudo, que precisamos de ajuda exercitando nossa humildade.
Ore para Deus pedindo este entendimento, pois nenhuma oração volta vazia, muitas vezes não compreendemos no momento, mas a frente passamos a entender o porquê de certas coisas.

Não me interessa sua religião, não me importo em quantas “entidades” ou “santos” tu crê, o que me importa é dizer que nada disto ou nenhum deles existiriam sem a essência que é Deus, o Qual é Soberano sobre todas as coisas ou pessoas. O maravilhoso é que tu tens plenas condições e privilégio de conversar diretamente com Ele, sem intermediários.


Termino com uma pequena oração:
Senhor Deus, faça com que eu não caia nas mentiras destes exploradores da fé e não deixe que o meu “achometro” me faça ser prepotente ao ponto de pensar que entendo a Sua grandeza, me coloca onde Tu achar que devo estar e me dê a graça da sua proteção me livrando destas doenças e problemas que a vida nos impõe.  Amém.

Guilherme Martins

sábado, 19 de dezembro de 2015

Mais Igualdade

Em todos os meus textos sobre o assunto procuro escrever de forma mais clara possível para que entendam. Defendo a liberdade das pessoas viverem da forma como elas bem entendem e serem respeitadas por isto.

Ninguém está livre de consequências, sejam por escolhas certas ou erradas que fazemos durante toda a nossa vida.
A maneira como vivemos, por mais que exista a necessidade de se socializar, cada um de nós vivemos de uma forma única, cada indivíduo possui suas particularidades, não podemos ser classificadas como anormais porque desconhecemos o que é ser normal.

Todos os conflitos comportamentais entre os seres humanos se dão devido a falta de capacidade em respeitar o direito que todos temos de liberdade de escolha.
Defendo firmemente o direito de cada um viverem como bem entendem, mas com a consciências que para toda escolha existem consequências, não se pode fugir delas.

Muitos grupos vão as ruas hoje lutando por seus direitos, o que é válido, exageram quando querem forçar uma aceitação tentando impor aquilo por que lutam como se fosse uma  verdade absoluta para a vida de todos e não apenas para sua vida, precisamos ter muito cuidado com isto.

Assim como as pessoas possuem o direito de escolher viver de uma certa maneira, outros também possuem o mesmo direito em não aceitar esta forma de vida, mas seja qual for o seu posicionamento sobre determinadas questões, sempre terá que haver o respeito de ambos.

Precisamos parar de classificar as pessoas por seu estereotipo, o ser humano vai muito além das suas escolhas ou seu estilo de vida.
Um exemplo claro disto é o regime adotado por algumas empresas, na maioria delas desenvolvedoras de software. Seus colaboradores têm a liberdade de trabalhar muito a vontade, sem preocupações com vestimentas e até mesmo com os horários de trabalho.
O que se valoriza neste método de trabalho é a capacidade que possuem em criar, comprovadamente esta “liberdade” exerce um poder positivo em cada um deles.

As pessoas vão muito além das aparências ou até mesmo das suas escolhas, é um erro julgar alguém por isto, aliás, é um erro julgar seja por que for.
Precisamos conviver com o “diferente”, até porque cada um de nós somos diferentes para os outros. Vamos refletir um pouco em cima de um dito popular muito antigo:  “Em terra de cego quem tem um olho é rei”.
A questão aqui é, ele é rei porque tem um “olho” ou por que consegue enxergar?
Parece uma questão inocente até, mas na verdade tem uma grande lição, porque aquilo que está em questão não é a estética em ter um “olho”, mas de poder enxergar com ele e, consequentemente, guiar quem não enxerga. Já imaginou se ele fosse discriminado por ser diferente?

Pense nisto.




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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Opiniões é Quando se Pede


“A vida seria mais simples se as pessoas fossem mais elas mesmas.” 
Esta é uma frase que sempre ouço ou leio por ai, mas concordo com ela apenas em partes.
A espontaneidade traça uma linha tênue entre o respeito e a falta dele, uma palavra mal colocada  pode magoar, ferir as pessoas e nem sempre podemos exercitar nossa “liberdade” no que falamos.

Muitos podem estar pensando que não dize-las é hipocrisia, mas na verdade existem maneiras para se fazer isto, geralmente uma pessoa espontânea demais desconhece estas maneiras.

Outra questão é que vivemos em sociedade, cada pessoa tem suas particularidades, somos diferentes umas das outras principalmente no que diz respeito aos sentimentos. Podemos e devemos ser verdadeiros, que o nosso “sim” seja de fato um “sim” e o nosso “não” seja de fato um “não”.

Que cada um de nós possamos falar o que de fato pensamos, mas que tenhamos a delicadeza de compreender certas regras da boa convivência.
Dar opiniões  a quem não a pediu é inconveniente e se alguém lhe pedir, sabia dizer o que pensa de forma amigável.
Nas matérias de psicologia que tive na universidade, minha professora sempre dizia que toda crítica deveria vir em forma  de “sanduíche”, ou seja, quando for dar sua opinião para alguém, que tenha pedido, lembre-se que primeiro vem as virtudes, depois as criticas construtivas sobre o assunto e em seguida mais virtuais. Esta é a forma com que as pessoas conseguem receber melhor as opiniões contrárias, ninguém gosta de ouvir apenas criticas.

Quando exercitamos apenas nossa espontaneidade sendo “nós mesmos”, corremos um risco muito considerável de sermos grosseiros, as palavra precisam ser bem colocadas, porque quando são soltar ao vendo de qualquer forma, elas podem ferir.




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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Mudança de Planos

Hoje acordei cedo, meus planos para uma segunda-feira cheia, reunião de trabalho logo pela manha e depois voltar para casa onde tenho a minha espera várias tarefas que vinha adiando a algum tempo. Me mudei a pouco e muitas coisas ainda não estão em ordem, hoje seria o momento para deixa-la todas em dia.

Tudo estava muito bem elaborado, minha lista de tarefas organizadas e o que faltava era apenas coloca-la em pratica, mas “Alguém” lá em cima não recebeu meu e-mail informando minha lista de tarefas e planejou algo diferente para minha vida no dia de hoje (26.10.2015).

Realmente sai cedo de casa em direção ao primeiro item da tabela, uma reunião de negócios que certamente me tomaria parte do dia, mas antes de chegar lá um acidente aconteceu. 

Cheguei ao estacionamento externo do empreendimento, coisa que geralmente não faço, quando estava andando em direção ao prédio escorreguei no calçamento e fui ao chão em um tombo cinematográfico, se não tivesse sido trágico seria cômico, embora provavelmente tenha sido para quem presenciou.

Tentando descrever o corrido posso dizer que escorreguei com a perna esquerda e a outra dobrou, cai com elas aberta e sentando em cima do meu pé direito que torceu. (Por favor, segurem os risos, respeitem).

Brincadeiras a parte, este episódio me fez quebrar a fíbula. Por causa deste acidente, estou neste momento sentado na minha cama com a perna para cima sem poder apoiá-la no chão, todos meus planos para o dia se foram.

Olhando por uma ótica mais ampliada, a vida é assim, quando pensamos que estamos no comando, que tudo está saindo como queremos e que continuará desta forma, acontece algo e percebemos que não estávamos preparados para isto, que nossas prioridades terão que esperar, que de fato não estávamos no controle de nada e precisamos saber improvisar.

Como próprio nome diz, "acidente": Algo inesperado; acontecimento casual; fortuito; acontecimento.....

Situações como estas acontecem todos os dias com milhares de pessoas, mas poucas conseguem entender que em qualquer situação estamos aprendendo. O importante é saber tirar proveito disto, mesmo que seja como lição de vida.

Nada dos meus afazeres de hoje eram de fato urgentes ou importantes, mas antes do acidente sim, eram minhas prioridades e o que me fariam deixar qualquer outras coisas de lado.
Somos mais frágeis do que pensamos ou do que aceitamos ser, a questão é que todas as situações possuem lados e que eles são diferentes, depende de qual deles escolhemos encarar.

Já se passaram alguns dias, mas resolvi publicar agora, confesso que esta situação me deixou muito chateado, justamente em uma fase da vida onde grandes coisas estavam para acontecer, muitas mudanças e novas esperanças, mas continuo aqui, sentado em minha poltrona, as vezes na cama, com a perna para cima incapacitado de realiza-las.
 
Podemos lutar contra várias coisas e situações em nossas vidas, mas para algumas delas só o tempo resolverá, é claro, juntamente com sua força de vontade se dedicando a coisas pequenas, mas que vão colaborar para que saia desta situação.

Paciência é uma virtude, já diziam vários poetas, mas confesso que aprendi a força, nunca fui uma pessoa paciente. Não apenas um impedimento físico, mas várias outras situações que só o tempo pode consertar e a falta de paciência pode ser o nosso pior inimigo.

De qualquer forma descobri com isto que somos os nossos maiores rivais, lutamos diariamente contra nós mesmos, como se existissem duas pessoas dentro de cada um, uma delas impulsiva e inconsequente e outra paciente e racional.
Quando aprendemos a dosar estas duas forças encontramos o equilíbrio e é este equilíbrio que nos leva as conquistas.

Quando saímos todas as manhas para nossos compromissos importantíssimos, convém lembrar que somos donos apenas de nossas intenções, mas a vida lá fora tem suas próprias regras as quais precisamos respeita-las, por mais que não queiramos aceitar, não estamos no controle, somos passageiros improvisando apoios para se segurar e se proteger dos chacoalhes que os trilhos do trem da vida nos dá.




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sábado, 28 de novembro de 2015

Confiança

Tenho dificuldades em acreditar nas pessoas, sei que esta não é uma boa afirmação para se começar um texto, mas é inevitável este comentário.
Algumas pessoas sentem, assim como eu, situações passadas e que, infelizmente, te levam a deixar de confiar no ser humano.

A pergunta que sempre me fiz e que também pode ser de curiosidade de outras pessoas é: 

Será que um dia voltaremos a confiar?

Acredito  que sim, mas jamais será como antes, tudo lhe soará estranho e as dúvidas surgirão sobre todos os fatos e acontecimentos futuros, ao ponto de nos transformarem em pessoas desagradáveis as vezes.

É como um vicio controlado, mas que precisa se manter afastado de certas coisas, todo tratamento tem recomendações e as vezes recaídas, para uma pessoa que deixou de confiar, quando volta a ter confiança em alguém, precisa se controlar e perceber muito bem o conteúdo de seus comentários, as vezes são mais agressivos e ferem as pessoas.

Posso dizer que é um sofrimento muito grande, principalmente quando este envolvimento é amoroso, a desconfiança se mistura com o ciúmes e nos tornam insuportáveis as vezes.

Sem nenhuma base cientifica ou estudos comportamentais, acredito que a diferença do sentimento chamado de ciúmes para este sentimento que envolve a confiança é justamente isto. No sentimento de ciúmes somente, a pessoa sente sem nunca ter passado por esta perda de confiança, um sentimento em cima do medo de perder a pessoa amada, mas quando se viveu uma situação de traição no passado e que te levou  a te deixar de confiar, o sentimento é mais profundo porque envolve a revolta também.

Sem dúvida é uma diferença sutil, mas que faz um estrago muito grande quando não pensamos muito bem antes de falar em situação assim, de qualquer forma o diálogo é sempre importar, ouvir e falar de forma mais moderada possível, ninguém escuta nada na base do grito.

Quando gritamos com alguém, a única coisa que desapertamos nelas é o desejo de gritar mais alto que tu, o “diálogo” deixa de ter coerência e ninguém mais se entende.

Uma pessoa que conheço uma certa vez veio me contar sobre o seu relacionamento, a briga que teve com o seu namorado, ela me dizia que ele veio conversar e discutir o relacionamento, falou muitas coisas e a única reação que ela teve foi de escutar, mesmo vindo em sua mente muitas respostas se conteve e disse a ele que falaria apenas no dia seguinte. Quando o dia chegou, ela o chamou e falou tudo que pensava, de forma calma e muito moderada, os dois se entenderam e resolveram se separar de uma forma tranquila, situação que certamente não teria acontecido se tudo fosse resolvido no primeiro momento.

Sempre repito em meus textos, que estamos perdendo a capacidade de ouvir, esta capacidade é fundamental para quem deseja falar e resolver situações com coerência.

Luto com este sentimento da desconfiança e posso dizer que tem momento que consigo, mas muitos outros que sou vendido por ele, não é uma situação agradável, porque mesmo quando desconfio de uma situação, sempre penso nas pessoas envolvidas e que estou sendo injusto com elas, é um conflito interno que me deixa mal.

Esta situação já me levou ao isolamento por um longo tempo com relacionamentos superficiais, mas a vida nos pede mais, em um compromisso responsável toda entrega precisa ser total, ninguém vive com 90%, ou nos dedicamos e nos entregamos 100%, ou teremos problemas, melhor conviver com a solidão.

A traição é o pior dos males que possamos fazer a alguém, mas que não machuca apenas um lado, desde que se tenha consciência o conviver com ela “pesada” não deve ser nada agradável.  
Algumas pessoas que já traíram justificam dizendo que foi algo de momento, uma “coisa” irresistível motivada por uma carência qualquer. Não acredito nisto, ninguém vive de momentos, a não ser quem escolhe viver apenas deles, neste caso jamais terá algo duradouro e profundo.

Se eu perdoaria uma traição?

Sim, já vivenciei e já perdoei, mas me afastei por completo, avaliei a situação e achei melhor para minha pessoa viver outras situações distante dela. Cada pessoa que faça suas avaliações e tome suas decisões, mas seja ela qual for, que a fala de cabeça fria.

"Um homem sensato pode apaixonar-se como um doido, mas não como um tolo" François La Rochefoucauld






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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Conteúdo sem Idade

Vivemos em um mundo onde temos a liberdade de dizer o que pensamos, fatalmente sempre haverá pessoas ofendidas com o que você diz, mas muito disto é porque temos dificuldade em respeitar opiniões. Algumas pessoas se ofendem com facilidade porque tudo parece ser pessoal.

O que me entristece nas redes sociais é a baixa qualidade da “cultura” a qual estamos espalhando.

Este texto não tem a intenção de generalizar afirmando que tudo que se apresenta de novo hoje passa por isto, mas se alcançar visibilidade será que tudo precisa ser aceito?

Para se a entrar na luta das visualizações é preciso preencher alguns requisitos e muitos deles passam longe de uma criação cultural.

“Precisamos ter criatividade”, é o que afirmam,  mas o que classificamos hoje como algo criativo?
Grande parte do que vejo hoje não acrescentam em nada ao conhecimento ou em sua formação. Quando aparecem opiniões formadas são mal embasadas, fora de contexto e cheias de contradições, mas uma coisa chamada “modismo” se encarrega de transformar qualquer absurdo em verdade.

As noticias não são aprofundadas, as pessoa não tentam entende-las e logo tiram suas conclusões em cima do que elas querem e não sobre os fatos reais.

“O que é certo não importa, o importante é o que eu quero.”

Outro pondo é o que deixamos de praticar a muito tempo o “ouvir”, ninguém mais quer escutar e entender opiniões diversas, suas verdades são sempre absolutas, não há espaço para os que possam pensar diferentes, os debates são mais imposições do que exposição de idéias.

A juventude possui hoje uma força incrível e uma arma poderosa, a informação através das redes sociais, mas a grande maioria só buscam em fontes da sua geração, a cada dia que passa e a cada vez mais jovens já se sentem donos de si e de tudo que está a sua volta.

Todos temos muito a ensinar, a questão nunca foi a idade, mas o interesse de cada um em aprender antes, suas conquistas e em seu desenvolvimento.

Um grande exemplo está na música, muitos que se intitulam “músicos” hoje com suas rimas pobres de “lé com cré”, vendem milhões de CDs, lotam estádios e casas de shows, tudo em nome da curtição, a qual não desmereço e entendo ser importante, mas critico aqueles que vivem como se apenas isto fosse importante.

Cansei de escrever textos elaborados, não sou dado ao modismo e me recuso a enquadrar-me, mas esta minha posição tem consequências, como solução não me resta alternativas, a não ser escrever e guardar em meu blog e arquivos pessoais.

Sinceramente, hoje admiro as pessoas que fazem algo que realmente sentem prazer pessoal e não apenas para se enquadrar ao meio em que vivem, seja em sua vida pessoal ou virtual, mesmo que seja algo “bobo”, mas que seja realmente seu.

Recentemente vi uma entrevista com uma atriz onde perguntaram a ela sobre tatuagens, ela não possui nenhuma, mas para interpretar seu personagem teve que fazer uma falsa e isso já causava incomodo a ela.
Pensei... Como ela é corajosa em dizer isto no meio de atores de hoje tatuados dos pés a cabeça. Nada tenho contra tatuagens, até porque tenho duas, me refiro a personalidade em não aceitar fazer algo apenas para viver em um ambiente, em uma sociedade.

Muitos jovens hoje possuem personalidades fortes, mas alguns muito mal direcionados ou desgovernados, a grande questão e o principal problema são os pensamentos que alguns insistem em viver, como se fossem donos absolutos da verdade, como se tivessem nascidos para ensinar sem nunca ter aprendido. Triste realidade.

Vejo tutoriais e canais de vídeos na internet que beiram ao ridículo, jovem que desde cedo já tem o poder de manipular as pessoas. O numero de  visualizações é absurdo, é isto que faz sucesso hoje em dia, resta saber até quando.
Sem cometer o erro da generalização, existem canais de vídeos muito bons feito por jovens com um talento natural, com informações e diversões, realmente não é a idade que implica na capacidade ou entendimento, mas a capacidade e humildade em entender que sempre estamos aprendendo.

Infelizmente muitos jovens são manipulados entre eles mesmos por opiniões e modismos que se utilizam apenas para se manter “visível”.

Olhando por um outro angulo talvez esteja equivocado, afinal o mundo evolui e devemos evoluir com ele. Ainda estou na faixa entre vinte e trinta anos, nasci praticamente dentro da era da informática, ainda assim me recuso a aceitar como essencial a futilidade.

Tento passar o que tenho e entendo como bom para as pessoas e busco aprender com elas, afinal todos temos a ensinar e a aprender. Chega a um ponto onde se percebe que o melhor é se resguardar, deixar guardado apenas para si, talvez assim nunca esqueçamos quem somos e não nos deixaremos contaminar com nada.







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domingo, 22 de novembro de 2015

Gentileza ao Próximo.

Falar sobre a gentileza é falar de amor, algo que por mais que estudamos, ouvimos relatos ou sentimos, as palavras nos fogem e dificilmente conseguimos explica-los.
Este amor que desejo me referir hoje não é aquele de grandes loucuras ou capaz de fazer abrir mão dos nossos costumes, é um amor de gestos muito mais simples, mas quando o vivenciamos faz toda a diferença.

Estamos vivendo dias tensos, tragédias naturais e outras não tão naturais assim, como atentados terroristas espalhados por países por ai a fora. 
Como seria bom se este amor e a gentiliza a qual me refiro fizesse parte do dia a dia destas pessoas atormentadas por fantasmas da falta de compreensão.

Há pouco tempo atrás estava vendo uma reportagem qualquer sobre o Japão e observei as pessoas caminhando nas ruas, algumas delas usando protetor facial (mascaras), a primeira vista, em minha ignorância pensei como este povo é nojento, andam com mascaras nas ruas para se proteger de doenças, já que a poluição não é um grande mal lá.
Na verdade a grande maioria das pessoas que andam assim, é justamente o contrário, fazem isto para não transmitir suas doenças, como a gripes, visores, etc...

Este é um pequeno exemplo de gestos de amor e gentiliza ao próximo, atitudes simples que refletem a cultura de uma nação educada e preocupada com seus iguais.

O que justificam estas tragédias promovida por terroristas, um ideologia diferente, uma religião radical  ou uma liberdade que escraviza?

Não desejo entender a mente de radicais, pessoas capazes de tirar vida de inocentes em nome dos seus ideais egoístas. Não consigo entende estas pessoas que se unem a uma luta como esta, com objetivos deturpados de liberdade, onde tirar vida de inocentes parece algo natural. 

Um terrorismo que acredita que todas as pessoas devem seguir o mesmo deus, aqueles que não seguem merecem morrer. A incoerência é tamanha que matam crianças, jovens e velhos que talvez pudessem um dia "se converter", acreditar no deus deles, mas que mortos não podem mais fazer suas escolhas.

Acredito que para todos os seres humanos há esperanças, cada um de nós merecemos uma nova oportunidade, mas para isto é preciso que haja dentro do coração coisas cada vez mais raras, como a gentileza, humildade e o amor.




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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Falsa Liberdade

“A ditadura perfeita terá a aparência da democracia, uma prisão sem muros na qual os prisioneiros não sonharão com a fuga. Um sistema de escravatura onde, graças ao consumo e ao divertimento, os escravos terão amor a sua escravidão.”
Aldous Huxley (1894-1963)

Não posso entender qual era a liberdade da época que levou este sr. a escrever isto, mas trazendo para nossos dias, para esta geração que busca liberdade, direitos iguais e mudanças no comportamento tradicionalista, posso entender perfeitamente o que ele quis dizer.

Nenhumas destas buscas são sem sentido, aliás, existe um sentido muito positivo em todas elas, mas desde que estes direitos não interfiram em outros direitos já adquiridos.
Queremos pensar e ser diferentes da maioria da sociedade, mas ultimamente só ser diferente não basta, exigimos sua aceitação, que engulam nossas vontade sem posicionar-se. Queremos deixar as grades do preconceito deixando preso quem hoje é livre.

É totalmente válida a nossa busca por esta liberdade, combatendo preconceitos nas formas de aceitar o que é “diferente”, mas não precisamos que mudem suas opiniões, o que precisamos é que pratiquem o respeito para com quem pensa e age de forma contrária.

Em resumo, somos todos livres para fazer nossas escolhas e livres, também, para entender entre o certo e o errado para nossa vida. Não podemos exigir que aceitem nossas escolhas, mas merecemos ser respeitados por elas.

O livro mais antigo já registrado traz um trecho que resume isto: "Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não deixarei que nada me domine."

Acho que não preciso mencionar que livro é este, para os que acreditam e os que não acreditam convenhamos, é bem isto mesmo. Temos total liberdade de fazer de nossas vidas o que bem entendemos, mas para cada ação existem  consequência, é a lei da física, as quais somos responsáveis por elas. Podemos ser o que quisermos, mas jamais deixar que nossas escolhas dominem quem somos de fato.

Devemos nos respeitar e principalmente respeitar as escolhas das pessoas, conviver com pensamentos diferentes com respeito por cada ser humano. 


Não vamos combater esta ditadura invisível com a falsa liberdade. 



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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Meu Sumatanga

Em algumas estradas antigas da Índia, em determinadas regiões, foram construídos em percursos distantes, uns suportes que são feitos de pilares de pedras sobrepostas e presas ao chão com a altura de um homem e na parte de cima colocaram uma prateleira. A esta construção foi dada o nome de “sumatanga”.

Dizem que estes “sumatangas” foram feitos por ordem de hindus ricos, para servirem de “porta carga”, lugares de descanso e alivio para os carregadores de fardos que carregavam suas cargas nos ombros. Eles chegam nestes lugares e colocam suas cargas ali para descansar e depois continuar a jornada.
Qualquer carregador, que andando por aqueles caminhos e encontrasse esta construção feita de pedras, respirava aliviado.

Recentemente escrevi para alguém muito especial em minha vida e fiz um paralelo usando este relato. Tentei mostrar para ela os meus sentimentos e minha vontade de ser um “sumatanga” em seu caminho, de poder receber seus problemas que se transformam em fardos e que estão a pesar em sua vida. Minha intenção era tentar aliviar os seus dias ou ao menos diminuir seus esforços.

Nossos olhos não estão acostumados a enxergar além, muitas vezes observamos apenas o que é físico, visível e por vezes deixamos de nos compadecer com as dores. Não conseguimos ver quando as cargas que pessoas próximas a nos carregam são emocionais, problemas em casa, no trabalho e em seus próprios conflitos. Precisamos exercitar nosso olhar.

Muitas vezes nos eximimos de oferecer nosso ombro e o nosso carinho, principalmente em dias tão conturbados que nos tornam mais insensíveis a cada amanhecer.

Sumatanga é uma construção física, mas nós podemos ser para alguém este lugar de refrigério, onde elas possam parar por alguns momentos e depositar em nos tudo aquilo que pesa, que as fazem sofrer. Tenho a certeza que não apenas elas sairão aliviadas, mas nós também em poder ajudar.

Hoje tu podes ser o “sumatanga” para alguém, mas amanha poderá ser a sua vez de encontrá-la para repousar as suas cargas e respirar aliviado.

John Donne dizia que: “Nenhum homem é uma ilha, completo em si próprio; cada ser humano é uma parte do continente, uma parte de um todo.”

Na verdade somos dependentes de sentimentos e compaixão, de doar e de receber, de amar e ser amado. Não apenas um amor carnal, mas aquele amor onde nos sentimos parte de alguém ou de algo; onde nos sentimos importantes e conseguimos compreender e perceber a reciprocidade dos sentimentos.

Problemas sempre irão existir, não existem formulas mágicas para ter uma vida livre de turbulências, mas quanto menos deixarmos que ele nos domine, melhor. Os dias são medidos por tempo, cada momento deve ser usado com um proposito e os problemas de ontem não podem estragar o dia de hoje ou viveremos sufocados.

Tenha sempre em vista esta construção de pedras sobrepostas, seja para alguém uma delas e independente de sua posição nesta situação, certamente sairá descansado e fortalecido.

Soli Deo Gloria.



Ajude-nos a divulgar os nossos textos utilizando os "quadradinhos" abaixo para compartilhar. "Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias." Mário Vargas LIosa



segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Ouvindo a Sua Voz

A conversa mais dolorosa pode ser aquela onde somos confrontados por nós mesmos.
Para alguns o espelho reflete muito além de um reflexo, mas não para todos, apenas para aqueles que conseguem ter a sensibilidade de enxergar muito além de um olhar.
Conseguimos ver nas pessoas muitas expressões que nos dizem mais do que palavras, mas quando nos olhamos neste espelho, muitas vezes não gostamos daquilo com o que nos deparamos e percebemos.

Pode parecer um texto depressivo, talvez seja, mas vejo além, entendo como uma constatação, um reconhecimento de um estado de espírito momentâneo ou talvez definitivo.
Aprendi que na vida para derrotar um inimigo precisamos conhecê-lo muito bem antes, entender seus pontos forte e os fracos, mas e quando este inimigo mora dentro de nós?

Muitos associam o bem estar pessoal ao poder financeiro ou profissional, mas é um erro pensar assim, são situações e condições que pouco ou nada interferem umas nas outras.

Uma pessoa pode ser feliz profissionalmente, mas ter dificuldades financeiras e uma vida pessoal problemática; assim como ter um poder aquisitivo definido, mas uma profissão indesejada e uma vida desfavorável. Para muitos pode ser contraditório, mas garanto que é uma realidade comum.

Conheço alguém com uma vida profissional e financeira boa, estável e definida, mas com uma vida pessoal desastrosa, é esta condição que faz alguém se desestruturar, abalando os alicerces e causando muita tristeza na alma.
Muitos não aceitam este fato quando não são eles a conviver com isto, possuir dinheiro e uma boa qualificação e mesmo assim ser alguém triste, logo classificam como frescura, falta do que fazer e dizem logo: “este não sabe o que é realmente ter problemas”. Como se os deles fossem mais importante ou que existisse uma classificação global mostrando o grau de dificuldades da vida.

Esta tristeza é revelada a cada um de nós por aquele espelho que mencionei, além de ser percebida por pessoas ao seu redor que se preocupam verdadeiramente contigo.

“Nada disto!
Certamente o maior dos problemas é falta de saúde, viver doente”

Não sei...
Tudo depende da sua aceitação, de entender as coisas como elas se apresentam. Existem pessoas felizes vivendo em estado terminal, conformadas com uma situação que para outros seria de desespero até o final, mas que para elas ainda existe tempo e oportunidade de viverem o que lhes restam de forma agradável e sem lamentações.

Afinal, quais são os nossos valores?

Quando conseguirmos percebe-los, talvez possamos entender e separar aquilo que pode ser mudado do que é definitivo. Conviver conformados com algo que a vida nos impõe a qual esforço algum poderia mudar a situação. 

Neste momento pode ter alguém discordando, com a opinião que devemos lutar até o final, respeito, mas como diziam os mais antigos, tem situações que insistir é como "dar murros em ponta de faca".

Ficou um texto confuso, sei disto, muitos entenderão por viverem algo semelhante e outros não chegarão no final dele. Para aqueles que chegarem, a verdade é que, aquilo que carregamos dentro de nós é uma vida onde cada capítulo dela só pode ser compreendida por quem vive e sente na pele, seja qual for a situação a qual estamos enfrentando. 

Seja qual for sua opinião sobre isto, não julguem, não condenem, apenas entendam o que cada um está vivendo e se não forem capazes disto, então respeitem. Muito ajuda quem não atrapalha.





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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Interagir para Viver

Este é um texto breve em homenagem a uma pessoa em especial, mas como ela tantas outras que passam por nossas vidas e não recebem de nós a atenção que mereciam ou perdemos a oportunidade de aprender com quem, possivelmente, tinha muito a nos ensinar.
Sr. Luiz, da Pharmacia.
Nos comércios por onde passo, meus contatos são quase sempre superficiais, a não ser naquele café onde frequentemente paro e me refaço de uma jornada cansativa ou de uma noite de sono.
Na correria do dia a dia, tantas vezes, se quer olhamos no rosto de quem nos atende e a recíproca também é verdade do outro lado. Quem nunca, naquela dor emergencial ou num incômodo físico qualquer, não recorreu ao senhorzinho de cabelos brancos da farmácia do bairro para uma dica de remédio, quase sempre infalível?
Pois é, o sr. Luiz, proprietário da Pharmacia do meu bairro veio a falecer. Recebi com muito pesar a notícia dada por um amigo.
Não éramos íntimos, pela razão que expus acima, mas só agora percebi que gostava dele além do que imaginava. Um sexagenário que já havia sofrido um AVC alguns anos antes, andava devagar, arrastando um pouco a perna, mas estava todo dia lá na sua Pharmacia.
Notei a sua ausência a uns dias atrás ao passar em frente o seu comércio, não estava no cantinho de sempre, mas em nenhum momento imaginei que ele não estaria mais entre nós.
A lição que fica para minha pessoa, é que preciso olhar mais nos olhos de quem interagimos no dia a dia, sorrir com mais facilidade e perguntar sinceramente como vai.
Nunca sabemos quem partirá primeiro, mas quem ficar certamente se lembrará do sorriso do outro. Sempre me lembrarei do sorriso do sr. Luiz da Pharmacia, quando adentrar ali ou passar em frente.
Como lindamente fala a canção Tocando em Frente; “... cada um de nós compõe a sua história e cada ser em si carrega o dom se ser capaz.... e ser feliz..”
Cada um de nós construímos nossas historias e somos seres interessantes uns para com os outros, a interação se faz necessário, principalmente quando conseguimos reconhecer este poder nas outras pessoas e nossa posição de igualdade, afinal somos todos iguais.

Bom descanso sr. Luiz.
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